Mário Bittencourt quebra silêncio e detalha sequência de hostilidades em grupo de WhatsApp criado pela Ferj




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Em entrevista concedida à Rádio Globo, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, revelou a sequência de hostilidades sofridas no grupo de WhatsApp criado pela Ferj. Confira abaixo:

Hostilidades

– A partir do momento em que houve posicionamento intelectual de ideia contrário ao retorno, tanto do Fluminense quanto do Botafogo, passaram a ser hostilizados de maneira velada, não diretamente, dentro do grupo, com centenas de matérias postadas propondo retorno, enfim… Só para entender o contexto: centenas de postagens diariamente defendendo o retorno e mostrando números de países como Alemanha e Bélgica (risos). A gente sempre se posicionando, “ok, mas aqui não chegamos no pico da pandemia”, e continuamos defendendo nosso posicionamento.

Pedido oficial de retorno das atividades

– Houve uma outra situação muito chata: foi criado um documento dos clubes pedindo o retorno das atividades. Curiosamente, foi feito durante uma tarde e enviado para Botafogo e Fluminense à noite. Estava tudo em ordem alfabética, e Botafogo e Fluminense estavam fora da ordem e por último, ou seja, já sabiam que não vamos assinar e estão nos isolando. A gente realmente não assinou aquele documento.

Movimento em direção à Prefeitura

– Teve a questão da prefeitura. Recebemos um comunicado dentro do grupo dizendo que o prefeito estaria convidando para uma reunião presencial no Rio Centro para discutir o retorno. Me posicionei dentro do grupo que não iria. Uma coisa é você ser a favor do retorno no momento em que entender que as mortes diminuíram, a pandemia está controlada, e outro é você se mover em direção à prefeitura. Foi um movimento dos clubes para a prefeitura no sentido de pleitear o retorno imediatamente, no mês de junho. Nos posicionamos de maneira contrária.

Ameaça de W.O.

– As hostilidades veladas seguiram. Aliás, em abril, quando disse que a posição do Fluminense era de não retornar no momento, dizem que não fomos ameaçados, mas é o que está escrito no grupo: “Se vocês não forem a campo vão tomar W.O. como diz o regulamento”. Tem gente que não considera ameaça, eu considerei porque não estamos falando de um momento comum, ou seja, não é ir a campo porque não quer, não concorda com horário do jogo ou porque quer jogar de manhã, de noite… Não é uma situação corriqueira, estamos vivendo o maior problema da história da humanidade dos últimos 100 anos.

Preservação de vidas

– Entendo que um posicionamento no sentido da preservação de vidas não deveria ser sequer motivo de levantamento de discussão de aplicar pena desportiva ao clube que está tentando preservar ao máximo não só sociedades como seus atletas, que têm o direito de se recusarem a entrar em campo, a jogar. Em momento nenhum disse que não iria, só que a posição de momento era de ficar em casa. Fomos ameaçados, entendi como ameaça, sim, mas isso foi em abril. Me mantive no grupo depois disso, fiz outros debates sobre outros assuntos técnicos, enfim.

Arbitral

– Houve a convocação do arbitral, curiosamente, na sexta-feira foi avisado que o prefeito quer receber a gente domingo, e logo em seguida o arbitral é marcado para segunda. Tudo bem arquitetado para ter uma questão fática em sequência. No arbitral o edital tinha sete itens dos quais cinco eram lacônicos, e eu impugnei educadamente. Um deles de preparação para o que aconteceu no arbitral.

Posicionamento da Cremerj causou mais hostilidades

– As hostilidades aumentaram quando o Cremerj se posicionou contrário ao retorno. Parece que teve uma notificação a alguns médicos de outros clubes, e aí começou um movimento no grupo de repulsa ao Cremerj. E propuseram que todos os clubes assinassem uma nota dura, a meu ver até deselegante, contra o Cremerj, e novamente Botafogo e Fluminense se posicionaram de maneira contrária, até porque não tem nada a ver com essa questão, é uma posição do conselho de medicina com relação aos profissionais, nada a ver com os clubes. Mas mesmo que tivesse Botafogo e Fluminense não assinariam uma nota de repúdio a um órgão que está defendendo nesse momento a manutenção da quarentena.

Hostilidades diretas

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Rádio Globo

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