Dois empates, um grande salto




Estimados leitores. A ascensão do Fluminense pelo técnico Levir Culpi não deixa dúvidas de que todos os trabalhos após a era Abel Braga em 2012 foram muito mal desenvolvidos por todos os treinadores que perpassaram.

Os fatos não mentem: estamos numa semi-final da Primeira Liga e, na Rubensliga, malgrado momentaneamente estejamos com dois pontos, não podemos olvidar que jogamos dois clássicos seguidamente, sendo certo que só temos mais um a disputar, contra o Clube de Regatas Vasco da Gama. Os demais jogos são contra times que, improvavelmente, farão frente ao Fluminense Football Clube. Estamos disputando a taça em ambas as competições, feito que não acontece desde a nossa última conquista em 2012.

Num primeiro momento fica aquela sensação de que, não perdemos, mas também, não vencemos. Entrementes, dentro da balbúrdia que era o Fluminense antes da chegada do Levir, principalmente em relação ao comportamento de alguns atletas e a postura do time em campo, se analisarmos friamente, nossas chances de evolução e crescimento técnico e tático são reais e estão acontecendo gradativamente.

Botafogo e Flamengo são o que são, e não vão passar disso, até porque não possuem muitas opções de variação de jogo, nem jogadores que possam mudar o ritmo dessas equipes. O chororô do Muricy, suscitado precocemente agora em pleno mês de março, início de temporada, já reclamando das sucessivas viagens que vêm “desgastando e cansando” os seus jogadores, retratam bem isso, não se podendo esquecer do semblante nitidamente desapontado do técnico Ricardo Gomes, quando empatamos nos acréscimos com o Botafogo. O Vasco é o mesmo time do ano passado e, talvez, por ter o fator campo e Ferj a seu favor, aparece como forte candidato ao título, embora não seja um time imbatível.

Contra Botafogo e Flamengo fizemos dois jogos completamente diferentes do que fizemos anteriormente, o que evidencia que subimos vários degraus em relação ao que éramos em campo.

Está claro que o time está muito mais compacto, com a zaga protegida, porque o meio campo e os laterais vêm se posicionando muito bem no sistema defensivo.

Henrique já não se depara com jogadores no mano a mano. O Jonathan mostrou que está em forma, demonstrando grande crescimento físico, tático e, principalmente, técnico.

Aquela matada de bola em plena linha lateral, no segundo tempo, após rechaço defensivo do Gum, mostra que o cara, definitivamente, está recuperando o seu melhor futebol.

Por ali o Flamengo não conseguiu nada. E muitas equipes não vão conseguir. Por causa dele, o Gum, gostemos ou não, está muito mais equilibrado defensivamente (embora ainda cometa erros, mas não fatais como acontecia sistematicamente), justamente porque está jogando na sobra, ora com a proteção do Jonathan, ora com a saída de bola do Cícero, como se fosse um zagueiro. Mérito total do treinador.

Sinceramente, considero um desperdício o Cícero jogar de segundo volante, e ainda defendo a idéia de que o Douglas deveria ser titular no lugar do Pierre que, para variar, embora esforçado, continua levando cartão amarelo a cada falta que faz por causa da sua lentidão e, quando chega na entrada da área, NUNCA acerta um chute, como jamais acertou, no gol adversário, sempre isolando as bolas.

Para isso, deveria no mínimo treinar finalização diariamente, coisa que eu tenho certeza que não o faz. Então não chuta, não desperdiça a jogada: faça o feijão com arroz no ataque também, ora, passando ou para a direita ou para a esquerda, mas jamais chutando.

No meio campo para o ataque, o Levir terá muito trabalho: Fred completamente fora de força, inerte, não participativo, lento.

Discordo da história de que “a bola não chega ou não tem chegado no Fred”, pois a função do centro avante não é só esperar a pelota: é participar do primeiro combate na marcação e vir até o meio campo, se necessário for, para tabelar com os jogadores, fugindo da marcação.

Quando está bem fisicamente, o Fred faz isso. Como não está bem a muito tempo, fica essa falsa noção da realidade que a bola não chega. O Fred é que não vem chegando, faz tempo. E isso atrapalhou bastante o nosso ataque, sendo que os dois pênaltis não marcados são um caso à parte. O ataque não funcionou e melhorou um pouco no segundo tempo.

Penso que o Richarlison vai nos dar muitas alegrias, pois ele vai se encaixar como uma luva na proposta de jogo do Levir. Sei que ainda é cedo, mas para o Campeonato Brasileiro, precisamos contratar um Lateral esquerdo para chegar e ser titular, um primeiro volante e um atacante de velocidade, não para ficar servindo o Fred, e sim, para definir as jogadas de lado de campo, coisa que Osvaldo não vem conseguindo fazer, sendo que o Marcos Junior, definitivamente, me convenceu que é jogador de meio campo, e não atacante

Wellington Silva de Lateral esquerdo: não vai dar certo. Está ali porque o Levir, definitivamente, não tem opção, ressalvado a improvável hipótese de jogar com três zagueiros, colocando o Cícero e o Scarpa para revezarem como ponta esquerda.

Quarta feira temos um jogo decisivo contra o Internacional, eterna pedra no nosso sapato, sempre vendendo muito caro as suas derrotas. Jogo dificílimo, mas como o Levir adora uma competição de mata-mata, vamos que vamos.

Rápida Triangulação:

– Precisamos definir, com urgência, um local para ser a nossa “casa”. No campeonato Brasileiro, o fator campo tem sido determinante para conquistas.

– Os dois pênaltis não marcados foram uma vergonha. O Fred vinha sendo puxado, mas descaradamente, sendo certo que, no segundo lance, pela televisão deu para ver nitidamente o desvio com a mão e que, pela regra atual, é pênalti sim. O árbitro não marcou porque não quis. As ampliações de imagem de replay, meio que apontando em cima da linha, a olho nu, é impossível ser visualizado na posição que o árbitro estava: qualquer um marcaria pênalti mesmo. Um escárnio.

– No meu último post teve um internauta “recomendando” que eu tivesse mais cuidado para falar sobre “o tombamento” das Laranjeiras. Que eu tivesse mais conhecimento de causa, e fosse “objetivo” quanto a essa questão, devendo dar mais explicações sobre a real viabilidade do nosso estádio se tornar operacional, bem como ser revitalizado ou até mesmo parcialmente adaptado, mediante pequenas obras ou demolições, para voltarmos a jogar. Achei hilário, pois escrevo para o Brasil inteiro, e não para pessoa X, Y ou Z. Mas achei interessante e válido, por outro lado.

O que falarei incomoda muita gente, e não é pouca não. Existe um forte movimento contrário ao “retorno das Laranjeiras”, que é de nossa PROPRIEDADE, para começar: não é cessão, não é posse, não é direito de construir, tampouco de superfície ou concessão especial de uso. É nosso.

E mesmo assim, tem um pequeno grupo que se sente dono e ainda quer fazer estacionamento onde é o campo e, mais esquizofrênico ainda: queriam “ampliar” a quadra de tênis, fazer campo de futebol society, dentre outras aberrações.

Depois de amanhã o Explosão Tricolor irá publicar uma edição extra, por mim especialmente preparada sobre essa questão, pois já passou da ora de rompermos com alguns falsos dogmas, e reconhecer que houve, de fato, um apequenamento da nossa torcida (vide jogos contra Botafogo e Flamengo), afigurando-se evidente que “Laranjeiras para 15 mil pessoas” estará de muito bom tamanho, sendo viável, factível e sem necessidade de gasto suntuoso. Se esta capacidade, em média, está sendo de “super tamanho” para Vasco, Santos, Chapecoense, Atlético Mineiro, Sport, não vejo porque entramos na furada de adquirir um terreno lá no raio que o parta, e construir um estádio para 30 mil pessoas. Coisas do pessoal da “roleta da piscina das laranjeiras”. O tema será polêmico, extenso, um pouco prolixo, mas necessário, pois o CT, definitivamente, ficará pronto esse ano, e mais vale reformar a própria casa do que a casa dos outros.

Marcos Túlio / Explosão Tricolor

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