Erros de domingo em números: pensar à frente é preciso!




Que coisa sofrível o jogo do Fluminense domingo passado. O time parecia um amontoado de jogadores disputando uma partida contra uma equipe muito superior e que sabia o momento exato de atacar. Tá certo que isso não deve gerar grandes preocupações na torcida e sequer macular a boa campanha que a equipe vem fazendo neste ano, mas uma chamada de atenção na garotada sempre é bom (afinal, ali estava a camisa do Fluminense Football Club).

E para tentar entender um pouco o jogo, nada melhor que as estatísticas. Particularmente quanto à partida de domingo, elas ajudam a compreender porque o Flu dava a falsa sensação de que a dominava quando, na verdade, nada mais fazia do que ficar com a bola sem qualquer eficiência.

Comecemos pelo número de finalizações. O Tricolor atirou 19 vezes contra a meta do Nova Iguaçu, ao passo que time da Baixada deu sete chutes. Nos dois casos, apenas seis acertaram a meta adversária. Melhor pro Nova Iguaçu: efetividade de 86% contra apenas 32% do Fluminense.

Nos cruzamentos o Flu tentou 34, acertando apenas cinco. O Nova Iguaçu esteve ainda pior: lançou 11 bolas na área e somente uma chegou na cabeça dos atacantes. Isso mostra que eles não usaram desse recurso como único expediente para bater o Time das Laranjeiras, o que costuma ocorrer quando um time pequeno pega um grande.

Mas são nos passes e nos lançamentos que a diferença do jogo fica evidente. No primeiro critério, o Fluminense trocou 426 passes certos e 40 errados, sendo que o Nova Iguaçu acertou 197 e errou 39. Já nos lançamentos, o time da Baixada efetuou 43, errando 32. O Flu fez 25 e errou 17. Esses números demonstram que o Nova Iguaçu foi muito mais agudo que o Time de Guerreiros. Apesar de ter pouca posse de bola (41% contra 59%), nas vezes em que a equipe estava com ela nos pés, sempre buscava o ataque, inclusive com diversos lançamentos. Já o Fluminense usou e abusou dos passes laterais e não conseguiu deslanchar na partida. E olha que estamos falando de um time que vem se notabilizando por ser extremamente efetivo quando está com a bola. Basta lembrar a final da Taça Guanabara.

Muito mais que uma simples derrota, a partida de domingo serve de alerta para o restante da temporada: não dá pra subestimar o adversário, ainda que ele seja considerado pequeno. Por enquanto, não se pode extrair nenhuma consequência mais grave do resultado, mas ele deve servir de aprendizado e os números podem ajudar a compreender a equipe que entrou em campo no fim de semana.

E por falar em time reserva, entendo que Abel Braga não acertou em escalá-lo para a partida contra o Nova Iguaçu. Apesar de ser uma temporada desgastante, estamos apenas em seu início e, por certo, alguns jogadores sequer pegaram ritmo de jogo. Talvez poupar três ou quatro peças seja razoável, mas a equipe inteira não é correto. O time perde a oportunidade de continuar com na mesma pegada e o Fluminense perde partidas e moral para enfrentar os próximos adversários.

Na Europa, por mais que joguem menos que no Brasil, a frequência de jogadores poupados é bem menor. Basta ligar a TV no sábado ou no domingo para ver Barcelona e Real Madrid, por exemplo, recheados com suas melhores peças. E olha que lá são comuns os jogos no fim e no meio da semana.

Contudo, é bola pra frente! Contra o Botafogo, na quinta, Abel Braga já adiantou que entrará com o que tem de melhor. Se vamos ganhar? Não sei. Mas, atualmente, acredito que o time titular do Fluminense é melhor que o da estrela solitária. Se não errar, é vitória certa.

Segue o jogo! Cabeça erguida! Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Gosto da raça que o Marcos Jr coloca em campo. O moleque deixa o sangue. Mas parece que ele é melhor quando entra no segundo tempo. Acontece com alguns jogadores. Espero que ele não fica marcado por este estigma.
  1. Na última semana o Fluminense, em parceria com a Ernst & Young, divulgou um orçamento que deixou todos preocupados: este ano teremos um prejuízo na casa dos 75 milhões de reais, o que obrigaria a venda de alguns atletas para sanear as contas. Por mais que isso seja muito estranho, afinal, há menos de dois anos a gestão de Peter Siemsen publicou um balanço com déficit zero no fim do ano, fato é que, por enquanto, ainda não é possível comentar nada mais aprofundado sobre o tema porque o documento ainda não foi oficialmente divulgado.
  1. Ainda sobre o orçamento deste ano, com a conhecida falta de transparência das diretorias do clube, o documento sequer está público e a sua análise é primordial para emitir uma opinião isenta sobre o tema. Aguardemos o dia 30 de março, quando os Conselheiros irão votar o orçamento; talvez assim a torcida poderá verificar melhor esta peça que, espera-se, esteja de amplo conhecimento até lá.
  1. Há duas colunas atrás disse neste espaço que buscaria informações sobre a possibilidade de impeachment do Presidente da FERJ; e ele existe, apesar de quase impossível. De acordo com o Estatuto da Federação, somente a Assembleia Geral pode destituir o Presidente do cargo. E quem a compõe: todos os clubes e ligas amadoras de futebol do Estado. Ou seja, só uma hecatombe pra fazer Rubens Lopes e sua trupe saírem do comando do futebol do Rio pelas vias estatutárias.
  1. Mesmo escalando um time reserva, Abelão continua sendo o Rei do Rio. Ponto final.

Evandro Ventura

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