O tal “ambiente”




Levir Culpi demitido do Fluminense e torcida feliz. Agora todos os nossos problemas foram solucionados e não teremos dificuldades em conquistar a tão sonhada vaga na Taça Libertadores. Certo? Errado.

Olhando o Fluminense jogando contra o Cruzeiro no Mineirão tive a exata noção de que os jogadores não têm nenhuma vontade de vencer. Sério mesmo, os únicos que vi correndo e tentando algo foram os autores dos gols. Os demais, ou são muito ruins (caso de Gum e Wellington Silva) ou estão fazendo corpo mole (eu ainda quero acreditar 050em Gustavo Scarpa).

E contra essa letargia sem fim não há treinador que dê jeito. Podem falar que o técnico tem que ser motivador, verdadeiro gestor de vaidades acumuladas com elevados salários, mas, sem a vontade dos atletas, não há milagre. Parece que o nosso “enceradeira” (Cícero) contaminou todo o time.

Desculpem-me os torcedores menos críticos, mas precisávamos ouvir as palavras de Levir Culpi por meio de sua nota à imprensa: “dos times que trabalhei, o Flu é um dos mais oscilantes no convívio entre vitórias e derrotas”. E tudo isso tem um nome: falta de ambiente de trabalho.

Não! Não me venham dizer que o fato de o time ainda treinar nas Laranjeiras (está revezando com o CT da Barra), tendo contato direto com a torcida e com os demais sócios do clube gera esse ambiente ruim entre atletas, direção e torcida. Não é isso! O que se tem é a ausência completa e absoluta de uma gestão que busque uma boa relação entre todos os envolvidos no processo de manutenção de um grande clube.

O Flu é enorme e não pode ficar sujeito a oscilações de humor de “armandinhos” que ocupam a diretoria. Acredito que o raciocínio da turma que ocupa o poder atualmente é: “me dou bem com todos até atingirem meu calo”. Quando isso acontece, a diretoria simplesmente expulsa as pessoas das Laranjeiras, proíbe o acesso às coisas do dia-a-dia e não busca viver a plenitude da democracia que se exige em um clube de proporções planetárias como é o Fluminense Football Club.

Quem acompanha minhas colunas sabe bem que sou um crítico da gestão de Peter. E que bom que é assim, já que toda a unanimidade é burra, já dizia o ditado. Não fecho os olhos para as conquistas, como o parcial equilíbrio financeiro e a construção do CT. No entanto, tais conquistas são fruto de um trabalho árduo de bastidores e que contou muito mais com as amizades existentes fora do Fluminense do que propriamente com uma gestão eficiente em que o clube, o time e a torcida estivessem no centro da resolução dos problemas.

Muitas conquistas dessa diretoria, sem qualquer dúvida, foram construídas nos belos campos de golfe do Rio e nas viagens internacionais entre amigos, o que não chega a ser demérito, desde que, como dito, o Flu seja a principal razão dos esforços, e não a vaidade própria de quem não aceita ser contrariado.

E toda essa vaidade e a divisão que dela é decorrente passam para o convívio diário no time. Nós, que estamos de fora, temos a exata sensação de que nada nos bastidores do futebol funciona. E parece também que ninguém tem amor em vestir a camisa mais gloriosa do Rio e do país, exceto a molecada de Xerém. Isso é lamentável!

A política do Fluminense se parece com a política do país. Negócios sem transparência e que geram no torcedor o sentimento de que ele não é parte integrante do cotidiano do clube. Assim como o cidadão brasileiro que não se vê como parte integrante das coisas públicas, o que o faz abandonar a política que é, em última análise, o que comanda uma nação, a torcida tricolor se sente alijada do processo de definição dos rumos do clube e não se considera representada por seus dirigentes. Isso reflete na baixa ocupação dos estádios, mesmo com promoções infinitas, e nos próprios jogadores, que não conseguem ter um clima propício para o trabalho.

Enfim, o tal ambiente tricolor é uma lástima, a ponto de Eduardo Baptista, ex-treinador do time, dizer que não largaria a Ponte Preta, clube que treina atualmente, para ir para o Fluminense. Lamentável!

A única esperança do Flu somos nós, os torcedores. Mesmo com esse ambiente inadequado para a prática do futebol, temos que acreditar no clube e, literalmente, carregá-lo nas costas neste momento de dificuldade.

Por isso digo sempre: ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Levir não é unanimidade. Mas, antes de criticá-lo, vejam o que o time fez em campo contra o Cruzeiro. Parecia uma caricatura de equipe.
  1. O tal “cheirinho” acabou virando um espirro. Os rubronecas são eternas chacotas!
  1. Apesar da campanha, ainda podemos classificar para a Libertadores. Incrível! Eu não acredito, mas gostaria de queimar a língua.
  1. Como assim oferecer dinheiro para os jogadores se classificarem? Esse é o incentivo que eles estavam precisando? Não posso acreditar.
  1. Após o jogo contra o Cruzeiro o time teria dois dias de folga. Isso mesmo: dois dias! Parece que a derrota para o time de Minas pelo menos serviu para cortar essa regalia.

Evandro Ventura / Explosão Tricolor 

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