Quatro coisas param no ar!




Maravilha o resultado de domingo! Além de ganhar bem de um time que não é de se jogar fora, o Fluminense ainda mostrou algo que muitos duvidavam (inclusive eu): um elenco com jogadores com gana de vencer. Isso mesmo! Se não são os melhores tecnicamente, pelo menos a garotada tricolor do chamado time B mostra raça e vontade em campo, ideal para o futebol moderno em que o centroavante é o primeiro zagueiro. E exatamente por falar em raça e vontade que a coluna de hoje é dedicada ao eterno Coração Valente.

Conforme noticiado nesta segunda, Washington fará um estágio no Fluminense sob o comando de Abel Braga. O período é só de uma semana, mas para o torcedor tricolor é uma verdadeira nostalgia.

Como se esquecer do gol que fez contra o São Paulo, faltando menos de um minuto para o fim do jogo e que classificou o time para as semifinais da Taça Libertadores de 2008. Aquilo foi inesquecível. Lembro como se fosse ontem: chorei feito criança e não acreditava no que meus olhos viam: o cara subiu contra três zagueiros são-paulinos e testou no ângulo de Rogério Ceni, sem chance de defesa.

É interessante como determinados jogadores crescem quando são colocados à prova. No referido duelo pela Taça Libertadores, Washington estava a oito jogos sem marcar, tendo feito dois gols logo quando mais se precisava dele; sim, dois, porque o primeiro gol daquele 3 a 1 contra o São Paulo também foi dele.

Ainda naquela Libertadores, Washington nos tirou de outra enrascada. Semifinal contra o Boca Juniors e o Flu perdia de 1 a 0 em casa, após empatar por 2 a 2 em La Bombonera, o mítico estádio argentino. O Coração Valente então entrou em ação e, com uma belíssima cobrança de falta, tirou o Flu do sufoco e abriu espaço para a nossa vitória.

Em 2010, com o excesso de contusões de Fred, novamente Washington foi decisivo para o título brasileiro do clube. Se é certo que não fez tantos gols como de costume, o fato é que foi uma “casquinha” da cabeça dele que fez a bola parar no pés de Emerson Sheik; este só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes do Guarani de Campinas. Festa tricolor e conquista do Brasileirão após 26 anos na seca.

Mas o que mais impressiona em Washington é exatamente aquilo que o levou a ter o apelido de Coração Valente. Em 2002, logo após ser contratado pelo Fenerbahçe da Turquia, o jogador sentiu um dor no peito durante um treinamento e os exames constataram que ele possuía uma das artérias coronárias entupida, o que lhe obrigou a fazer um procedimento cirúrgico. Os médicos diziam que ele não poderia retornar aos gramados.

Washington então deixou a Turquia e acertou com o Atlético Paranaense. Porém, precisou fazer nova cirurgia porque foi diagnosticada uma nova obstrução nas artérias. Ainda assim, o Coração Valente lutou contra a doença e conseguiu entrar em campo pelo time do Paraná, marcando no Campeonato Brasileiro daquele ano 34 gols, o que lhe rende, até hoje, o título de maior artilheiro de uma única edição do Brasileirão. Isso, após colocar três stents no coração. É mole!

Ao ver a notícia de que ele estagiaria no Flu, todas essas recordações vieram à tona. Momentos inesquecíveis que fizeram do centroavante figura eterna na memória do torcedor tricolor. Tenho certeza que ele terá muito sucesso na nova carreira de treinador que quer seguir. Já mostrou que é vencedor e que possui força mental suficiente para superar obstáculos.

Hoje, quase nove anos depois, tenho o maior prazer em rever aquele terceiro gol contra o São Paulo em 2008, inclusive já o mostrei para meu filho de dois anos uma centena de vezes. Os olhos do moleque ficam parados vendo Washington flutuar no ar contra três zagueiros e acertar um cabeceio inapelável para o goleiro do time de três cores de São Paulo.

Dadá Maravilha que me desculpe, mas são quatro coisas que param no ar: ele mesmo, helicóptero, beija-flor e o Coração Valente contra o São Paulo, impulsionado pelo “maquinário” que colocou no coração.

Valeu Washington! Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Richarlison não é mais uma promessa: é uma realidade. Claro que tem muito a desenvolver, mas a passagem do garoto pela Seleção sub-20 o fez crescer assustadoramente. Dor de cabeça boa para Abel!
  1. Versatilidade e velocidade são características de Marquinhos Calazans. O moleque é fera e, se usado da forma correta, terá sucesso com a camisa tricolor.
  1. Temos dois goleiros titulares. Confesso que aprendi a gostar do Júlio César. Ele tem personalidade, uma das maiores qualidades que um boleiro pode ter. No lugar de Abel Braga, eu o efetivava como titular.
  1. E o Maraca? Afinal, se o Flu tem um contrato, porque ele não é cumprido? Com a palavra, Pedro Abad.
  1. Enquanto não vem o Maracanã, vamos de Caldeirão Tricolor. Quarta é dia de casa cheia contra o Criciúma. O time deles não é bobo e pode dá trabalho. Precisamos de força máxima dentro e fora de campo.

Evandro Ventura

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