O Fluminense “frente a frente” com a “Quimera”




Só pelo Fluminense (Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor)
Chegou a hora do Fluminense encarar a "Quimera"
Chegou a hora do Fluminense encarar a “Quimera”

Estimados leitores.

Inicialmente ressalto que não deixarei de fazer um breve comentário, com a tradicional análise tática e as perspectivas em relação ao nosso Fluminense, no pós-jogo com o Corinthians, no confronto de logo mais.

Entrementes já lhes adianto que um empate já será um excelente resultado por dois motivos: primeiro porque não ganhamos nem no par ou ímpar jogando em Brasília; segundo porque o Corinthians é candidato real ao G-4, num confronto que será direto – mesmo com a saída do Tite, pois outro treinador de escol deverá assumir – assim como foi em relação ao Grêmio, onde não vencemos por muito pouco.

Relembro que não sou otimista e sim realista. Neste eito continuo visualizando um Brasileirão consideravelmente nivelado por baixo, onde temos chances lá no topo da tabela, pouco importando o que acontecerá na janela de transferência vindoura. Até porque ninguém trará, seja do mercado Sul Americano ou Europeu, um craque de bola que esteja em bom nível, apto a jogar de imediato, sem necessidade de adaptação que, como já estamos carecas de saber, geralmente leva no mínimo seis meses, seja o atleta brasileiro ou não. Quem está bem fisicamente e tecnicamente não é liberado, nem na China. Fato.

Noutra toada, ressalvada uma venda de dois ou mais jogadores tidos como titulares e bons de bola das principais equipes da Série A, seja ela qual for, não será o suficiente para desequilibrar, negativa ou positivamente, o time. Atlético e Grêmio já provaram isso, e o Corinthians será mais um a ratificar essa afirmativa.

Porém, no nosso caso em específico, prejuízo haverá se Gustavo Scarpa, Douglas e Marcos Júnior forem vendidos, seja de uma só vez, seja ao menos dois dos três citados, de imediato. Aí estamos ferrados e passo acreditar na briga debaixo da tabela, posto que o nosso banco, para essas posições, é inexistente. Ao reverso dos demais times, só temos peças de reposição para o gol, zaga e ataque. No meio campo estamos fracos demais.

Ultrapassadas essas observações preliminares, chegou a hora do nosso amado Fluminense “encarar a Quimera”. Ela está na nossa frente. Não há como fugir.

Para quem não sabe, Quimera é um monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. E segundo o dicionário Houaiss, também é sinônimo de combinação heterogênea ou incongruente de elementos diversos.

Nossa “Quimera” a ser enfrentada, a bem da verdade, é um Tiamat. Isso mesmo, aquele dragão de três cabeças do clássico desenho “Caverna do Dragão”, com um pouco de “esquizofrenia”, que seria os “outros elementos diversos”.  

Acreditem ou não, chegou a hora do Fluminense se definir no cenário nacional: ou ele vira um grande clube, de referência, no mínimo entre os seis primeiros do país, nem que seja dividindo posição, ou nos tornaremos, definitivamente, um clube mediano nos próximos anos.

Mesmo com um belo CT prestes a ficar pronto, e a possível volta das Laranjeiras, isso não será o suficiente.

O Atlético Paranaense é bom exemplo: já tem um CT a bastante tempo, inclusive num nível de excelência nacional e internacional. Sem contar com o “plus” de um estádio próprio e novinho em folha. Desde 2001, quando conquistou o seu único título Nacional, vem “sobrevivendo” de estadual.  

O que há de errado? Primeiro ponto: sócios torcedores. Vejam esses números:

COR Corinthians 128.256

PAL Palmeiras 126.607

INT Internacional 112.756

SPO São Paulo 106.882

GRE Grêmio 95.041

CRU Cruzeiro 75.333

SAN Santos 63.756

CAM Atlético MG 62.440

FLA Flamengo 53.148

10º SPT Sport 43.700

11º FLU Fluminense 32.602

12º BAH Bahia 25.756

13º PON Ponte Preta 18.611

14º CFC Coritiba 17.912

15º REM Remo 17.507

Galera, isso é sério, muito sério mesmo, o que demonstra o apequenamento da nossa torcida no sentido real, moral, intelectual e passional. Isso independe de estádio e de CT.

Chamo a atenção para este ponto, o número um da nossa estagnação para, inclusive, desmentir a falácia de que o grande problema da nossa “queda” no programa sócio torcedor é a ausência do Maracanã, segundo pesquisas feitas pela internet nos mais diversos sites.

O Santos, que raramente joga no Pacaembu, sempre priorizando a Vila Belmiro, com média de Público que não ultrapassa os 16 mil, mesmo em jogos importantes, está aí para comprovar que, um elevado número de sócios, não significa que é necessário ter um mega estádio para comportar todos os associados, pois uma coisa em nada tem a ver com a outra.

Eu mesmo que sou sócio do Fluminense, esse ano, por enquanto, só estive presente na final da Primeira Liga, lá em Juiz de Fora. A torcida do galo nem sempre lota o estádio do América.

A torcida do Fluminense, que virtualmente bate recorde aqui no “Explosão Tricolor”, e noutros sites também, de forma positiva e com elevado número de “curtidas”, comentários, críticas e elogios, no mundo do realmente, se apequena a cada dia que passa, sobre as mais infundadas e estapafúrdias desculpas.

Nossa torcida não comprou o bagulho desde a saída da Unimed. E agora, com a saída do Fred (particularmente fiquei muito satisfeito com a saída dele, até porque não aguentava mais as Fredetes desenfreadas que não entendiam crítica alguma, mas um pouco espantado ao saber do poder financeiro que o galo desenvolveu só com o programa sócio torcedor, que sustenta praticamente toda folha salarial), se não der um “levante” preparem-se para torcer para um clube que assumirá o papel de coadjuvante.

Não acreditem nessa falácia de que “há um movimento para espanholização do futebol Brasileiro” entre Corinthians e Flamengo. Caiam na real: não é dinheiro de cota de TV quem dita ou ditará isso não. Podem dar bilhões como já estão dando ao Flamengo, por exemplo, e vejam aí como está o seu sócio torcedor, os seus resultados em campo? E outro que está em declínio acentuado, sofrendo dez vezes mais penhoras de dívidas de todos os tipos, muito mais do que o Fluminense, inclusive.

A Taça Libertadores é outro exemplo. Ano após ano quebra a falácia de que “os clubes brasileiros são favoritos porque possuem um poder de investimento bem maior”. Caô! Uma coisa é gastar 500 mil por mês com Diego Souza; outra é gastar 100 mil com Guerra, do Atlético Nacional. Gastar 300 mil com Pierre versus 100 mil com Lorenzete, da Universidad do Chile. Que investimento é esse? Pode-se montar um super time com 20 milhões e um péssimo com 70 milhões, dependendo da maneira e com quem se gasta, ora.

Palmeiras, Internacional, São Paulo, Grêmio: os seus respectivos torcedores estão gargalhando para a “espanholização”. E o número de sócios tende a aumentar. A rivalidade é tão grande, como vocês podem ver, que o número de sócios do Corinthians passou o do Internacional, só por causa do Palmeiras; o São Paulo está na cola pelos mesmos motivos, e a do Grêmio está lá na briga, para alcançar o Internacional.

E nós que temos o nosso maior e único rival a frente? Estamos brigando para não levarmos uma dobra do Sport! E em breve, arrisco dizer, até dezembro desse ano, seremos ultrapassados pelo Bahia, passando a “sobreviver” contra Ponte Preta, Coritiba e Remo para ficarmos nos “Top 15” do Brasil, enquanto que os “Top 05” já têm mais do que o triplo!

A exceção do Corinthians, alguém na supramencionada listagem têm patrocínio Master nível Unimed ou suntuosa ajuda televisiva? Reflitam, estimados, pois tem clubes que venceram mais do que a gente, em menos tempo, sem Unimeds da vida.

Segundo ponto: investimento real nos jogadores que formam a base de Xerém, e não somente na estrutura física de Xerém, o que é bem diferente.

Gustavo Scarpa, Kennedy, Gerson, Marlon, Wellington Silva, Wellington Nem, Alan, Maicon, Marcelo, Rafael da Silva e Fabio da Silva (laterais gêmeos), etc…

Que base é essa? Que celeiro de craques “do Fluminense” é esse, que nunca jogam no time principal e, quando muito, vão embora no mesmo ano?

Que meninos de Xerém são esses que, na maioria das vezes, são preteridos em prol de “Pierres da vida” (nosso camisa 10 se chama Ramon; é um baixinho danado, ambidestro: todo mundo sabe, todo mundo vê e viu) e, quando chegam, começando a aparecer no time principal, sobre a alegação de que “precisamos vender uma jóia por ano para equilibrar o fluxo de caixa”, somos surpreendidos quando chegam as propostas do exterior com a informação de que “o Fluminense possui 45%, 55%, 65%” dos direitos Federativos dos atletas? (vai ver não querem passar vergonha e divulgarem que temos 22% do Ramon. Se o garoto subir para o profissional, não desce mais).

Terceiro Ponto: custo benefício de alguns atletas e renovações sem critério, com evidente apadrinhamento de alguns atletas, para agradar empresários. Com a saída do Fred, não dá para “fazer um empréstimo bancário” ou pagarmos “parceladamente”, por mais 25% do Scarpa? Se não puder, porque renovou com Pierre por mais dois anos, pagando trezentos mil, e Cavalieri, pagando seiscentos mil? Para quê contratar Felipe Amorin, que não consegue nem ser titular no Coritiba? O critério é não ter critério ou empresários ainda reinam nas Laranjeiras? Sem ter sócio torcedor para brigar dentro e fora do clube, com participação mais ativa junto aos Conselheiros, inclusive, continuaremos sem entender essas distorções.

Dessarte, prezados, as três cabeças do “Tiamat”, ao meu sentir, são essas, sendo que a nossa “Quimera” já está entrou nas Laranjeiras, com muita facilidade, pela Rua Pinheiro Machado, atrás donde foi demolida parte da arquibancada no nosso Estádio. E se deixarem, essa Quimera comerá até a nossa sede, pois, ao invés de encarar o Tiamat logo de cara revitalizando o estádio, a diretora, semelhante ao Game of Thrones, já chegou ao ponto de cogitar o abandono definitivo do nosso lar, nosso estádio, para “construí-lo”, noutro lugar, sabe-se lá com quantos %, num território desconhecido.

Rápida Triangulação:

– Tite na seleção? Perfeito; vai ser convocado quem merecer e quem estiver jogando bem. Não passaremos mais sufoco nas eliminatórias. Anotem aí. Longe de resolver os nossos problemas estruturais. Mas o cara sabe montar time, fazendo milagre com atletas medianos. Corinthians que o diga nas suas passagens. Mostrará o quão retrógrado são os treinadores que perpassaram na era pós Parreira. Felipão em 2002? Com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho em forma, até o Dunga ganharia essa Copa, última que disputamos com craques acima da média mundial.

– Contratações de peso? A melhor seria adquirir, como já dito, mais vinte e cinco por cento do Scarpa, renovando com ele até 2020, com multa rescisória de 100 milhões de reais, garantindo no mínimo 80 milhões ao Fluminense, e subir o Ramon, definitivamente. O resto é ilusão, pois nem toda contratação é reforço. Maranhão, Dudu… temos melhores na base.

– Volante de Nível, Volante de Nível, Volante de Nível, Volante de Nível. Se Edson e Douglas se machucarem, ferrou! Vejam o quanto evoluímos com a saída do Pierre. As Olimpíadas estão batendo a porta. Douglas certamente vai para a seleção olímpica. Cícero improvisado não vai resolver e não vai dar certo num campeonato que, além de nivelado, é longo, onde os jogadores se machucam e são suspensos.

Marcos Túlio / Explosão Tricolor

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