Goleou o São Paulo e estraçalhou meu coração…




banner_paulonenseAmigos Tricolores, hoje o papo é sobre Fluminense x São Paulo. E vou logo pedindo licença para falar de um jogo entre as duas equipes que foi especialmente marcante para mim. Emocionante ao extremo. Sem dúvida um dos jogos mais emocionantes de minha vida.

Foi o clássico do turno do Brasileirão 2014, quando o Flu sapecou 5 x 2 no São Paulo.  Para que os Amigos me entendam, vou relembrar aquela dura semana que vivi. Na segunda-feira dia 19 de maio, véspera de meu aniversário, perdi minha mãe, que lutava contra uma dura doença ao longo de quatro anos. Difícil. Quem já passou por isso deve saber.

No dia de meu aniversário, 20 de maio, fui ao velório e sepultei minha querida mãe tricolor, que até os últimos dias de sua vida tinha a lucidez de conversar comigo sobre justamente o Fluminense. Acamada, com cuidados especiais, passava o dia ouvindo seu radinho, e não perdia uma resenha esportiva. Perguntava sempre sobre o próximo jogo, se poderíamos ganhar etc.

Não preciso dizer que foi o pior aniversário de minha vida…

No dia seguinte, 21 de maio, às 22 horas, o Fluminense jogaria no Maracanã, contra o São Paulo. É lógico que seria mais coerente eu ficar em casa, pois ainda estava muito abalado.

Quando se aproximava a hora do jogo tomei uma decisão inusitada: resolvi ir ao estádio, pois tinha certeza que minha mãe queria que eu fosse… E assim fiz, com os amigos Bruno Leonardo e Paulo Roberto.

Bola rolando, e eu ali a fim de ficar quietinho, no Setor Sul.

Vitória por meio a zero naquele dia estava de bom tamanho, Amigos, mas o Fluminense gosta de testar minhas emoções… Resolveu jogar muito naquele dia…

A GOLEADA CONTRA O SÃO PAULO

Logo aos 26 minutos nosso estabanado lateral direito Wellington Silva fez um pênalti, e o Rogério Ceni abriu o placar, batendo forte no meio do gol.

Aos 41 o Fluminense empatou, gol de Walter, o gordinho, que naquela noite estava endiabrado. Ele aproveitou rebote de Rogério Ceni.

Ainda no primeiro tempo, porém, aos 44 o São Paulo tomou novamente a frente do placar, gol de Alexandre Pato, de cabeça, em cruzamento de Osvaldo, e assim ficou o primeiro tempo.

Me lembro que naquele intervalo refleti muito, estava muito triste, muito abalado… Nem tanto pelo jogo, mas pelo que eu vinha passando…

O Flu voltou disposto na segunda etapa, parecia que queria mexer comigo… E logo aos 7 Lucão fez contra, em cobrança de escanteio de Conca, deixando tudo igual no placar.

Walter fez então um golaço aos 20, e comemorou deitando e rolando no gramado.

Wal
O golaço de Walter, comemorado depois deitando e rolando no gramado.

Aos 27 Wagner fez mais um, em novo rebote de Rogério Ceni. Não percam a conta:  Flu 4 x 2 no placar.

Aos 30 Rafael Sobis completou passe de Conca, transformando a vitória em baile.

E eu ali, no Setor Sul, me debulhando em lágrimas a cada gol do Fluzão. Em vez de gritar gol eu só lembrava de minha mãe tricolor. Estava tudo muito recente…

Naquele dia eu tive a certeza de que Deus decidiu que eu ia ter que ser testado, e cada gol daqueles era uma injeção de adrenalina, uma mistura de tristeza e alegria, a alegria de poder lembrar daquela que me ensinou a levar aqui no peito um coração tricolor, e a tristeza de não poder mais comentar com ela uma vitória tricolor.

Esse foi o Fluminense x São Paulo da minha vida. E acho que jamais vai ser superado. Foi um jogo inesquecível. Pela vitória maiúscula, pela virada, pelos 5 gols, sendo 4 no segundo tempo, e, principalmente, pela lembrança forte de minha mãe…

Por uma incrível coincidência hoje é dia 25 de junho, seria mais um aniversário dela, aquela que me gerou em seu ventre, e uma outra barriga famosa também é lembrada na data: foi nesse dia, em 1995, que Renato Gaúcho fez seu gol de barriga na final contra os rubro-negros, portanto faz 22 anos!

Hoje tenho a certeza de que, a cada gesto de amor que demonstro ao Fluminense, na verdade estou retribuindo tantos anos de cuidado e carinho que recebi de meus saudosos pais tricolores, eles que sempre foram tão ligados ao futebol, e que começaram a namorar num jogo da Copa do Mundo de 1950, nas arquibancadas do Maracanã.

O futebol, o Fluminense e meu amor pelos mais pais estão ligados para sempre! Nasci sócio, cresci no parquinho do Fluminense, levado pelas mãos de minha mãe. Depois fui levado ao Maracanã centenas de vezes, pelas mãos de meu pai, também Paulo Gomes, ele que no passado conquistou troféus pelo Fluminense, já que foi um grande jogador de sinuca.

Desculpe a todos os leitores por destacar um jogo assim tão particular, tão meu… Obrigado aos amigos Paulo Roberto e Bruno Leonardo, que me aturaram naquele dia e souberam entender toda aquela minha emoção…

Um beijo especial a minha irmã, Josanne, ex-nadadora e multimedalhista tricolor, que viveu muito do que hoje estou escrevendo…

Parabéns, dona Josette! O dia 25 de junho será sempre de excelentes lembranças! Estou aqui em oração lembrando de dias muito bons, que se Deus quiser iremos reviver, um dia…

O Fluminense também é tão especial para mim por isso: me traz lembranças deliciosas de meus queridos pais.

Também por isso tudo é que, na minha vida, O IMPORTANTE É O SEGUINTE: SÓ DÁ NENSE!!!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor

Sempre com a bola e a camisa sagrada tricolor, PaulinhoNense no parquinho do clube.