Os donos da bola




Olá, amigos! Que dureza! Em pleno feriado prolongado, tricolores do céu e da terra se juntaram e foram ao Maracanã. Mais de 40 mil pessoas presentes. Marca difícil de ser alcançada com o futebol apresentado pela equipe. Mas todos foram pelo Fluminense Football Club.

Ou melhor: quase todos. Porque há bastante tempo alguns jogadores não se importam mais com o Fluminense. Jogam como craques veteranos em seu último contrato, prestes a encerrarem suas carreiras no fim do ano. Se acham os donos da bola.

Como torcedor, ao ver Levir demitido esperava de Marcão alguma atitude drástica, já que ele conhece o elenco. Pensava eu que poderia pintar aí a entrada de alguns jogadores oriundos de Xerém. Como fui inocente. Marcão escalou a nata da preguiça desportiva mundial.

Um dia vamos saber a verdade: algo estranho ocorre no departamento de futebol.

Continuando sobre o jogo, muita gente sabe que o time do Atlético Paranaense é muito veloz. Marcão incorreu no erro de montar um time mais técnico para prender a bola. Afinal tinha que encaixar a panela inteira. No futebol do final do século passado talvez funcionasse. Falta para muita gente entender que o futebol mudou.

O Fluminense jogou muito mal do início ao fim do jogo. Só não foi derrotado porque a equipe adversária respeitou demais a camisa pesada tricolor. Quem mais queria o jogo do time deles era um atleta emprestado pelo Fluminense (Lucas Fernandes). Isso é um recado claro de como a gestão do futebol está estranha.

Lembro bem que Xerém era uma das bandeiras do clube. Utilizar melhor o celeiro de jovens jogadores seria uma solução mais lógica que apostar em contratações de jogadores com, digamos, baixo valor de mercado.

Fluminense fez 1 a 0, com um gol de cabeça do Cicero. Na única jogada que ainda funciona. Pouco, mas funciona. Fora isso não se teve muita coisa boa no primeiro tempo. Teve sim um show de horrores do Wellington Silva, que errou TUDO na primeira etapa.

Vem o segundo tempo e não houve mudança no time dos donos da bola. Continuaram lá desfilando seu futebol altivo, como se o time fosse a equipe World Classics do videogame. Sempre me pergunto o que os caras com essa atitude ganharam na carreira deles para se sentirem assim.

Furacão partiu pra cima e logo conseguiu o empate. A defesa do Fluminense se alguém apertar um pouquinho entrega. Lançamento longo para a direita ofensiva, Willian Matheus não antecipa de cabeça (coisa mais óbvia a fazer quando se tem 1,87m), o adversário domina colocando na frente e nosso lateral faz o pênalti. Gol deles.

E aí, meu amigo… acontece duas coisas que eu não consigo entender até agora. A torcida vaia, com toda razão, os laterais tricolores. Gum pede para que a torcida pare de vaiar. O GUM PEDIU ISSO! E ainda tive que ver Osvaldo entrando no segundo tempo. No fundo eu sabia que o Fluminense não ganharia naquele momento.

No segundo tempo que se arrastava, a torcida já não tinha motivação para cantar. Mas cantava.

O jogo se arrastou morno até o fim, quando Richarlison foi mais esperto que o marcador, antecipou o domínio de bola e foi derrubado. Pênalti. E aí o grande pecado da falta de comando do time. Richarlison e Wellington tinham batido e convertido os dois últimos pênaltis a favor do Fluminense.

Eis que Gustavo pega a bola para bater e…

– Vergonhaaa! Vergonhaaa! Vergonhaaa! Time sem vergonha!

Grito uníssono de uma torcida que se dividia entre acompanhar a Young Flu ou a Bravo 52. A motivação nunca foi tão forte.

Eis que o campeonato acaba para os tricolores. Não matematicamente, mas isso é uma mera formalidade. Tudo que queriam os donos da bola, que voltarão para casa e tomarão achocolatado com biscoito recheado. Terão belas noites de sono enquanto nós teremos dificuldades para dormir.

Tabelinha:

1- Perdendo a vaga para a Taça Libertadores, acabando o jogo, com apenas uma substituição a fazer. Torcida pedia Magno Alves. Marcão tira Cicero e coloca Douglas. Alguém entendeu?

2- Marcos Felipe, Renato (Avaí), Nogueira, Marlon (Barcelona) e Léo Pelé (Londrina); Marlon Freitas, Douglas, Danielzinho (Oeste) e Bryan Olivera (Otawa Fury); Lucas Fernandes (Atlético-PR) e Pedro. Time que mostraria futebol melhor do que temos visto e de jogadores que pertencem ao Fluminense.

3- Nenhum tricolor pode reclamar da ajuda divina. Ela veio com força dessa vez. Faltou todas as outras coisas.

4- Marquinho não deve mais ser utilizado esse ano. Não marca, não ataca, não recompõe. Uma caricatura do que já foi como jogador.

5- Aliás, se for para fazer uma lista de quem não deve ser utilizado, só paro de escrever no Natal.

Ruan Veiga / Explosão Tricolor

Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

SEJA PARCEIRO DO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com