Antofagasta e Fluminense, Fluminense e Antofagasta…




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ANTOFAGASTA e FLUMINENSE, FLUMINENSE e ANTOFAGASTA…

Buenas, tricolada! Pois é! Final de confronto e o Fluminense segue na Sula! Depois do zero a zero insosso aqui no Maraca, fomos ao Chile e arrancamos a classificação com um 2×1 seguro – mas suado – contra o esforçado Antofagasta.

O jogo desenrolava-se para uma tranquilidade que nem eu mesmo esperava, já que dominávamos as ações e envolvíamos os caras, especialmente com jogadas pela esquerda. Havia até alguma facilidade. Tanto assim que aos 19 min. da primeira etapa, fizemos 1×0.

Entretanto, bastou o Gilberto tropeçar na bola, na nossa intermediária, com ela dominada, e entregá-la de bandeja ao adversário, para a modesta equipe chilena equilibrar a peleja. Que pixotada do nosso bom lateral, putz! Gol dos caras e uma complicação que não estava no script, se avaliarmos os nossos primeiros 26 min., tempo exato do empate dos hermanos, cujo país é banhado pelo Pacífico!

Fim do primeiro tempo, 1×1, de num jogo lá e cá, mesmo o Flu tendo mais posse de bola e desperdiçado alguns bons ataques – e contra-ataques. O último passe não encaixava…

No segundo período, o embate se desenhava de maneira idêntica, em seu início, com o Flu tendo mais a pelota, tocando-a melhor, chegando perigosamente à intermediária chilena, mas errando no lance final e deixando cair a cereja do bolo. O Antofagasta assustava eventualmente em contra-ataques e jogadinhas que envolviam o nosso meio-campo e também o Gilberto.

Desnecessariamente, tornamos a partida mais tensa. E o principal responsável, pra mim, foi o Fernando Diniz. Pela primeira vez discordei absolutamente de sua condução do time à beira do campo. Não era possível ele manter o disperso e inofensivo Daniel no gramado, ainda que as nossas opções do banco não fossem as ideais. Dava para colocar o Caio Henrique pro meio e utilizar o Calazans (ou o Pablo Dyego) em seu lugar – com o Luciano assumindo o definitivo papel de camisa 10, ou ainda o próprio Marlon (que tristeza!) na lateral-esquerda.

Perdemos um pênalti, com o Luciano, que poderia ter nos custado caro, mas ele mesmo se redimiu e marcou o gol que selou a nossa vitória.

Que partidaça do Aírton! O melhor em campo fácil, no meu entendimento. Combateu, distribuiu o jogo, avançou, cobriu os laterais, meteu bolas, enfim, o malandro fez de tudo um pouco. Talvez haja uma certa discussão sobre ele ter chegado atrasado no tento de empate dos chilenos, mas o time estava saindo pro ataque e o Gilberto perdeu aquela bola boba. No entanto, recompor a defesa neste tipo de situação, ainda mais em se tratando de um jogador que ainda não atingiu o seu ápice físico, torna-se bem complicado. É como se quiséssemos manobrar um Fusca num corredor de dois metros, mal comparando. Em contrapartida, 1/3 do nosso primeiro gol pode ser creditado a ele, que recuperou uma bola no meio, após erro de passe do Luciano.

O nosso camisa 5 foi acompanhado bem de perto por Everaldo, autor do primeiro gol, e Yony. Eles também tiveram ótimas apresentações, assim como o Maldini tricolor, Matheus Ferraz, e o Bruno Silva.

A defesa

Rodolfo não teve muito trabalho e nem culpa no gol dos caras. Gilberto esteve bem abaixo de suas últimas apresentações – e do jogador que foi em 2018. Mal na cozinha e no apoio. Requer mais tempo para recuperar totalmente a forma física e a confiança. Matheus Ferraz ganhou todas, mas deu uma pequena cochilada no lance que originou o empate do oponente – mas incorreremos aí no mesmo caso do Aírton. Frazan não comprometeu de todo. Começou razoável, mas o menino é muito atabalhoado! E o Caio Henrique, tal qual o Gilberto, ficou devendo. Não foi mal, contudo, tem feito exibições mais opulentas.

O meio-campo

Sobre o Aírton eu já opinei, mas o Bruno Silva de repente tenha feito a sua melhor partida desde que chegou ao Flu – embora precise controlar o seu gênio e os seus 3 minutos de loucura, que volta e meia demonstra. Marcou bem, fechou os espaços pelo meio e pela direita de nossa defesa, cobriu o Gilberto em todas as oportunidades em que os caras partiram pro fundo, acertou passes e inversões de jogo, o que não vinha ocorrendo, e foi à frente sem medo. Tanto assim que deu um pique a 100km por hora, num contra-ataque fulminante aos 50 min. do segundo tempo, no apagar das luzes, que quase originou o nosso terceiro gol – Gilberto bateu pra fora. O Daniel precisa mostrar muito mais para convencer este tricolor aqui de que pode ser jogador do FFC!

O ataque

Luciano, que eu não canso de dizer, é uma incógnita! Faz algumas belas partidas e outras sofríveis. Ele é capaz deste tipo de variação até mesmo no decorrer de um mesmo duelo. Dois lances cruciais do jogo contra o Antofagasta não me deixam mentir. Ele desperdiçou um pênalti. Já perdeu contra o Ríver, pela Copa do Brasil – mas garantiu o nosso 2 a 1. Acho-o importante no time, no entanto, não pode ser o nosso batedor oficial de pênaltis.

O Everaldo tem que ficar nas Laranjeiras, senhor Pedro Abad! Ponto! Vire-se! É um atleta moderno, dedicado, rápido, habilidoso, via de regra inferniza os laterais “inimigos”, faz um vai e vem insano e veste a camisa como poucos. Dois milhões de reais, que resolveriam a minha vida, no futebol é irrisório. E o próprio salário do cara, mesmo se fosse dobrado, não ultrapassaria o teto que o clube mesmo definiu, senhor Presidente. Deem-nos uma satisfação, caceta! Grande exibição do nosso pontinha, mais uma vez, galera – e ainda fez gol!

Faltou o Speed balançar as redes! Ele fez um grande jogo na noite desta quinta-feira. Perdeu uma chance clara, por força excessiva no momento do chute, deu duas assistências para os nossos dois gols, correu, brigou, extenuou-se, combateu. Enfim, foi o Yony Gonzales do começo do Cariocão novamente.

Diniz e as mexidas

Diniz “abelou” um pouquinho, ao demorar a substituir o Daniel, como eu mencionei mais acima, mas ele tem muito crédito.

Notou-se claramente, no terço final do jogo, que o Flu estava excessivamente nervoso, fugindo de suas características de toques e dando bicão pra tudo o que é lado, errando alguns passes fáceis na meiúca, reclamando com a arbitragem em demasia, e tomando cartões desnecessários. Entendo que a tal tranquilidade deva ser transmitida pelo treinador, o que não ocorreu. E absorvida pelos jogadores mais experientes dentro de campo.

Coletivamente não tivemos a mesma performance e predomínio de outros confrontos, e os números comprovam: os 53% de posse de bola para o atual Fluminense passam ao largo daquele enorme porcentual, e que observamos em partidas recentes.

Paulo Ricardo entrou seguro, e Marlon e Ezequiel não comprometeram, principalmente porque o esquadrão chileno já havia aberto mão de tática e partido pro desespero.

No apito final, tive uma certa dó dos valentes jogadores da equipe rival. O Antofagasta deve ser a Chape chilena, ou o Mequinha, aqui do Rio. No entanto, antes eles chorarem do que nós.

Bora em frente na Sula, com mais um milhãozinho na conta (sei lá, né?) e com fé de que poderemos fazer um 2019 diferente.

Saudações eternamente tricolores!

Rapidinhas:

– E o castigo imposto pelo Fernando Diniz ao Mascarenhas, hein?! Nem foi relacionado para este confronto da Sula. Baixe a sua bola, garoto, você ainda cheira a fraldas! Nada de correr pras redes sociais e chutar o pau da barraca.

– No fim das contas, o maior prejudicado é o próprio Fluminense. O Marlon não é jogador pra gente.

– Que falta faz o PH Ganso, putz!

– Continuamos a perder gols em profusão. Uma hora dessas eles podem fazer muita diferença. Não canso de clamar: volta, Pedro, pelo amor de Deus!

– Gosto do modelo Francisco Horta de negociar jogadores, o troca-troca! Oras, o acordo tem que ser bom pros dois lados! A transação entre Flu e São Paulo envolvendo Calazans e Nenê não me convence. Quero o meia-atacante são-paulino. Mas a fórmula como as tratativas vêm sendo conduzidas me faz lembrar muito o refrão da música ‘O Vira’, dos saudosos Mamonas Assassinas!

– Bruno Silva pode estar fora do Cariocão. Se ele atuasse, daqui para adiante, como na peleja contra o Antofagasta, eu particularmente sentiria a sua falta. Se voltasse no “modo soninho”, de que fez uso até outro dia, sua suspensão será um reforço.

– Quem é vivo sempre aparece, né não senhor Peter Siemsem?

Ricardo Timon