Em entrevista, novo diretor executivo do Fluminense fala sobre a situação geral do clube




Em entrevista publicada no site oficial do Fluminense, o novo diretor executivo geral do clube, Marcus Vinicius Freire falou da situação atual do clube e dos desafios que terá pela frente. Confira a íntegra da entrevista:

SER TRICOLOR

Marcus Vinicius Freire: “É um prazer reencontrá-los após um ano. Hoje é uma data especial. Chegar no Fluminense nessa data é especial porque se completam 33 anos da medalha de prata em Los Angeles contra os Estados Unidos. Vou ter que guardar essa data na minha história, porque 11 de agosto é uma data que em que entro com pé direito. Não tinha como recusar o convite feito pelo presidente Pedro Abad. O Fluminense é um grande time.  Todo mundo sabe que sou gaúcho, de Bento Gonçalves, nasci numa família meio colorada, meio tricolor. Cheguei ao Rio com 6 anos e o mais normal era continuar tricolor porque era mais fácil e foi assim que comecei a ver futebol. Fluminense foi o primeiro clube social que pisei, foi onde treinei basquete, antes de chegar ao vôlei. Quando o presidente me procurou, não nos conhecíamos. Não fiz nenhum caminho político para chegar ao Fluminense. O clube estava trabalhando com a Ernst & Young e, com ajuda deles e de head hunters, o Fluminense chegou a algumas pessoas para a posição de CEO. Ainda bem que fui o escolhido. Demoramos um pouco para concluir a negociação, por coisas do Fluminense e minhas também. Quando o Pedro me fez a proposta final eu estava embarcando coma família para a Europa e respondi 17 dias depois, que era quando eu voltava de viagem. Agradeço ao Abad pela confiança. Uma coisa que me contaram logo que cheguei, e foi a Roberta, que está me recebendo de forma super carinhosa: ela disse que os anos do futebol são anos caninos, que valem por sete. Cheguei há dez dias e já comecei a estudar: Barcelona, Manchester, busquei bibliografia para aprender o mais rápido possível e ajudar o clube o mais rápido possível. Já entrei na ação no primeiro dia, na sexta-feira. Não foi uma semana muito light: no sábado teve a tragédia do filho do Abel, no domingo a continuação da tristeza, na segunda venda de um jogador, na quarta jogo, e depois jogo no Maracanã”.

CAMINHOS

Marcus Vinicius Freire: 00″Logo que acabaram os Jogos Olímpicos, minha primeira saída do Brasil foi para ser jurado em um prêmio em Londres, no Sports Leader. Aproveitei que tinha um congresso de futebol e fui me aprofundar um pouco. Tinha um fundo europeu que me sondou para ser representante no Brasil. Depois, em janeiro, fui para os EUA estudar dentro da Nasa “economias exponenciais”, aproveitando que meu filho é fundador de três startups e sou o mentor dessa área de inovação. Quando voltei, achei que estava meio maluco, porque lá se fala em impressão 3d no espaço, nanotecnologia, realidade aumentada. Achei que seria difícil conversar com as pessoas aqui sobre esses assuntos. Depois fui fazer um curso de conselheiro, na Fundação Dom Cabral, porque achava que serviria melhor como conselheiro do que como executivo. Foi aí que veio o convite do Fluminense. O convite mexeu muito comigo, principalmente por ser o Fluminense. E o Fluminense numa situação não normal. O diagnostico feito pela EY, e que me foi apresentado pelo Pedro (e ter o aval da EY que fez um trabalho no COB na mudança radical que o COB teve nos últimos nove anos, dando uma cara profissional ao comitê, coisa que o Fluminense vem fazendo também, foi bem importante). É um carimbo de um a marca mundial. Como e também a chegada da Under Armour. Fluminense está num caminho de se profissionalizar e ter uma exposição positiva numa situação financeira difícil, o que e um desafio gigante e eu adoro desafios e essa soma me faz sentar hoje aqui nessa cadeira”.

PROPOSTAS

Marcus Vinicius Freire: “Em dez dias de trabalho, analiso assim: há a paixão da torcida pelo clube e a paixão da torcida do Fluminense é gigante e é muito importante para nós. Queremos aproximar a torcida, mostrar o que a gente pode fazer por ela e ter ela junto da gente. No Time Brasil estava todo mundo engajado no mesmo projeto, do presidente ao ascensorista do elevador. Aqui, a gente tem o a favor, o contra e o mais ou menos. Essa é a coisa bem diferente: é a paixão. É mais que torcida. Em outros assuntos, é parecido com o COB. São as politicas internas dos vice-presidentes, dos grupos políticos dentro do clube, que eu vivi nos 10 anos como voluntário e depois nos últimos como executivo, com as confederações, os ministérios, as agências. A gente vive algo parecido, em que é preciso equilibrar a decisão pragmática do executivo e uma posição política de um conselho.  O que estamos propondo é uma separação do que acontece no dia a dia. No dia a dia dos clubes, normalmente, esses vice-presidentes, esses conselheiros, atuam quase como executivos. Nossa proposta é um organograma onde esses vice-presidentes sobem para um conselho para aconselhar, e não para atuar no dia a dia. Eu reporto direto para o presidente Abad, e abaixo de mim estão os executivos do dia a dia. Serão sete caixinhas.  Estou falando do diretor de futebol, o Marcelo Teixeira, que vocês já conhecem. Estamos trazendo um nome de peso para mudar completamente a cara dos Esportes Olímpicos do Fluminense. Acho que na segunda-feira consigo anunciar esse nome. Um atleta olímpico com respaldo em gestão. Estamos contratando um gerente geral para o FFC Laranjeiras, que é a sede do clube. Vemos clube de forma diferente. É o nosso patrimônio, e cuidar do nosso sócio que frequenta o clube. Temos já um CFO, especialista em recuperação financeira. Roberta segue como diretora jurídica, para cuidar dos detalhes dos contratos. No marketing criamos uma gerência apenas de operação de arenas, além do projeto de recuperação das Laranjeiras e o projeto da campanha do Pedro que é futuro estádio. E mais uma caixinha que são o marketing e o comercial”.

GOVERNANÇA

Marcus Vinicius Freire: “A Ernst & Young trabalhou no Comitê Olímpico, na CBF, na CBV, no Flamengo e no Fluminense. Logo, os conceitos base de governança serão parecidos. Nossa proposta dentro do Flu é trabalhar com divisão de responsabilidades dentro dos comitês. Já existe isso no futebol. O futebol tem voz para escolhas de saída ou entrada, mas de forma profissional estamos dizendo o que pode ou o que não pode. Até protegendo os clubes. E isso vai valer para outras áreas. Esporte Olímpico da mesma forma. O Fluminense tem vice-presidentes e diretores voluntários, que vão continuar existindo e vão estar nos apoiando na estratégia, mas não executando. Para isso está vindo um diretor de esportes olímpicos. No futuro a ideia é que, melhor de receita, tanto esportes olímpicos quanto FFC Laranjeiras sejam sustentáveis por conta deles e vão estar agregando pessoas. Ou seja, vamos decidir em comitês e não apenas uma pessoa. Ainda tem o PMO, e vai ser o primeiro clube do Brasil e ter um escritório de projetos. Não adianta fazer projeto só no feeling e que faça tudo em projetos e processos”.

PROBLEMAS

Marcus Vinicius Freire: “Estamos no caminho de solucionar a situação atual financeira. Com a última venda, ainda esta semana vamos informar investimentos no futebol. Já recebemos a primeira parte do Richarlison. São duas parcelas”.

AÇÃO

Marcus Vinicius Freire: “Minha participação vai ser 100% em todos os projetos principais. Fiz uma lista do que vou fazer de agora em diante. Primeiro, a separação total entre o politico e o profissional. Segundo: gestão transparente e participativa. A hora que você faz comitês, ninguém decide sozinho. Presidente não contrata sozinho, o diretor de futebol não vende sozinho. É participativo e transparente, tanto para o conselho quanto pra torcida. Vamos subir no site o organograma e toda parte de transparência, código de ética, de brindes. Estou focado agora em geração de novas receitas. O foco é esse: buscar novas fontes de diferentes formar e deixar que projetos sejam realizados. Sobre estádio próprio já fiz três reuniões em dez dias e daqui para a frente, Pedro Abad vai estar dando mais detalhes. Laranjeiras, da mesma forma. Interessa trazer a base para jogar no clube, trazer o sub-20, mas precisamos de parcerias, iluminar para jogos à noite. O principal é entender que o futebol pro Fluminense é uma atividade econômica de entretenimento. Ele parece ser apenas só entretenimento, só torcida, mas é uma atividade econômica. Para isso temos uma filosofia, que tocada pelo diretor de futebol, que é o Marcelo Teixeira, que tem três colunas, que começa na academia de futebol de Xerém. Vamos reforçar a estrutura de Xerém no que tange a ciência do esporte, nutrição, alimentação, atendimentos das famílias, escola da garotada. O Fluminense é o único time do Brasil que tem um time na Europa. Samorín é um modelo diferente, uma exposição da marca Fluminense no mundo, que é importante para nós. E o time Fluminense, que é o principal. Entrei com pé direito: empate, vitória e empate. Cheguei só ganhando pontos”.

OPERAÇÃO MARACANÃ

Marcus Vinicius Freire: “A informação do Governo do Estado é que eles estão finalizando a operação com o consorcio e vão abrir uma nova licitação. Vamos esperar para ver o que vai acontecer. Nos jogos importantes do Maracanã estamos tentando reduzir ao máximo nossas despesas para que o jogo seja lucrativo. No ultimo jogo o saldo foi positivo no borderô, nos camarotes e na alimentação. Para os próximos jogos estamos pensando num pacote para os próximos dez ou trezes jogos para o time não ter prejuízo”.

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Por Explosão Tricolor

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