Guerra? Pedro Abad se posiciona sobre a situação do Maracanã e critica duramente a postura do Flamengo




A situação envolvendo o Maracanã promete uma verdadeira guerra nos bastidores envolvendo Fluminense e Flamengo. A Odebrecht, vencedora da licitação em 2013, com direito de explorar o estádio por 35 anos, anunciou que deseja romper o contrato. Apesar da empresa ter acertado o repasse da concessão à Largardère, o governador Luiz Fernando Pezão estuda a abertura de novo processo licitatório. Esta possibilidade, defendida pelo Flamengo, foi bastante criticada pelo presidente Pedro Abad.

O Tricolor tem contrato firmado com o atual administrador do estádio. Em 2016, mudou pela última vez as regras para mandar seus jogos. O quarto aditivo do acordo entre as partes aumentou os custos com a operação da partida e determinou o pagamento de um pequeno aluguel. Em contrapartida, deu ao clube toda a renda da billheteria e 25% do valor arrecadado nos bares. Esta relação, aliás, foi referendada pela Justiça em recente disputa, à época em que o Tricolor brigou para enfrentar o Liverpool, do Uruguai, em jogo válido pela Copa Sul-Americana, no estádio.

– A gente tem visto nas redes sociais o vice-presidente administrativo do Flamengo falar claramente que a gestão tem de ser 100% do Flamengo. Isso demonstra o quão individual é a posição do Flamengo. Eu discordo totalmente. Acho que o Maracanã é dos quatro grandes. Todo mundo tem de poder jogar. E não cabe a um clube determinar quais são as condições que um outro vai jogar. Nem o Fluminense, nem o Vasco, nem o Botafogo e nem o Flamengo – disse Pedro Abad.

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Rafael Costa Strauch é vice-presidente de Administração e de Gabinete da Presidência do Flamengo. Em sua conta no Twitter, definida como pessoal, escreveu que a gestão do Maracanã deveria ser “100% nossa permitindo qualquer outro time jogar lá mediante pagamento mínimo para pagar os custos”. Em notas e em entrevistas, o presidente Eduardo Bandeira de Mello defendeu nova licitação e ameaçou não jogar caso a LU Arenas (Largardère/BWA) assuma a gestão do Maracanã. Pois o Fluminense entende que esta empresa deveria assumir a gestão.

– O Maracanã tem de estar à disposição dos clubes do Rio de Janeiro. Não só de um. Ou não só sob a gerência de um clube e, eventualmente, permitindo que outros usem. O Maracanã foi construído com dinheiro público. Mais de R$ 1,5 bilhão. Não tem sentido que um clube sozinho tenha a gerência dele – completou Abad.

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Provável nova licitação

Pedro Abad: Não acho que seja quase certa, mas de qualquer forma, o Fluminense acha e entende claramente que vai ser um prejuízo muito grande ao Estado, um prejuízo muito grande ao povo do Rio de Janeiro pois o processo de licitação é demorado. O estado vai ter de arcar com o custo de operação e de manutenção do estádio, que são muito caros. Além do mais, existe uma outra empresa que tem interesse. O Fluminense nunca demonstrou predileção por nenhuma das empresas. O que importa ao Fluminense é que o estádio continue funcionando de forma empresarial. Então, o que o Fluminense espera é que as coisas não saiam dessa forma. E, se por algum motivo acontecer, tenho certeza de que o Maracanã tem de estar à disposição dos clubes do Rio de Janeiro. Não só de um. Ou não só sob a gerência de um clube e, eventualmente, permitindo que outros usem. O Maracanã foi construído com dinheiro público. Mais de R$ 1,5 bilhão. Não tem sentido que um clube sozinho tenha a gerência dele. Por isso que o edital que está em vigência hoje não permitiu aos clubes a gerência e exigia, ao menos, dois clubes com contrato.

Postura do Flamengo

Pedro Abad: Realmente, a postura… eu não concordo. A gente tem visto nas redes sociais o vice-presidente administrativo do Flamengo falar claramente que a gestão tem de ser 100% do Flamengo. Inclusive, ele foi perguntado sobre a mudança do nome do estádio. Ele falou que dependia. Mas é obvio que o nome é tombado, assim como a parte externa do estádio. Mas isso demonstra o quão individual é a posição do Flamengo. Eu discordo totalmente. Acho que o Maracanã é dos quatro grandes. Todo mundo tem de poder jogar. E não cabe a um clube determinar quais são as condições que um outro vai jogar. Nem o Fluminense, nem o Vasco, nem o Botafogo e nem o Flamengo.

Lagardère deveria assumir?

Pedro Abad: É o natural. Tem uma empresa que está disposta a tocar o Maracanã de imediato e continuar a operação. O Flamengo sempre esteve do lado da GL/CSM, entendendo que era melhor. E quando essa empresa desistiu imediatamente, partiu para a ideia de nova licitação e comandar. Não é que o Flamengo prefira nova licitação. Ele prefere ficar sozinho com o Maracanã e isso, naturalmente, não concordo.

Como fica o atual contrato do Flu?

Pedro Abad: Vamos analisar juridicamente os motivos da eventual rescisão dessa concessão. E, certamente, alguém vai responder por isso. Não acredito que vá acontecer. O Fluminense vai lutar pelos seus direitos e vai incomodar bastante quem deu causa a essa rescisão.

Por Explosão Tricolor / Fonte: GloboEsporte.com / Foto: Fluminense FC

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