Futuro de Pedro, contratação de Oswaldo, processo contra a Dryworld, penhora em ação movida por Marquinho e muito mais; leia a íntegra da coletiva de Mário Bittencourt




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Mário Bittencourt atendeu a imprensa no CT Pedro Antônio

No início da tarde desta segunda-feira (26), o presidente Mário Bittencourt concedeu uma longa entrevista no CT Pedro Antônio. O mandatário tricolor respondeu perguntas sobre diversos assuntos, tais como: a contratação de Oswaldo de Oliveira, processo contra a Dryworld, ação movida por Marquinho, meta de público para o duelo contra o Corinthians e futuro de Pedro. Confira abaixo a íntegra da coletiva:

Futuro de Pedro

Mário Bittencourt: Não chegou nenhuma proposta. A janela fecha em 2 de setembro. Falamos hoje, Celso tem uma ideia de que, caso haja a operação, ele fique com a gente até o final do ano. Mas tem que ser uma proposta que o Fluminense tenha uma remuneração justa. Se não for assim, ele segue conosco.

Contratação de Oswaldo de Oliveira

Mário Bittencourt: É um treinador que confiamos bastante. Já fez parte dessa casa, teve duas passagens muito boas por aqui. Foi uma escolha nossa e de todo departamento de futebol do clube, do Celso, do (Paulo) Angioni (diretor executivo) e com minha participação também. Tivemos o nome do Oswaldo como consenso depois de colocarmos as opções na mesa. E, dentro dos treinadores que estavam disponíveis no futebol brasileiro, era quem mais se adequava a nosso momento e a nosso perfil de trabalho. Falou-se muito na semana passada, mas quero deixar bem claro que foi uma escolha consensual e definida com critérios técnicos.

Processo contra a Dryworld

Mário Bittencourt: O departamento jurídico está fazendo um levantamento sobre isso. Pedi para ser atualizado, está sendo feito por escritório que cuida da área internacional. O processo ainda está em fase inicial lá. A gente está avaliando para ver se tomamos alguma medida mais forte para que o Fluminense seja ressarcido dos prejuízos que sofreu.

Penhora em ação movida por Marquinho

Mário Bittencourt: A gente fez uma reunião com o departamento jurídico e tentamos nos antecipar a algumas situações. Tentamos fazer acordos antes de sofrer as penhoras. Mas são centenas de processos e a gente não consegue ter essa atuação de falar com todo mundo e controlar todo mundo. Com o Marquinho aconteceu essa situação, já entramos em contato com os advogados. Se a gente conseguisse fazer acordo em todos os processos pelos valores que as pessoas querem, a gente não conseguiria pagar. Eu participo pessoalmente de algumas reuniões, e o Celso também. Só que não podemos fazer mais acordos que não vamos conseguir cumprir. Só o fato de se antecipar, conversar, ter a dignidade de avisar já ajuda.

Avaliação do trabalho da gestão

Mário Bittencourt: Eu e o Celso ganhamos a eleição em 8 de junho, tomamos posse no dia 10, e assumimos no dia 11 daquele mês. Ainda não temos três meses de trabalho. Tivemos uma paralisação pela Copa América. A gente não olha para trás, só olha para frente. Sabíamos que iríamos encontrar uma casa em dificuldades e bastante desorganizada em vários sentidos. As pessoas precisam entender que o clube não vai se reorganizar e se reestruturar em três meses. Foram anos e anos de problemas gravíssimos, que se acumularam e hoje estão conosco. Vai levar tempo para colocar tudo em ordem. Nós chegamos com quase 90 dias de salários atrasados. Nesses dois meses já conseguimos quitar três meses. Temos outras pendências, mas conseguimos dois patrocinadores para as camisas. O master ainda estamos em negociação, pois entendemos que os valores propostos não condizem com o tamanho da camisa do Fluminense. Sobre o elenco, temos uma folha bem baixa, talvez a 14ª do futebol brasileiro. Quem esteve e está aqui teve muita criatividade nesse sentido, para trazer jogadores de alto nível com valores que podemos pagar. Temos ainda limitações para contratar: as inscrições na Sul-Americana só podem ser feitas por fase e, no Brasileiro, só podemos inscrever cinco atletas oriundos da Série A, e temos apenas mais uma vaga. Continuamos trabalhando.

Desempenho do VAR em jogos do Fluminense

Mário Bittencourt: Já levamos um documento à CBF e vamos levar outro. Conversamos com o Gaciba, que está ouvindo as nossas ponderações. É um problema de todo o campeonato. Não quero que o Fluminense seja beneficiado, mas não pode ser prejudicado pelo sistema. Por que o VAR é chamado e um jogo e não em outro em lances muito parecidos? Vamos seguir nessa luta em todas as vezes que entendermos que o sistema falhou. E independentemente de vitória ou derrota. Temos que acabar com essa cultura no futebol. Essas medidas são para regularizar a competição. É para que o regulamento seja cumprido. Temos sempre que brigar pela lisura da competição.

Meta de público para o duelo contra o Corinthians

Mário Bittencourt: Gostaria muito de bater a meta de 55 mil pessoas na quinta-feira contra o Corinthians. As pessoas têm de entender que há um custo fixo do Maracanã. Só podemos ir abrindo os setores a partir de um período, em razão de custo de manutenção do estádio. Muitos pedem para abrir o Setor Norte, mas tem de esgotar os outros setores primeiros. Outras pedem para eu fazer promoção na Norte. Estaria infringindo o Código do Consumidor, porque as pessoas já compraram a Sul e eu faria um preço diferente em um setor equivalente, o que também prejudicaria os sócios. Se a gente superar a marca dos 55 mil, vamos fazer uma nova promoção e premiar a torcida novamente. A torcida precisa estar ao nosso lado, ao lado do Fluminense.

Relação com o Flamengo no Maracanã

Mário Bittencourt: As conversas seguem ótimas, temos uma relação muito boa do Flamengo. A tendência é que o contrato nos próximos seis meses seja exatamente o mesmo. Depois, conversaremos sobre os próximos 35 anos.

Futebol feminino

Mário Bittencourt: O que é o futebol feminino hoje dentro do Brasil? É determinado por lei. Como não era, não existia nos clubes. É um início de uma relação que está se ajustando. O que a gente tem feito no Fluminense é buscar patrocínios. Temos dificuldades financeiras e já temos o time profissional, as divisões de base… Buscamos parceiros. O caminho é a profissionalização, todas terem carteira assinada e todas as garantias. As entidades que administram as competições também precisam ajudar. Quando eu cheguei, elas treinavam em Laranjeiras com muito mais restrição. Hoje elas têm mais condições no Tigres. Estamos pensando em ampliar Xerém para elas trabalharem lá. Esse avanço depende de todos, inclusive da mídia, para que esses campeonatos sejam divulgados e fiquem atraentes. Precisamos valorizar essas competições. Em quatro ou cinco anos a gente vai ter uma atratividade maior.

Mudança na distribuição das cotas de TV

Mário Bittencourt: Já existem conversas. Sou um presidente que chegou há pouco tempo, mas as pessoas nos conhecem há muito tempo e já nos procuram para falar sobre esses assuntos. Existe esse movimento, conversei com quatro ou cinco clubes para falar sobre interesses comerciais. Não seria uma liga, mas um órgão representativo para conversar sobre os interesses comerciais. Essas questões não podem ser discutidas individualmente. Com o órgão, vira uma questão institucional. Isso faz parte até da nossa gestão, queremos criar processos para que o Fluminense comece a andar sozinho, independentemente de diretoria.

Necessidade de reavaliar o regulamento do Campeonato Brasileiro

Mário Bittencourt: É uma questão que envolve também a organização do futebol brasileiro. Em um campeonato com 20 clubes em um país de dimensão continental, o rebaixamento de quatro equipes é muita coisa. Outra questão que não existe na Europa: temos um problema hoje que não existe mais a cláusula de manutenção das cotas quando o clube cai de divisão. Isso traz uma instabilidade a todo o sistema. São competições que se acumulam uma em cima das outras. As equipes que têm menos condições, e estamos nesse grupo, têm menos peças de reposição. Diferente de outros que têm quatro ou cinco jogadores para cada posição. Todo mundo faz parte dessa cultura, incluindo a imprensa, o torcedor e os profissionais da área do futebol. A reatividade à chegada do novo treinador foi imensa, mas ninguém se preocupou em olhar os números dele nos outros trabalhos no Brasil. Temos essa cultura. Isso se mistura à questão da Seleção. O país se acostumou muito a vencer, a ser campeão. E é difícil para o torcedor entender que às vezes você vai chegar algumas vezes em quarto, quinto, sexto lugar para mais à frente ser campeão. Tem que ser rever alguma coisa sobre a fórmula do Brasileiro, dos estaduais… Tem que se rever muita coisa no futebol brasileiro

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Por Explosão Tricolor

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