Gestão e futebol






Após uma arrastadíssima Copa América realizada para bacanas e a turma que gosta de se encrencar com cartão de crédito, a bola vai voltar a rolar no Brasileirão. E o nosso Fluminense? Será que está preparado para voltar com tudo? E o primeiro mês da nova gestão?

Primeiro mês da gestão

Primeiramente, não há como deixar de comentar sobre o primeiro mês da nova gestão. Ainda é muito cedo para encher o peito e gritar para o mundo inteiro que o Fluminense agora tem uma grande diretoria. No entanto, é visível que a postura é outra. A forma que o presidente Mário Bittencourt agiu no caso envolvendo o Pedro sinaliza uma importante mudança de ritmo digna de aplausos.

Outro ponto que merece ser destacado positivamente é a tentativa de estreitar o relacionamento do clube com o torcedor. A ideia do treino aberto nas Laranjeiras, no próximo domingo, foi uma tremenda bola dentro. Em tempos de reconstrução, resgatar essa essência perdida é algo extremamente importante.

Ainda sobre o relacionamento do Fluminense com o torcedor, achei uma bola dentro a criação do pacote promocional. Cinco jogos por R$ 150,00 é justo. Entretanto, os valores inteiros dos ingressos para os jogos do Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana estão salgados. Nos jogos do Brasileirão, os setores SUL e LESTE INFERIOR custarão R$ 60,00. Já na partida contra o Peñarol-URU, pela competição continental, os mesmos setores custarão um valor ainda mais caro: R$ 80,00. O clube necessita angariar milhares de novos sócios, mas não acredito que essa forçação de barra seja o caminho para atingir o objetivo.

O pagamento de parte dos salários atrasados é algo que merece ser destacado, mas sempre com o sinal de alerta ligado por conta da falta de transparência ainda existente no Fluminense. Como ainda é o primeiro mês, darei um desconto, pois imagino que a coisa esteja bastante corrida para apagar “n” incêndios.

Há outros assuntos importantes que merecem ser debatidos, mas deixarei para fazer isso através de um vídeo que será publicado nos próximos dias.

A bola vai rolar…

Depois de um mês parado, o Fluminense retornará aos gramados. Difícil cravar o que acontecerá daqui pra frente, no entanto, fica a esperança de que o sistema de jogo tenha sido aperfeiçoado. Isso poderá ser um grande diferencial nesse retorno pós-Copa América.

Sobre o time, confesso que tenho uma séria preocupação com a defesa. A perda do Matheus Ferraz para o restante da temporada foi algo terrível para o Fluminense. O xerifão estava mandando e desmandando. Sem ele, o jogo aéreo voltará a atormentar. Infelizmente, Digão e Nino deixam a desejar nesse quesito. No restante, acredito que a dupla consiga dar conta do recado, mas algum reforço aceitável terá que chegar para a posição.

No gol, Muriel chega para ser titular. É confiável? Só o tempo dirá. Achei a duração de contrato exagerada: três anos e meio. Já na lateral direita, fica a pergunta: Gilberto vai parar de dar mole? Na esquerda, Caio Henrique segue absoluto, mas sem reserva. Ou seja, a diretoria tem que contratar alguém já que o Mascarenhas ficará uns dois meses fora de combate.

Do meio pra frente, vejo o Fluminense com boas opções. O trio Allan, Daniel e Ganso terminou o primeiro semestre bem encaixado. Juntos, eles deram um interessante volume de jogo para o time. Se a defesa não tivesse dormido no ponto em algumas situações e o ataque não tivesse desperdiçado tanto, o cenário no Brasileirão seria melhor, mas como o tal do “se” não entra em campo…

Segundo informações, Miguel e Guilherme se destacaram nos treinos durante o recesso da Copa América. Excelente sinal, mas como já dizia o eterno mestre Didi: “Treino é treino, jogo é jogo”.

Tudo indica que o Luciano sairá. Deixando de lado toda a questão que envolve a saída dele, é justo ressaltar que o jogador exercia uma importante função tática. Era homem de confiança do Diniz. No entanto, não há mais clima para continuar. Para o lugar dele, o Fluminense está próximo de anunciar o Nenê. Vale a pena? Na minha visão, vale, desde que não venha com um salário lá nas alturas. Sobre o histórico de confusões, aí é uma questão de pulso forte da gestão, que está assumindo o risco de contratá-lo a pedido do Fernando Diniz.

Uma possível formação com João Pedro e Pedro juntos tem sido bastante debatida entre os torcedores. Contra o Bahia, o João Pedro ficou meio perdido pelos lados de campo. No entanto, bastou o Pedro sair, para o garoto logo deixar o seu. Apesar de não ter gostado da primeira experiência, acho válido tentar, pois são dois grandes talentos.

O elenco é elenco é limitado, mas acredito que o atual Fluminense reúna condições de se recuperar imediatamente no Campeonato Brasileiro e avançar na Copa Sul-Americana. Vamos apoiar!

Por hoje é só, mas amanhã tem mais!

Forte abraço e Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo