Falta de convicção




Roger Machado e Mário Bittencourt (Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.)

Não é de hoje que o rendimento do time do Fluminense vem sendo questionado em diversos aspectos. Por conta da cultura de resultados e de todo um sistema de comunicação, os problemas foram mascarados. Os poucos que questionavam quase foram submetidos a uma espécie de Santa Inquisição composta por um fiel exército de guardiões. “Ah, os resultados estão aparecendo”, “Pare de jogar contra” e outras pérolas emocionadas eram proferidas aos críticos.

Porém, o questionável rendimento ficou ainda pior e, consequentemente, os resultados não apareceram mais. Conforme sempre comentei, a política aqui jamais foi a de “criticar por criticar”. É bem verdade que jamais dei dois treinos na vida, mas será que precisava ser algum gênio para enxergar o que estava acontecendo?

Roger Machado chegou no final de fevereiro. Sendo assim, já são quase seis meses à frente do comando técnico do time profissional do Fluminense. Ele recebeu um time bem arrumado pelo Marcão ( e também pelo Odair Hellmann), inclusive, o Tricolor terminou o último Brasileirão jogando um futebol muito honesto e competitivo.

A diretoria anunciou um pacotão de contratações para a Copa Libertadores, mas vale lembrar que ninguém chegou com banca para ser titular. O time entregou resultados, em especial, na fase de grupos da competição continental, porém, é importante destacar que algumas atuações individuais foram preponderantes ou será que o povo já esqueceu das defesas milagrosas do Marcos Felipe? E os gols e assistências do Fred?

Infelizmente, o trabalho não evoluiu, mas o pior de tudo é a teimosia ou até mesmo a incapacidade do técnico Roger Machado em rever conceitos e entregar o básico. Não há variação tática, a leitura de jogo é péssima, o time não apresenta jogada ensaiada, os erros de posicionamento são cada vez mais gritantes e a equipe é muito engessada. Para agravar ainda mais o cenário, o sistema defensivo, que sempre foi o ponto mais forte do time, ficou uma água. A jogada de bola parada, que foi responsável por quase metade dos gols no último Brasileiro, parece ter sido exterminada. 

As quatro derrotas seguidas no Brasileirão são um sinal escancarado de que não dá mais para continuar com o Roger Machado. Porém, a diretoria resolveu bancá-lo para a decisiva partida contra o Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores, inclusive, segundo o UOL Esporte, a condição para a permanência é a classificação à semifinal.

Pois é, se conquistar a classificação, o Roger ficará, caso contrário, a carta de demissão chegará. Isso é um bom exemplo de como a gestão de futebol do Fluminense, comandada pelo presidente Mário Bittencourt e o diretor Paulo Angioni, não possui critério algum e nem muito menos convicção de nada.

Não espero que o Fluminense jogue o fino da bola. A opção é jogar de forma reativa? Ok, mas isso não significa que o time tenha que abrir mão de saber o que fazer com a bola na hora de atacar. O time do Roger Machado tem séria dificuldade para se movimentar, triangulação, por exemplo, é algo raro, parece que o DNA do anti-futebol está enraizado na alma da equipe.

Para encerrar, acredito que seja possível armar um Fluminense mais forte. Porém, precisa de um técnico que dê o mínimo de organização para atacar e que, principalmente, saiba explorar os pontos fortes dos principais jogadores do elenco. Com certeza, o cara para fazer isso não é o Roger Machado.

Que venha a classificação, mas acompanhada da troca de técnico.

Forte abraço e ST

Vinicius Toledo

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