116 razões para amar o Fluminense




Amigos Tricolores, hoje o nosso Fluminense completa 116 anos de muitas Conquistas e Glórias. Elaborei uma cuidadosa lista com 116 motivos para amarmos o Fluminense. Na verdade, ano passado eu já escrevera este texto, e estou atualizando dados e acrescentando mais um motivo, por conta de mais um aniversário de nosso querido Tricolor…

Em muitos itens procurei fazer, na medida do possível, uma associação entre o número e o ano do fato relevante ligado à História do Clube. São conquistas, emoções, gols, craques, técnicos, datas, acontecimentos, pensamentos, festas, feitos expressivos e muito mais…

Vamos à lista. Apreciem com moderação.

1 – Torcer pelo clube das três cores que traduzem tradição e ser a torcida mais bela, a que defende o clube mais amado do Brasil!

2 – Em reunião presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto, foi fundado em 21 de julho de 1902 o Fluminense Football Club, quando Oscar Cox foi aclamado o primeiro presidente do clube.  Nascia ali a potência esportiva chamada Fluminense.

3 – Torcer pelo clube que nasceu com origens no futebol, um clube criado para o futebol, pioneiro no Rio de Janeiro e sem a menor vocação para ser um clube de regatas.

4 – Ter o mais belo hino popular dentre todos os criados por Lamartine Babo.

5 – Ter ao longo de sua História torcidas organizadas lindas como Jovem Flu, Força Flu, Young Flu, Flunitor (Niterói), Fluturo (Vila Isabel), CascaFlu (Cascadura), Santa-Flu (Zona Oeste), Flurioso, CopaFlu (Copacabana), Fiel Tricolor, Influente (Engenho de Dentro), IlhaFlu (Ilha do Governador), Flu Bar, Flumineiros, Fluburgo, Flubeer, FluCaicó, Tricolor, Fluminina, Flu Mulher, Sampa-Flu, Axé Flu (Bahia), Fluruguay, Flumenau, Fluritiba,  Garra Tricolor, Movimento Popular Legião Tricolor, Bravo 52… Algumas já extintas, outras não citadas, mas a certeza de que todas, quando torcem unidas, fazem a mais bela arquibancada de um clube de futebol no Mundo e formam, junto com milhares de torcedores avulsos, a magnífica TORCIDA DO FLUMINENSE!

6 – A Conquista do Primeiro Campeonato Carioca, em 1906, um dos inúmeros títulos pioneiros do clube!

7 – Promover as mais belas festas proporcionadas por uma torcida, os primeiros e mais belos mosaicos, sempre financiados pela própria torcida, festas dos balões, das bandeiras, das fitas, papéis picados, celulares, dos bandeirões que cobrem a arquibancada, dos sinalizadores (quando eram permitidos e usados com os devidos cuidados), tudo favorecido por sermos o clube das mais belas cores do Mundo!

8 – Ser a única torcida do Mundo que tem o espetáculo do Pó de Arroz, simbologia que marcou nossa torcida ao longo de décadas.

9 – O Tetracampeonato Carioca conquistado pelo Fluminense, em 1906/07/08/09!

10 – A bela sede social do Fluminense, com sua imponência, grandeza, tradição e beleza. O tradicional estádio das Laranjeiras, construído e ampliado para o Sul-Americano de 1919; o belo parque aquático, em cuja piscina olímpica já foi disputada competição Latino-Americana de alto nível; o Ginásio João Coelho Netto, onde timaços de vôlei, basquete e futsal já deram show; o stand de tiro, onde treinaram grandes atletas olímpicos; a tradicional edificação principal, com o Salão Nobre mais imponente, onde ocorreram bailes espetaculares nos Anos Dourados, e hoje ainda é alugado para grandes festas e casamentos, e onde ocorrerá mais uma FluFest; o parque infantil onde fiz meus primeiros amigos, onde cresci e aprendi a amar o Fluminense; o conjunto de quadras de tênis, de futebol, e demais dependências…

11 – O Cristo Redentor, de braços abertos para as Laranjeiras, imponente, como se a cuidar e proteger o Fluminense, visível do gramado onde tantos e tantos craques já pisaram, treinaram, jogaram e brilharam!

12 – O primeiro flaFlu da História teve vitória do Fluzão! Foi em 7 de julho de 1912, e o Fluminense era o grande azarão. Após cisão no futebol tricolor, nove titulares foram para o clube de regatas, onde fundaram o futebol, mas o nosso time, liderado pelos dois titulares que ficaram, Oswaldo Gomes e Edward Calvert, derrotou os rubro-negros por 3 x 2, em sensacional vitória! E o primeiro gol foi feito pelo tricolor Edward Calvert.

13 – “Nas situações de rotina, um `pó-de-arroz’ pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.” (Nelson Rodrigues)

14 – A História da Seleção Brasileira começou ali, no Estádio das Laranjeiras, na primeira partida oficial da Seleção, em 21 de julho de 1914. Vitória do Brasil sobre o Exeter City F. C., clube inglês, por dois a zero.

15 – O primeiro gol da Seleção Brasileira foi marcado pelo atleta e ídolo tricolor Oswaldo Gomes, aos 15 minutos do primeiro tempo do jogo citado no item anterior.

16 – Ter as mais belas camisas ao longo da História, desde a pioneira branca e cinza, e depois um show de camisas tricolores, lindas brancas, a grená com o desenho do estádio em dourado, as duas na cor laranja… E tantas e tantas outra belíssimas e reproduzidas na linha retrô.

17 – “Ser Fluminense é não ficar no cheirinho, não ficar no chorinho, não ficar em segundinho.” (Paulo Nense)

18 – O Tricampeonato Estadual conquistado pelo Fluminense em 1917/18/19.

19 – O Estádio das Laranjeiras foi ampliado e totalmente construído para o Campeonato Sul-Americano de 1919, conquistado pelo Brasil. A competição não poderia ser realizada no Brasil por falta de um estádio, e então o Fluminense resolveu o problema.

20 – Foi um atleta do Fluminense que ganhou a Primeira Medalha Olímpica do Brasil, nos Jogos Olímpicos de 1920, na Antuérpia, conquistada por Afrânio Antônio da Costa, medalha de prata no Tiro, modalidade de pistola livre.

21 – “Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos.” (Nelson Rodrigues)

22 – Ter torcedores ligados a torcidas como Alemão (década de 1940), seu Armando, Sergio Aiub, Helena Lacerda, Careca do Talco… Dentre tantos outros… Ah, como deixar de citar Mauricio Lima, meu amigo, um tricolor dos mais apaixonados que nos deixou em 2017, mas que certamente também continua torcendo, em outra dimensão.

23 – Ter um torcedor como Pedro Scudieri, um jovem de 25 anos que tem no coração sua paixão pelo Fluminense, da Paz, e que foi bruta e covardemente agredido por bandidos que se dizem torcedores, numa emboscada injustificável… Mas o Guerreiro Scud continua sua luta, e segue se recuperando. Estamos juntos, Scud!

24 – Pelo quarto ano seguido contar com uma Festa do nível da FluFest, comemorativa do aniversário do Fluminense, sempre com eventos sensacionais no clube ao longo de todo o dia, finalizando com um show marcante, feito por um tricolor. Ano passado tivemos o Paulo Ricardo, e no anterior a Banda Blitz, com o líder Evandro Mesquita, tricolor apaixonado, cantando e enaltecendo o Fluminense, para delírio da galera tricolor. Hoje haverá novo Show da Blitz, precedido por stand-up do tricolor Sergio Mallandro. Festas promovidas por crowdfunding, com diversas recompensas para os participantes.

25 – Ser do clube que nunca teve políticos de carreira mandando no clube, banqueiros de jogo de bicho financiando o futebol e muito menos dirigentes em altos cargos de direção indiciados em crimes da operação Lava-Jato.

26 – Por contar com ações coletivas de solidariedade das mais maravilhosas, como o Washington Day, num jogo entre Flu x Atlético/PR, no Maracanã, para arrecadar fundos para auxiliar o ídolo Washington, doente na época e necessitando de recursos, além de tantas outras campanhas para doar sangue e auxiliar torcedores e ex-ídolos, como recentemente para ajudar Gilson Gênio, que infelizmente também já nos deixou, em 2017.

27 – Não ter ídolos envolvidos com o tráfico, muito menos um capitão e ídolo preso por assassinar covardemente uma mulher.

28 – Por promover e ter a resposta imediata dos torcedores em diversas campanhas de crowdfunding, sempre para um objetivo nobre, como os diversos livros históricos do Fluminense, Festas e eventos.

29 – Ter um atleta como João Coelho Netto, o Preguinho, um atleta completo! Disputou em alto nível dez modalidades esportivas, sendo campeão em oito delas: futebol, natação, remo (pelo Clube Guanabara), polo aquático, saltos ornamentais, atletismo, basquete e vôlei. As outras duas foram hóquei sobre patins e tênis de mesa. Após a profissionalização do futebol, em 1933, Preguinho continuou a atuar de forma amadora, recusando-se a receber dinheiro do Fluminense.

30 – O primeiro gol da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo foi do atleta tricolor Preguinho, na derrota contra a Iugoslávia, por 2 a 1, na Copa de 1930, no Uruguai. Preguinho entrou também para a História por ser o artilheiro do Brasil naquela Copa, com 3 gols, e o primeiro capitão em mundiais.

31 – Falar de política é sempre complicado, mas se houve uma cena que muito me emocionou, e eu estava lá a poucos metros, testemunha da História, foi o discurso de Delei, candidato derrotado nas eleições presidenciais do clube em 2013, quando pediu a palavra e parabenizou a lisura do processo político, desejou boa sorte ao Peter Siemsen, enalteceu a instituição Fluminense e mostrou enorme altivez e um gesto de extrema grandeza. Jogada de craque, como sempre, Delei!

32 – Ter nas últimas eleições candidatos da oposição do nível de um Celso Barros, que muito já fez pelo clube, e Mário Bittencourt, igualmente tendo prestado serviços relevantes, como excelente advogado que é. Ambos derrotados, mas contribuíram muito para o engrandecimento da disputa, e quem sabe ainda não contribuirão de forma mais efetiva futuramente. Porque O FLUMINENSE SOMOS TODOS NÓS!

33 – Se houve um jogador que conciliou muito bem a função de craque em campo e treinador de futebol, este foi o Elba de Pádua Lima, o Tim. Jogadoraço em campo, considerado depois “O Estrategista”, quando dedicou-se a dirigir times. Atuou 213 vezes no time, e foi treinador do Fluminense por 166 jogos.

34 – Telê Santana! Outro que foi craque no campo e fera no comando técnico! Jogou 558 jogos pelo clube, e dirigiu a equipe em 109 jogos.

35 – “Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar.” (Nelson Rodrigues)

36 – “Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava em minha alma, em meu coração e em meu corpo.” (João Coelho Netto, o Preguinho)

37 – Carlos Alberto Parreira. Outro grande tricolor. Dirigiu o time por 148 jogos, em 4 passagens pelo clube. Comandou o time num momento difícil, na campanha do título da Série C. Um grande tricolor!

38 – As mais belas músicas cantadas por nossa torcida, ao longo da História, e destaco algumas como A Benção, João de Deus; Fluminense, Eterno Amor; Desde que eu nasci; Eu vou cantar essa paixão; Meu coração acelera; Horto Mágico; Minha Raiz e a que tem mais força para embalar a equipe nos últimos anos: do RPM, Vamos… pra cima Fluzão…

39 – O Fluminense não é nome de bairro. Nem nome de praia. Muito menos nome de estação de Metrô.

40 – Fluminense é nome do maior clube de futebol do Brasil!

41 – Nos dicionários, fluminense significa: 1) relativo a rio, flumíneo, fluvial; 2) relativo ao estado brasileiro do Rio de Janeiro. Portanto, não pode haver um clube que melhor represente o nosso Estado!

42 – Em 1942, o Fluminense doou um avião à Força Aérea Brasileira, para participar da Segunda Guerra e combater o Nazismo. A doação foi possível graças a alguns sócios, que se cotizaram na aquisição de um monomotor Fairchild PT-19.

43 – Presidentes históricos como o grande fundador Oscar Cox, Arnaldo Guinle, Marcos Carneiro de Mendonça, Jorge Frias de Paula, Francisco Horta, Silvio Vasconcelos, Sylvio Kelly dos Santos, Manoel Schwartz, David Fischell, Peter Siemsen… Dentre tantos outros…

44 – “Você não consegue dar dois passos nas Laranjeiras sem tropeçar numa glória!” (Nelson Rodrigues)

45 – Ter a oportunidade de ao longo do tempo de paixão pelo Fluminense ter feito taaaaantos amigos tricolores. Amigos de infância, de parquinho do Fluminense, de futebol jogado no clube, inclusive pelo meu time de peladas, de esportes que pratiquei, festas, jogos, treinos, bares, restaurantes e eventos no clube. Namoradas no Sorvete Dançante, discoteca famosa da década de 1970 no clube… Amigos que já se foram e até amigos que nem conheço pessoalmente, de redes sociais, mas nem por isso menos amigos… Amizades que foram possíveis graças ao Fluminense, e que valem muito para contestar aqueles que acham que o futebol é apenas um jogo sem graça. É muito mais do que um jogo…

46 – A Conquista do Estadual de 1946, considerado o mais difícil e disputado título Estadual, chamado pela imprensa de SUPERCAMPEONATO, tendo um disputadíssimo quadrangular final entre Fluminense, Botafogo, Flamengo e América. No final, prevaleceu o pedido do folclórico técnico tricolor Gentil Cardoso: “Deem-me Ademir que lhes darei o campeonato.” Bingo! Ademir fez o gol do título em cima do Botafogo.

47 – Ter cantores, compositores e músicos do mais alto nível, torcedores tricolores, tais como Cartola, Mário Lago, Elis Regina, Nana Caymmi, Chico Buarque de Hollanda, Gilberto Gil, Dado Villa-Lobos, João Barone, todos os integrantes do conjunto Roupa Nova, Ivan Lins, Carlinhos Vergueiro, Mira Callado, Toni Platão, Noca da Portela, Lulu Santos, Evandro Mesquita (FluFest 2016 e 2018), Paulo Ricardo (FluFest2017), além do pianista Arthur Moreira Lima, e de tantos outros, impossível citar todos.

48 – Até a espetacular bailarina Ana Botafogo é Fluminense! E já foi até homenageada em sessão solene do Conselho Deliberativo.

49 – A Conquista da Taça Olímpica de 1949, o mais cobiçado troféu do desporto mundial, concedido anualmente pelo Comitê Olímpico Internacional, atribuída ao Fluminense em 1949, por ser modelo de organização olímpica, naquele ano. O Fluminense é o único clube de futebol do mundo a receber a Taça, que normalmente era concedida a clubes de esportes amadores, personalidades e entidades nacionais.

50 – Num jogo entre Seleção Carioca e Seleção Paulista, o jogador tricolor Didi fez o primeiro gol do Maracanã! Foi no dia 17 de junho de 1950. Foi também de um jogador tricolor o primeiro gol do Engenhão: Alex Dias, na partida de inauguração do estádio, entre Fluminense e Botafogo, em 30 de junho de 2007.

51 – Com o estádio totalmente reformado, turbinado e propinado para a Copa de 2014, novamente um craque tricolor marcou o primeiro gol na inauguração do novo Maracanã: Fred, no empate de 2 x 2 entre Brasil e Inglaterra.

52 – A Conquista da Copa Rio Internacional de 1952, que pela presença dos principais times mundiais da época foi considerado um Campeonato Mundial de Clubes. A FIFA não reconheceu? Problema da FIFA…

53 – A Conquista de Torneios Internacionais como o Torneio de Paris (duas vezes), Taça Teresa Herrera, Torneio de Kiev, Copa Kirin, Torneio de Seul, Torneio Viña del Mar… Dentre outros…

54 – Ter torcedores ilustres como Nelson Rodrigues, Jô Soares, Pedro Bial, Nelson Motta, Ronaldo Boscoli, Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Fernanda Rodrigues, Juliana Veloso, Hugo Carvana, Paulo Henrique Amorim, Fausto Fawcett, Sharon Menezes, Sergio Mallandro, Bruno de Luca, Deborah Secco, Dora Vergueiro, José Loreto, Gregório Duvivier, Guilhermina Guinle, Maria Zilda, Suzana Werner, Leticia Spiller, Maria Padilha, Mel Maia, Thiago Fragoso, Cacá Bueno, Beto Silva, Renata Capucci, Ana Paula Araújo, Paulo Julio Clement, Caio Blat, Miguel Rômulo, Gabriel Leone, Thalita Rebouças… Fora tantos outros, muito preocupado sempre por não poder citar todos, e fora os já destacados no item 47.

55 – “O Fluminense não nasceu para ser unanimidade nem massa de manobra do interesse demagógico das elites opressoras. O Fluminense nasceu para atravessar a harmonia do bloco dos contentes. Nasceu para incomodar o senso comum. Essa é a nossa sina.” (Nelson Rodrigues)

56 – “Ser Fluminense vem de dentro. Começa na alma, toma conta do coração, passa para a pele, chega até a camisa. Só nós somos Tricolores, de camisa, de pele, de coração e de alma. Só o que sentimos justifica o que fazemos.” (Vídeo comercial convocando o Sócio Torcedor do Fluminense – 2017)

57 – A Conquista do Torneio Rio-São Paulo de 1957 pelo Fluminense, a única disputa da história do Torneio em que houve um campeão invicto. Lembrando que o Flu venceu o importante Torneio também em 1960.

58 – Ter um artilheiro como Valdo, o maior artilheiro da História do Fluminense! Simplesmente o jogador que mais vezes fez a torcida tricolor gritar gol! Foram 319 gols! Seguido por Orlando Pingo de Ouro, com 184, e Fred, com 172 gols!

59 – “Quem espera sempre alcança… Clube que orgulha o Brasil retumbante, de glórias e vitórias mil.” (Lamartine Babo)

60 – “Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A História tricolor traduz a predestinação para a glória.”  (Nelson Rodrigues)

61 – Ter como torcedor ilustre o teatrólogo, romancista, jornalista e cronista Nelson Rodrigues. Simplesmente um apaixonado pelo Fluminense, criador de personagens usados em suas crônicas esportivas, em que sempre distorcia os fatos em favor do Fluminense. Vários de seus pensamentos estão dentre os itens que elenquei nesta minha coluna.

62 – “Fluminense, te amar é minha raiz./ Estar ao seu lado é o que eu sempre quis./ São tantas recordações/ das taças que levantei./ Dos títulos Brasileiros que em Laranjeiras eu festejei./  Tricolor, minha paixão./ Te levarei no peito desde o berço até o caixão.” (Música Minha Raiz, versão de A vida do viajante, de Luiz Gonzaga)

63 – Em 1963, numa final de Campeonato Carioca, entre Flamengo e Fluminense, estiveram 177.656 pagantes, o maior público de uma partida entre clubes no Mundo, com 194.603 presentes.

64 – Ganhar flaFlu é normal! Eles podem ter mais vitórias, mas as mais importantes normalmente são nossas. Em jogos que decidiram campeonatos, o Fluminense ganha por 8 títulos a 4! Fora a vitória no primeiro flaFlu, no primeiro do Maracanã, no do Centenário deles, no do nosso Centenário, no Centenário do clássico…

65 – Que exemplo! Que ídolo! O grande goleiro Castilho, atleta que mais atuou pelo clube na História, simplesmente amputou um dedo da mão para poder atuar num jogo decisivo pelo Fluminense, pois se seguisse o tratamento convencional de uma contusão teria que ficar algum tempo afastado. Amputou e foi para o jogo.

66 – “Pode-se identificar um Tricolor entre milhares, entre milhões. Ele se distingue dos demais por uma irradiação específica e deslumbradora.” (Nelson Rodrigues)

67 – Ter como padroeira do clube Nossa Senhora da Glória, tendo uma imagem na entrada do clube, no jardim em espaço conhecido como “senadinho”. O clube conta também com a proteção do Papa João Paulo II, o João de Deus, que também adotamos recentemente como padroeiro.

68 – “O Fluminense é o único time tricolor do mundo. O resto são só times de três cores.” (Nelson Rodrigues)

69 – A Conquista do Campeonato Carioca de 1969, com a vitória do Fluminense na final por 3 x 2, e o golaço de Flávio decidindo o título! Wilton e Claudio marcaram também.

70 – A Conquista do Campeonato Brasileiro de 1970, o mais disputado da História, uma vez que participaram todos os principais jogadores nacionais que fizeram parte da fortíssima seleção que ganhou a Copa do Mundo de 1970, numa época em que os craques dificilmente saíam do Brasil. O gol do título foi de Mickey, no empate de 1 a 1 com o Atlético/MG, no Maracanã, em 20 de dezembro de 1970.

71 – Quem não conhece um amigo mala botafoguense das antigas que não consegue conversar cinco minutos sobre futebol sem chorar o gol de Lula na final de 1971? Se foi falta ou não eu não sei. O que eles deviam chorar mesmo é que a três rodadas do fim da competição estavam cinco pontos na frente, e a vitória valia só dois pontos na época. Relaxaram, até viajaram, e o Fluminense foi lá e papou mais um caneco. Dizem até que ali foi criado o termo chororô.

72 – Ali pela década de 1970 o Fluminense promovia bailes de gala de Carnaval, chamados de Vert Blanc Rouge. Sucesso total na época. Fui a alguns.

73 – A Conquista do Estadual de 1973 em cima do Flamengo, vitória por 4 x 2, gols de Manfrini (2), Toninho e Dionisio.

74 – A vitória sobre o Bayern de Munique em amistoso no Maracanã em 10 de junho de 1975, com 60.100 pagantes, com um show de bola tricolor contra um timaço. Gol contra de Müller, artilheiro da Copa de 1970, que empurrou a bola chutada por Cleber, que já ia em direção ao gol.

75 – O Campeonato Carioca de 1975 conquistado mesmo o time tendo perdido por 1 x 0 o último jogo contra o Botafogo, pois podia perder até por 2 x 0, já que tinha saldo melhor no triangular final, após vencer o Vasco por 4 x 1. E eu estava lá!

76 – O Bicampeonato Carioca Tricolor (75/76) de um timaço, a Máquina, com a vitória sobre o Vasco no último minuto da prorrogação. O zero a zero era teimoso, mas Doval cabeceou e decidiu o título. E eu estava lá!

77 – O amistoso contra o Corinthians na estreia de Rivellino contra seu ex-clube, num sábado de Carnaval, em 1975, quando o Fluminense venceu por 4 a 1 e o Riva fez três gols, numa tarde em que compareceram mais de 40 mil torcedores ao estádio.

78 – “O Fluminense não é o time que tem mais torcida; o Fluminense é o que tem mais gente!” (Nelson Rodrigues)

79 – Pergunte a um botafoguense se lembra de um gol importante que decidiu um título para eles contra o Fluminense. Ele vai gaguejar, mudar de assunto ou chorar… Ou invocar 1957, quando nem havia televisão.

80 – O golaço de falta de Edinho, em 1980, na final contra o Vasco, garantindo o Campeonato Estadual. E eu estava lá!

81 – Em 21 de julho de 1981 foi assinada a escritura do terreno que hoje abriga o Centro de Treinamento de Xerém, em terreno cedido ao clube pelo então Presidente da República João Baptista de Figueiredo. Méritos para o Presidente da época, Sylvio Kelly dos Santos, que juntamente com o esforço de outros tricolores ilustres pôde tornar possível o projeto, dentre eles o Vice de Patrimônio na época, Amadeu Martins, hoje o associado que tem mais tempo de filiação ao clube: sócio há 72 anos! Em 1983 houve a abertura da área, com apenas um campo de futebol, e em 1984 o time profissional treinou em Xerém, e ao longo dos anos seguintes o CT foi ampliado e modernizado, sendo hoje um centro de referência da base, um dos melhores do país e do mundo.

82 – Em 2016 foi inaugurado o CT Pedro Antônio, e o Fluminense deu um grande salto de qualidade no aspecto patrimonial, passando a não depender só de Laranjeiras e eventualmente Forte da Urca emprestado para treinar a equipe principal. O CT ainda precisa de obras, que incluem principalmente a parte de hotelaria e outras instalações complementares, mas já é um sucesso!

83 – O gol de Assis aos 45’30’’ do segundo tempo, deslocando Raul e fazendo a galera tricolor ir ao delírio no Maraca, calando a torcida rival que gritava “eliminado” e acenava lencinhos, que serviram depois para enxugar as próprias lágrimas, no flaFlu que acabou por decidir o Estadual de 1983. E eu estava lá, na maior emoção que senti no Maracanã!

84 – O gol de Romerito aos 23 do primeiro tempo, garantindo o Bicampeonato Brasileiro ao Fluminense, sobre o Vasco, na primeira partida da decisão, vencida por 1 x 0. O segundo jogo foi 0 x 0. E eu estava lá, nos dois jogos!

85 – O gol de Paulinho de falta aos 31 do segundo tempo, garantindo o Tricampeonato Estadual em 1985, na vitória sobre o Bangu. E eu estava lá!

86 – O gol de Assis de cabeça aos 30’ do segundo tempo, decidindo novamente um flaFlu e garantindo o Bicampeonato Estadual ao Fluminense, em 1984. Aldo cruzou, Assis subiu, parou no ar, escolheu o canto de Fillol, cabeceou e decidiu o campeonato. E eu estava lá!

87 – “Grandes são os outros; o Fluminense é enorme!” (Nelson Rodrigues)

88 – Um artilheiro como Ézio! O Super Ézio, um de meus grandes ídolos, inclusive porque fez um gol em que mais me emocionei nas Laranjeiras, no dia 14 de agosto de 1994, contra o Náutico. Era Dia dos Pais, e assisti ao jogo nove dias depois de perder o meu papai tricolor, que sempre me acompanhou no clube e nos estádios. Na ocasião deste gol me emocionei muito… E o Flu ganhou por 3 x 1.

89 – Pergunte a um rubro-negro um gol marcante deles sobre o Fluminense que decidiu título. Ele vai gaguejar, tentar mudar de assunto, ou citar um gol do tipo “roubado é mais gostoso”, como no Estadual de 2017.

90 – Ser o clube que predominou no Século passado como o maior conquistador de títulos Estaduais, sendo o Campeão Estadual do Século, justo quando o Estadual era o campeonato mais disputado e valorizado do calendário. E não adianta alguns adversários alegarem que não disputaram todos, pois ninguém tem culpa se passaram anos e anos fazendo força nas remadas na Lagoa, inclusive um rival dependendo do Fluminense para começar a jogar futebol.

91 – Ser o clube que predomina dentre os cariocas no Campeonato Brasileiro mais disputado, que é o Brasileirão de pontos corridos, instituído em 2003 e sendo o mais justo formato de todos os tempos, com o predomínio do Fluminense, único carioca a vencê-lo em duas edições. Foi no Século XXI que o Brasileiro passou a ser o campeonato mais disputado do cenário nacional.

92 – Ser o clube carioca que mais ganhou a Taça São Paulo de Juniores, e predominou por muito tempo na hegemonia de títulos, sendo hoje ainda o segundo que mais venceu, só ultrapassado quando passou o torneio a ser um laboratório para times da base, e não uma espécie de campeonato brasileiro da categoria. O Flu venceu 5 vezes: 1971, 1973, 1977, 1986 e 1989, mostrando que o clube sempre foi muito forte como formador de jovens talentos.

93 – Ser o clube que, também nos esportes amadores, sempre predominou no esporte nacional, tanto que é o único clube de futebol detentor da Taça Olímpica, deixando de se destacar quando o esporte deixou de ser amador, tendo hoje empresas dominando e disputando os principais esportes olímpicos.

94 – A vitória por 7 x 1 sobre o Botafogo em 1994, no Maracanã. Humilhou! Nesse eu não fui… Só gosto de jogos mais difíceis…

95 – A Conquista do Campeonato Estadual de 1995 no Centenário do time da Gávea, num dia em que o Maraca estava todo preparado para a festa adversária, e o triunfo vindo ao final do jogo, no tradicional gol de Barriga de Renato Gaúcho, calando metade do estádio e levando a outra metade ao delírio.

96 – “Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico no qual não se pode – e nem se deseja – fugir.” (Nelson Rodrigues)

97 – “O importante é o seguinte: Só dá Nense!!!” (Paulo Nense)

98 – Ser torcedor de um clube que pode não ter o apoio maior da grande imprensa, mas tem suas mídias próprias, feitas por torcedores e colunistas próprios, apaixonados pelo clube. Lembro aqui, além do Explosão Tricolor, FluNews, NetFlu, Tricolor de Coração, Panorama Tricolor, SempreFlu, Observatório do Fluminense, Bate-Papo Tricolor, dentre tantos outros, que estão longe de ser concorrentes. Ao contrário, juntos lutamos para enaltecer ainda mais o Fluminense e destacar sua preponderância no cenário do futebol brasileiro.

99 – Ter a honra de poder escrever num site como o Explosão Tricolor, onde destaco feitos tricolores, comento jogos, descrevo jogos marcantes e fatos do passado, apresento números e estatísticas… Sempre com a liberdade de deixar fluir as palavras, sem censura, mas com muita responsabilidade. Às vezes até tirando uma onda com adversários, mas jamais desrespeitando ou incitando violência. Afinal, jamais serão inimigos; sempre serão adversários, apenas. Agradeço ao Vinicius Toledo, um grande tricolor apaixonado e empreendedor, criador do Explosão Tricolor. E ao Bruno Leonardo, que me convidou e apresentou ao Vinicius, apostando em mim e tornando tudo isso possível.

100 – Ter ídolos ao longo da História como Marcos Carneiro de Mendonça, Oswaldo Gomes, Carlyle, Castilho, Píndaro, Pinheiro, Preguinho, Batatais, Brant, Tim (que era amigo de meu pai), Romeu, Hércules, Pedro Amorim, Ademir Menezes, Didi, Orlando Pingo de Ouro, Jair Marinho, Telê Santana, Félix, Altair, Denilson, Marco Antônio, Lula, Cafuringa, Valdo, Flávio, Samarone, Manfrini, Gérson, Pintinho, Rivellino, Carlos Alberto, Mário Sérgio, Paulo César, Doval, Delei, Edinho, Gil, Dirceu, Paulo Vitor, Ricardo Gomes, Branco, Assis, Washington, Tato, Romerito, Ézio, Thiago Silva, Washington Coração Valente, Cavalieri, Deco, Thiago Neves, Conca, Fred…  Ahhh, não dá para citar todos… Vai por amostragem…

101 – Ter ao longo da História 1.850 jogadores que já tiveram a honra de vestir o manto tricolor em partidas pelo time principal, seja na era amadora, seja pelos profissionais.

102 – A Conquista do Título Estadual no Centenário Tricolor, em 2002, quando a mídia esvaziou o campeonato, num ano de crise na organização da competição e boicote da principal emissora, mas o Flu sendo forte, e ganhando o título!

103 – Ter ao longo da História 108 técnicos que já dirigiram o time principal. Destaque para Zezé Moreira, quem mais dirigiu o time até hoje, com 474 jogos, seguido por Abel Braga, que deixou o clube recentemente em sua terceira passagem, com 329 jogos, vindo depois o uruguaio Ondino Vieira, com 297 jogos.

104 – O Fluminense foi o Campeão do Primeiro Brasileirão Sub-20, realizado em 2015 e conquistado com campanha invicta!

105 – A Conquista do Estadual de 2005, na vitória sobre o Volta Redonda por 3 x 1, com o gol da vitória sendo marcado pelo zagueiro Antônio Carlos, aos 45 do segundo tempo, de nuca, tendo o Fluminense eliminado o Flamengo na final do 2º turno que classificou o Flu para a final, por 4 x 1.

106 – Ter na lembrança gols como o de Rivellino de falta, numa final de Taça Guanabara contra o América, golaço de Parraro, que driblou vários do Bangu, golaço de Rivellino contra o Vasco, na jogada do elástico, o gol de bicicleta de Washington num flaFlu, Marcão de bicicleta contra o Botafogo, Fred de voleio num flaFlu, Fred de bicicleta na final do Estadual 2012, contra o Botafogo, Fred de bicicleta contra o Coritiba, no Engenhão, Deco, na final da Taça Guanabara de 2012, contra o Vasco, Roger antes do meio de campo contra o São Paulo, Antônio Carlos de nuca, gol do título de 2005, Renato Gaúcho de Barriga, no título de 1995, Romerito, no gol de título do Brasileiro de 1984, Assis, nos Estaduais de 1983 e 1984, Marcos Junior, na final da Primeira Liga… Ah… e tantos outros mais… Eu citaria aqui mais uns 200, pelo menos…

107 – A Conquista da Copa do Brasil de 2007, na vitória sobre o Figueirense, por 1 x 0, em Florianópolis, gol do zagueiro Roger, depois de um empate por 1 x 1 no Maracanã. Eu estava no primeiro jogo!

108 – A maior festa já vista no Maracanã, superando com certeza até as Olimpíadas, num espetáculo pré-jogo de fogos, luzes, cores e sinalizadores, numa época em que eram permitidos, arrepiando a todos que estavam naquela festa, da final da Libertadores. E uma campanha maravilhosa, que incluiu 7 jogos e 7 vitórias no Maracanã. Como diria Nelson Rodrigues, se o Fluminense não ganhou a Libertadores, pior para a Libertadores…

109 – A maior arrancada de um time em situação complicada no Brasileirão. Os matemáticos chegaram a dar 1% de chances de salvação, os jornalistas já nos rebaixavam, e o Flu conseguiu 6 vitórias e 1 empate em 7 jogos, tirando o time da lanterna e colocando-o fora da zona de rebaixamento.  Ali surgiu o Time de Guerreiros!

110 – A Conquista do Tricampeonato Brasileiro, em 2010, na vitória sobre o Guarani na última rodada, por 1 x 0, no nosso Salão de Festas, o Engenhão. E eu estava lá!

111 – A vitória no flaFlu do Centenário! Realizado em 8 de julho de 2012, com direito a Banda dos Fuzileiros Navais tocando os hinos, Toni Platão cantando o nosso, preliminar de veteranos ganha também pelo Flu, Trio Elétrico em volta do campo animando a torcida antes do jogo e vitória do Fluzão por 1 x 0, gol de Fred, literalmente fora o baile.

112 – A Conquista do Tetracampeonato Brasileiro, em 2012, com 3 rodadas de antecipação, na vitória sobre o Palmeiras, por 3 x 2, em Presidente Prudente.

113 – A Conquista do Título Estadual 2012, no nosso Salão de Festas, sob a administração do adversário, o Botafogo, que levou um sacode de 5 x 1 no placar agregado das duas partidas decisivas. Uma das decisões mais fáceis que lembro. E eu estava lá, nos dois jogos!

114 – A Conquista da Primeira Liga, em sua primeira versão, mais uma conquista inédita tricolor, na vitória por 1 x 0, sobre o Atlético/PR, em Juiz de Fora, gol de Marcos Júnior. E eu estava lá!

115 – Não dá para deixar de citar o minuto de silêncio mais emocionante que já presenciei. A galera tricolor solidarizou-se ao técnico Abel Braga em sua dor, no minuto que tocou a alma, antes do jogo contra o Atlético/GO, que marcou o retorno de Abel ao comando do time no Rio, após o triste acontecimento da morte de seu filho João Pedro. Posso registrar como um dos momentos que mais me comoveram na arquibancada do Maracanã: o minuto de silêncio  finalizado com uma salva de palmas e o grito uníssono do nome de Abel… Foi de partir o coração tricolor que bate aqui no lado esquerdo do peito…

116 – “O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade… tudo pode passar… só o Tricolor não passará jamais…” (Nelson Rodrigues)

São esses, Amigos Tricolores, os 116 motivos que pude escolher para hoje, em homenagem aos 116 anos de Glórias do Fluminense. Mas eu poderia escrever 116 mil motivos… Se o espaço permitisse.

PARABÉNS AO ANIVERSARIANTE DO DIA!!!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor