Expectativa para Taça Rio, trinca ofensiva, desabafo e muito mais. Confira a íntegra da coletiva de Abel Braga!




Após a vitória nos pênaltis sobre o Flamengo e o título de campeão da Taça Guanabara, o técnico Abel Braga concedeu entrevista coletiva. Confira os pontos principais na íntegra:

Superação sem Douglas e Scarpa
Eu gosto de chegar 14h, quando o treino é às 16h. Sinto orgulho. É formidável trabalhar com esse grupo. Depois da viagem de volta de Sinop, eles foram ao clube e quiseram treinar. Ofereci só a piscina. Isso explica muita coisa. Eu, como torcedor, quando fui contratado, coloquei para a direção, disse que meu time não seria mentiroso. Não prometi nada. Só que ia ter alma de guerreiro. Tem sido assim. As dificuldades são sempre grandes. Mas está resgatada a confiança. O ano passado deixou muita insegurança. E como se consegue confiança? Só com trabalho. E isso só se consegue com verdade. Desde o primeiro dia aqui, a gente fala a verdade. O clube foi claro com os objetivos, foi verdadeiro ao saber que não teria condição de contratar. Foi verdadeiro que poderia contratar caso saíssem algumas peças. Não desrespeitamos quem tem contrato e ficou. É só ver: Pierre jogou a final. Vocês sabiam quem era para sair. Gum, Danilo, Osvaldo e Pierre. Osvaldo jogou, Danilo machucou, Gum, operou. Osvaldo e Pierre jogaram. Essa é a maneira de não errar. Nós estávamos prevenidos para a derrota. Queira ou não, terminamos de forma sensacional. O objetivo foi cumprido. Campeões de forma invicta.

Futuro
Vamos tentar ganhar a Taça Rio. Acima de tudo, vamos tentar evitar que uma equipe tenha mais pontos do que a gente. É o que queremos. Para poder terminar com vantagem. Dá para administrar melhor, dá para ter rodízio maior de jogadores. Mas sem perder a essência. Sem o Scarpa hoje, falei que iríamos jogar com Richarlison, Wellington e Dourado. Falaram que eu era louco dentro do clube. Mas decidi os três atacantes. Tinha de colocar medo no adversário. Não posso demonstrar que tenho medo. Porém, no fundo, eu tinha. Mudamos a maneira de jogar de dois jogadores. Falei que era a única maneira de ganhar do Flamengo. Por incrível que pareça, em uma jogada muito forte deles, a bola parada, saíram os gols. Foi merecido. Ver a torcida vibrando de novo foi um prêmio para mim.

Desabafo
Escutei muita bobagem no ano passado. Não trabalhei por opção. É o 24º na carreira. Sou identificado demais com o clube. Já disse que até agora ainda não entendi a minha saída em 2013. Quem sabe, poderia ter ficado aqui direto. Quero agradecer quem confiou em mim. Mas acima de tudo, aos jogadores. São atletas de verdade.

Scarpa e três atacantes
Eu soube que o Scarpa não jogaria na quarta-feira. Ele queria. Ele falou que ia treinar no sábado e jogar. Disse que não era assim. Ele saiu no intervalo no sábado. Ficou um bom tempo sem treinar. Até sábado, ontem. Não adiantava fazer esforço surreal que não estaria 100%. Era o pé direito, o pé de apoio. O problema dos três atacantes era isso: saber que a perda de bola seria mortal. Assim saiu o gol, mais algumas situações. Eu sacrifiquei muito o Wellington e o Richarlison, mas acima de todo o Sornoza. Zé Ricardo falou que eles rodaram a bola, mas não entraram. Eles não conseguiam a vertical, aí começaram os cruzamentos. Estou muito feliz. Os jogadores compraram a ideia.

Disputa de pênaltis
Quer saber a verdade? O Marquinho foi quem bateu pior no treinamento. Além de começar a disputa com lateral e um zagueiro, o quinto seria o Renato Chaves. Os três foram quem melhor treinaram. Já tinha perdido os batedores oficiais. Marcos Junior se prontificou. Confiei na experiência do Marquinho. Além do mérito deles, teve o mérito do Julio César.

Copa do Brasil
Legal o voo fretado a Criciúma. Foi brabo a volta de Sinop. Chegar a uma final de campeonato, não tem como mudar a forma de jogar. No fundo, jogo só com o Orejuela que não pode subir, vocês sabem disso. Chegar a final e falar que essa maneira a gente ia perder… O jogador tem de acreditar. Falei que a gente ia estourar na cara do gol. Deu certo. Vamos folgar amanhã, na terça pela manhã. O presidente entendeu o nosso sofrimento, deu o voo fretado. O pessoal do clube está sendo leal e verdadeiro. Essa direção tem sido de verdade. Valorizo isso, sou assim com meus filhos. Jogador gosta de ouvir isso. Não tem abobrinha, não tem sacanagem.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte.com / Foto: Fluminense F.C

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