Cala a boca, Eurico!

Vamos acertar uma coisa aqui: fim de semana sem jogo do Fluminense é como se não tivesse sábado ou domingo. Mesmo que o feriado da semana santa seja uma época propícia para visitar familiares, fato é que todo tricolor espera o domingo a tarde para ver o time em campo. Faz parte da paixão pelo esporte.

Mas hoje gostaria de escrever um pouco sobre o imbróglio criado em torno do mando de campo para a semifinal contra o Vasco da Gama. Como sempre, Eurico Miranda tenta ganhar no grito e diz que historicamente possui direito de manter a torcida do lado direito das cabines de rádio e televisão. O Fluminense se sustenta no contrato que possui com o Consórcio Maracanã e que lhe garante o direito de manter a nossa torcida naquele lado do estádio.

Antes de entrar no jogo propriamente dito, devemos fazer uma pequena reflexão: um país sério cumpre seus contratos. Seja no âmbito público ou privado, contrato é contrato e deve ser respeitado. Se formulado entre partes com as mesmas condições de análise e oportunidades de questionamentos, “o combinado não sai caro”.

Se o próprio Consórcio Maracanã não quer cumprir o contrato por alegar prejuízo, isso não dá ao Vasco o direito de questioná-lo. Ele não faz parte do acordo; não está na lista; cai fora!

Quanto ao Consórcio, o Fluminense já resolveu na Justiça Comum. Quanto ao Vasco, resolvemos na Justiça Desportiva. Ontem o clube conseguiu uma liminar junto ao TJD do Rio para garantir que a semifinal ocorresse no Maraca. Mais um ponto para o nosso departamento jurídico.

E o que isso significa? Significa que, mesmo diante de toda desconfiança que cerca um Tribunal Desportivo no país, principalmente no Rio de Janeiro, o direito do Fluminense era tão cristalino, tão evidente, que ficou difícil qualquer manobra para impedir que o jogo acontecesse no Maracanã. Por mais que os dirigentes da FERJ tenham ingerência na Justiça Desportiva estadual, isso não foi suficiente para que a liminar fosse negada.

Outro ponto que merece destaque nessa eterna luta jurídica do Fluminense contra os desmandos do futebol nacional é a classificação do bizarro campeonato carioca. O art. 30 do regulamento da competição diz que a classificação irá considerar os pontos obtidos na Taça Guanabara e na Taça Rio, excluídas as semifinais e as finais de cada turno. É dizer: quem fez mais pontos tem o mando de campo e a vantagem do empate.

E a classificação do campeonato mostra o Fluminense em segundo lugar com 26 pontos no somatório geral, enquanto o Vasco ficou na terceira colocação com 21 pontos. Cinco pontos de diferença e o presidente do bacalhau querendo ter direito ao mando de campo (ou mesmo dizendo que o mando de campo pertence à FERJ e ao seu amigo Rubens Lopes).

Como se não bastasse, o art. 44, II, do regulamento estabelece que as partidas dos clássicos, da semifinal e final do campeonato serão no Maracanã. Fim de papo!

O mais engraçado dessa história toda é que Eurico Miranda não é o único fanfarrão da família; agora colocou seu filho na jogada. Eurico Brandão, vice de futebol e herdeiro do ultrapassado da colina, disse que se o Fluminense entender que as tradições devem ser desrespeitadas, dificilmente jogaria no Maraca. Camarada, vou te falar um negócio: ou joga a semifinal ou toma W.O. Simples assim! Engole o choro e entra em campo! Não siga os malfadados passos de seu pai que tanto mal fez ao nosso futebol e ao próprio time de vocês.

Quanto a essa suposta tradição, o pai de todos os dinossauros do futebol esqueceu que o termo nada mais é do que uma coisa aplicada há muito tempo. Assim, a escravidão era uma tradição até acabar; a corrupção no nosso futebol continua sendo uma tradição, mas vemos uma luz no fim do túnel com as diversas operações de combate à corrupção país afora e que tem atingido a área esportiva; o mesmo se dá com essa história de lado.

Lembre Sr. Eurico: o Fluminense tem um contrato. Ponto final. Aceita que dói menos! Já teve que sentar do lado esquerdo do Maracanã no ano passado. Continuará sentando este ano e em todos os outros, enquanto viger o atual contrato. Nada mais natural e correto.

Te vejo no próximo sábado no Maracanã: eu, do lado direito; você, do lado esquerdo. No mais, é só choro! Cala a boca Eurico!

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

Não estou gostando do futebol apresentado por Pedro. Apesar do bom desempenho de Richarlison no lado esquerdo do ataque, gostaria de vê-lo mais centralizado contra o Goiás, ao lado de Wellington Silva e Marcos Jr. Quem sabe até um ataque sem que ninguém guarde posição. Pra cima deles turma!

Bela sacada de marketing a hashtag #sornozaresponde. A galera participou do Twitter e, sem dúvida, foi uma baita promoção para o jogo de quarta-feira.

Estou igual a Abel Braga: não tenho dor de cabeça com a ausência de Diego Cavalieri. Ele fez lambança em Goiânia. Júlio César é bom goleiro e dará conta do recado.