Onde está a torcida depois de 2009?




Que bela estreia do Fluminense no Brasileirão deste ano! O time do Santos é muito bom e está vivo na Taça Libertadores, liderando o seu grupo. Mas o Tricolor soube controlar as ações do adversário e acabou saindo do Maraca com um excelente resultado. Vitória merecida!

Mas existe um assunto que é um verdadeiro “calo no sapato” do torcedor: a presença de público no estádio. Por mais que incomode a discussão do tema, ele deve ser debatido à exaustão, até para que as causas da arquibancada vazia sejam identificadas.

Na minha coluna publicada no último dia 25 de abril, comentei sobre diversas estatísticas que fazem cair por terra qualquer desculpa que o torcedor possa inventar para não ir ao estádio. Até a questão financeira foi abordada, ficando claro naquele momento que o preço médio do ingresso cobrado pelo Fluminense (R$36,00) é bem inferior, por exemplo, que o de Palmeiras e Flamengo (R$58,00 e R$55,00 de média, respectivamente).

Ainda recordando a coluna de abril deste ano, além do preço do ingresso, outros mitos foram quebrados, dentre eles a violência nos estádios, a mobilidade urbana e a transmissão da partida para a praça do jogo. Naquela oportunidade abordei o tema dizendo, basicamente, que todos os times possuem o mesmo problema, mas nem por isso deixam de dar show na gente quando o assunto é encher a arena da partida.

Sequer podemos levantar como desculpa eventual má fase da equipe. Pelo contrário. O time está muito bem neste ano e, apesar de ter perdido a final do Carioca para o Flamengo, não deixou de lutar um único minuto. Os meninos estão dando o sangue em campo, mesmo com salário atrasado.

Mas, afinal, o que leva um time como o Fluminense a não conseguir colocar sequer dez mil pagantes num jogo de estreia do Campeonato Brasileiro em pleno Maracanã? A resposta não é tão simples e talvez não conseguiremos encontrá-la sem um amplo debate envolvendo toda a torcida.

Gostaria de deixar algumas questões importantes para serem discutidas, além das que já identifiquei na coluna anterior. A primeira delas me parece de ordem psicológica: o torcedor segue o time quando há uma perfeita simbiose entre direção, jogadores e torcida. Isso pode até existir entre os dois últimos, mas definitivamente é inexistente com relação à nossa diretoria. Sem qualquer crítica ao comportamento ou ao modo de ser de cada um, não temos um comando que empolgue o torcedor e o faça ver nele um espelho a ser seguido.

Nossa diretoria, apesar de toda boa vontade que demonstra, é um tanto quanto “engomadinha” demais, sempre tratando apenas do aspecto financeiro e deixando de lado aquela conversa saudável sobre futebol e rivalidade.

Outra questão a ser debatida é a tendência, cada vez maior, de sermos uma “torcida de sofá”. Isso mesmo! Torcida que não sai da frente da televisão ou da internet para discutir futebol. Basta notar que nos últimos seis campeonatos nacionais a nossa maior média de público foi em 2012, ano em que fomos campeões nacionais: 12.644 pagantes e 13ª colocação geral. Em compensação, temos dois sites não oficiais de clube nas dez primeiras colocações. Merecidamente o Explosão Tricolor é um deles.

Isso comprova uma coisa: a nossa torcida é grande, mas a disposição de ir ao estádio é bem pequena. É ótimo que todos manifestem a sua alegria ou tristeza com o clube nas redes sociais, mas é melhor ainda se isso vier acompanhado do apoio na arquibancada. Comparativamente falando, seria uma “democracia participativa”: criticar e apoiar tanto no campo quanto fora dele.

Não tenham dúvidas de que essa ausência da torcida diminui nossa margem de negociação por melhores condições financeiras nos contratos firmados com as emissoras de rádio e televisão, o que enfraquece o elenco e nos tira a possibilidade de vitórias, além de outros prejuízos. Só se paga pra quem é grande. E a grandeza de um clube está nos seus torcedores.

Como se não bastasse, temos que ouvir rubro-negros dizendo que são donos do Maracanã, sendo que a direção deles está tentando uma manobra para ser o único gestor do local. E isso possui um único motivo: a nossa torcida não comparece ao local do jogo.

Sempre digo uma coisa: o Fluminense é uma das principais paixões que cada tricolor tem na vida. Se assim é, porque não lutar para que ele continue grande? E isso somente vai ocorrer se fizermos como na reta final de 2009: Maracanã lotado, manutenção na primeira divisão quase impossível e o nascimento do Time de Guerreiros.

Sem o apoio da galera vamos perder sempre, ainda que o time vença dentro de campo.

Acorda nação! Somos grandes demais! Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Richarlison caiu muito de produção. Não acredito em teoria da conspiração, mas tá na hora do moleque apresentar o futebol do pós seleção sub-20. Acorda garoto!
  1. O retorno de Gustavo Scarpa foi a melhor notícia do fim de semana. Vida longa ao craque de Xerém!
  1. Robert foi reintegrado ao elenco tricolor. Sempre levei fé neste jogador. Apesar de um pouco tarde, tomara que ele se inspire no exemplo de Wellington Silva e retorne voando ao campo. Futebol ele tem; basta se dedicar.
  1. Léo Pelé vem crescendo cada dia mais em campo. Muita força física, explosão e, principalmente, buscando o nítido desenvolvimento na execução dos cruzamentos. Com esforço e muito trabalho ele vai longe!
  1. Henrique Dourado é um eterno “queima língua”. Pode continuar queimando a minha mais vezes. Quero mais que seja artilheiro do Brasileirão e que comemore o título nacional.

Evandro Ventura

OBS.: Segue abaixo, o texto que era para ter sido publicado na última segunda-feira, mas que devido aos problemas técnicos que tivemos com o site, que acabou ficando fora do ar por quase dois dias seguidos após a final do Campeonato Carioca, não conseguimos publicar na data correta.

“Onde está o brio da diretoria?”

Deu ruim! Até que o time se comportou bem em campo, mas não o suficiente para superar o Flamengo e a arbitragem do jogo de domingo. Não vou aqui ficar de mi-mi-mi por causa da falha do juiz da partida, já que isso não é coisa de tricolor de verdade. Que o árbitro errou feio e prejudicou o Fluminense, o Brasil inteiro não tem dúvida. Contudo, segue o jogo porque quarta já tem decisão na Copa Sulamericana e o time não pode se deixar abater pela derrota na final do Carioca.

Mas, existem momentos na vida que todo torcedor, de qualquer esporte de massa, espera um comportamento mais “sangue dos olhos” do pessoal que dirige o clube. É a busca do respeito que deve permear um time com a tradição do Fluminense.

Digo isso porque Jorge Rabello, Presidente da Comissão de Arbitragem da FERJ, comentou em alto e bom som que a equipe de arbitragem teve uma excelente performance no jogo de domingo. Essa declaração, dentre todos os descalabros que vêm dos componentes dessa nefasta instituição, demonstra o amadorismo e o mau-caratismo com os quais o futebol do Rio é tratado.

Mas o pior é ver o comportamento da nossa diretoria após esse episódio. Limitou-se a emitir uma nota oficial questionando o posicionamento de Jorge Rabello e… mais nada! Nenhuma entrevista. Nenhum tapa na mesa. Nenhuma resposta mais dura à estapafúrdia declaração do diretor de árbitros da FERJ. Nada!

O cargo que Jorge Rabello ostenta não lhe permite ser um defensor fervoroso de seus comandados. Espera-se de um diretor de uma equipe imparcial, como deveria ser a arbitragem, um mínimo de serenidade ao analisar os lances da partida e um pouco de parcimônia para reconhecer o erro do árbitro. E o juiz de domingo errou e teve influência direta no resultado da partida.

Mas, se dos “caras” da FERJ nada se pode esperar, pelo menos os nossos dirigentes deveriam ter brio para responder à altura todos os absurdos que a torcida é obrigada a ouvir. A fala de Jorge Rabello nos diversos meios de imprensa foi inadmissível e a resposta de Pedro Abad e sua turma foi absolutamente ínfima e sem qualquer efeito.

Disse uma vez neste espaço e vou repetir agora: tem muito Armandinho no Fluminense. Gente que só consegue debater no papel e desde que o outro lado siga as regras de convivência social. Mas o futebol não é para inocentes. Ele é feito de lobo e para entrar neste meio tem que ser lobo também.

Parafraseando o rapper paulista Criolo, “meninos mimados não podem reger um time grande”. É isso! Esperamos mais da diretoria porque, no nosso futebol, você precisa ser profissional na gestão e, ao mesmo tempo, agressivo nas palavras quando isso for necessário. Não que seja o ideal; longe disso. Mas é a nossa realidade e é assim que a diretoria de um grande clube deve se portar.

A nossa torcida era minoria no Maracanã domingo. Mas nem por isso deixou de ganhar no grito. E, tem momentos, que a diretoria tricolor deve fazer o mesmo. O lance que originou o primeiro gol do Flamengo voltaria atrás? Certamente não. Mas, se Pedro Abad chamasse a responsabilidade para si e questionasse de maneira veemente tanto a falta não marcada em Henrique quanto a inescrupulosa declaração do Presidente da Comissão de Arbitragem da FERJ, certamente pensariam duas vezes antes de assaltarem o Fluminense novamente.

Brio é uma qualidade ou característica daqueles que têm coragem, bravura e honra. É indispensável em quem milita no futebol. Se o sujeito tem medo de enfrentar a ditadura “Ferjiana”, certamente não é adequado para exercer um cargo tão relevante quanto o de Presidente de um clube de futebol. Na verdade, de um imenso clube de futebol. E o Fluminense possui essa distinção. É gigante! E, como tal, a resposta a qualquer ofensa também deve ser “gigante”, venha ela de onde vier.

O Flamengo mereceu o título? Sim, pelo campeonato que fez. Mas o Fluminense merece respeito e cabe à diretoria exigi-lo e a nós, torcedores, cobrá-lo a cada dia.

Erga a cabeça tricolor! Estamos juntos até o fim! Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Admiro a gestão profissional implantada no Fluminense desde a gestão de Peter Siemsen. Mas ela deve ser temperada com uma boa dose de energia ao enfrentar os dinossauros do nosso futebol.
  1. Perdemos um título, mas ainda podemos ter grandes conquistas este ano. Levo fé neste time e acho que, com algumas peças mais “cascudas”, vamos longe nas outras competições que disputamos.
  1. O árbitro comemorou o gol do Flamengo? Pareceu que sim. E o que a diretoria falou sobre o assunto na nota que emitiu? Limitou-se a chamar a atitude dele de “gesto infeliz”. É brincadeira!
  1. Em homenagem ao saudoso Almir Guineto, vai um pequeno trecho de uma das melhores composições dele e que reflete muito bem o momento tricolor: “deixe de lado esse baixo astral, erga a cabeça; enfrente o mal e agindo assim será vital para o seu coração”.

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