“Um inferno” para os adversários ou para a torcida?




Definitivamente o futebol dentro de campo não é mais assunto do Fluminense neste fim de ano. Faltando uma rodada para o fim do Brasileirão, o nosso Tricolor está em posição melancólica e não possui nenhuma aspiração que motive o torcedor. Nada além de cumprir tabela, o que, considerando a fuga do rebaixamento, já é uma grande conquista.

E é exatamente por me sentir aliviado quanto a esta “conquista tricolor” que o assunto não pode ser outro: as promessas de campanha não cumpridas pela atual diretoria e o fracassado projeto da Flusócio. Por mais que o tema “diretoria” seja exaustivamente abordado neste espaço, ele nunca deve morrer e faz parte daquela parcela da torcida que não quer chegar ao final de 2018 agradecendo aos céus por ter permanecido na série A.

Aproveitando o embalo das manifestações pacíficas que ocorrerão nesta terça-feira nas Laranjeiras, pesquisei na internet as promessas de Pedro Abad para o Fluminense e percebi que nenhuma delas foi cumprida, pelo menos na parte que se refere ao time em campo.

A primeira promessa, que na verdade foi mais uma afirmação, ocorreu em uma entrevista exclusiva que o atual mandatário tricolor concedeu ao site “Goal Brasil”. Nela, Pedro Abad afirma, de forma categórica, que Peter Siemsen, do mesmo grupo que ele, encontrou o Fluminense em uma situação caótica em 2011 e deixou o clube com as dívidas equacionadas. Interessante que o mesmo Abad, por diversas vezes neste ano, disse que o Fluminense está em grave crise financeira e que pegou o clube na mesma situação da suposta herança de Peter. Até agora não se sabe em qual momento ele mentiu.

Além disso, na entrevista que concedeu ao “Explosão Tricolor”, o então candidato disse que a diferença de sua gestão para a de Peter seria basicamente a mudança de conceitos de governança corporativa. No futebol, disse que teria um olhar um pouco diferente sobre a montagem de elenco, com a ideia de dar um “tom mais científico às coisas”.

Pergunto: que raios significa “tom científico” na montagem de um elenco de futebol? Vamos contratar atletas na NASA? Vamos escrever uma dissertação de mestrado sobre “como organizar uma equipe vencedora sem dinheiro para contratação”? Discurso bonito de palavras vazias. Simples assim!

Por sua vez, ao “Globoesporte.com”, Pedro Abad falou, dentre outros assuntos, sobre o propalado estádio tricolor. Disse na época de sua candidatura que o clube tinha três fontes de financiamento previstas em um estudo e que a ideia era um estádio totalmente voltado para o futebol e que fosse “um inferno para os adversários”.

Após um ano de gestão, fica a pergunta: quais são as fontes de financiamento do estádio? Há terreno viável? Onde estão os investidores desse projeto? Pedro Antônio estava certo quando criticou a leniência e a passividade da diretoria neste assunto. O problema é que a vaidade gerou a demissão de quem arregaçou as mangas para trabalhar em prol do Fluminense. Pobre Pedrão!

Outra situação que incomoda bastante e que não é jamais explicada é o sigilo dos contratos e a total ausência de transparência na gestão do clube. O site da “Associação Nacional Tricolores de Coração” divulgou, recentemente, supostos valores dos patrocínios fechados pela diretoria. Excetuando a Frescatto e a Tim, os demais bancam quantias irrisórias para figurarem na camisa de um time de expressão nacional. Chega mesmo a ter apenas a entrega de colchões para Xerém com contrapartida da empresa.

Verdadeira ou não, fato é que a postagem citada não foi questionada pela diretoria, que argumentou que os contratos possuem cláusula de confidencialidade. Como assim? Em uma associação cujo pressuposto é a transparência os contratos são secretos? Querem esconder os valores pífios que o clube recebe e não prestar contas dos patrocínios? Vergonha? Medo? Incapacidade? Realmente ninguém sabe, porque não há divulgação.

Quanto mais transparente é uma instituição, melhor são os retornos de marketing e a aceitação do mercado. Afinal, ninguém quer negociar com um clube cujas contas são uma incógnita. Mas parece que no Fluminense isso é desconsiderado em nome de uma governança corporativa com “um tom mais científico”. Nome bonito para incompetência.

Tem razão a manifestação de hoje. E que ela não pare por aí.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Abel Braga está cobrando um projeto vencedor à diretoria. Mais uma vez demonstra atitude. Nisso, o nosso treinador tem meu respeito.
  2. Conclusão do CT, promessa de ídolos, time competitivo e patrocínio master. Assuntos que estarão no protesto de amanhã. Tem meu apoio.
  3. Clássicos em 2017: 16 jogos e apenas quatro vitórias. Mais um resultado pífio que precisa ser cobrado da diretoria e que estará na manifestação de amanhã.

Evandro Ventura



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