Mostre a que veio, Fluminense!

Amigos,

Foi a terceira derrota do Fluminense em quatro partidas. Em 12 pontos disputados, perdemos 9 para Vasco, Chapecoense e Avaí.

Não, estes não são números de postulante a G4, e muito menos de postulante a título. Mas são números com os quais o torcedor do Fluminense convive desesperadamente há alguns anos.

Os exemplos não são poucos. Em 2010 quase complicamos a conquista do nosso tricampeonato, com um empate contra o Goiás no Engenhão. Em 2011, demos adeus à briga pelo título após uma derrota para um rebaixado América MG neste mesmo estádio. Em 2014 então, nem se fala. América-RN, Goiás, Chapecoense, Vitória, Criciúma, Bahia.

Se qualquer time brasileiro estiver passando por um momento difícil, à beira do abismo, ou simplesmente precisando de uma vitória para recuperar a autoestima após uma série de resultados adversos, basta chamar o Fluminense. Ô time para gostar de levantar defuntos!

E aí é que mora o perigo. Especialmente no campeonato de pontos corridos, o campeão não é aquele que vence os confrontos diretos contra os times da ponta da tabela, mas sim, aquele que perde menos pontos bobos nos jogos em que a vitória é mais do que obrigação.

Vejamos alguns exemplos que nós mesmos sentimos na pele.

Em 2010, fomos campeões com 71 pontos, seguidos de Cruzeiro com 69 pontos e Corinthians com 68 pontos. Nos confrontos diretos, ganhamos do Cruzeiro por 1×0 no Maracanã, e perdemos pelo mesmo placar em Minas Gerais. Já para o Curintia, perdemos os dois jogos. 1×0 em São Paulo e 2×1 no Engenhão.

Em 2012, fomos campeões com 77 pontos, seguidos de Atlético Mineiro com 72 pontos, e Grêmio com 71 pontos. Nos confrontos diretos, empatamos com os pintos em 0x0 no Engenhão, e perdemos por 3×2 no Independência. Já contra o Grêmio, perdemos por 1×0 em Porto Alegre, e empatamos por 2×2 no Engenhão.

Claro que acidentes acontecem. Em 2012, por exemplo, fizemos um jogo terrível contra o Atlético-GO no Engenhão, e saímos derrotados por 2×1.

Mas mesmo assim, vamos tomar como exemplo este ano do nosso tetracampeonato. Até a rodada do título, a 35ª contra o Palmeiras, o Flu havia disputado 19 partidas contra equipes que terminaram o campeonato na segunda metade da tabela de classificação. Foram 16 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota. 50 pontos em 57 possíveis. Um aproveitamento de 87,72% dos pontos.

Vejamos agora o campeonato do ano passado. Em 20 jogos realizados contra equipes que terminaram o campeonato na segunda metade da tabela, conquistamos 10 vitórias, 3 empates e 7 derrotas. 33 pontos em 60 possíveis. Um aproveitamento de apenas 55 % dos pontos.

Se quisermos fazer um levantamento apenas dos confrontos contra as equipes que foram rebaixadas, os números são ainda piores. 8 jogos, 3 vitórias, 1 empate e 4 derrotas. 10 pontos em 24 possíveis. Um aproveitamento de apenas 41,66% dos pontos.

Este ano o cenário é mais favorável do que em 2014. Em 8 jogos contra equipes da segunda metade da tabela de classificação, conquistamos 6 vitórias e 2 derrotas. 18 pontos em 24 possíveis. Um aproveitamento de 75%.

Não está ruim, mas poderia ser ainda melhor, já que estas duas derrotas vieram para equipes que estão, não apenas na segunda metade da tabela de classificação, mas brigando única e exclusivamente contra o rebaixamento.

Para triunfar no campeonato brasileiro, o erro precisa ser quase que zero nas partidas em que você entra como favorito. São nessas partidas que o título é decidido.

Quarta-Feira pegaremos o Inter no Beira Rio. O colorado é atualmente o 12º colocado, e vem de uma goleada vexatória de 5×0 sofrida para o seu maior rival. Não sou presunçoso de achar que o Fluminense tem que entrar como favorito em um jogo contra o Inter em Porto Alegre. Mas existem situações em que precisamos aproveitar a circunstância favorável que nos é ofertada.

Este é o jogo que dirá a que veio o Fluminense no campeonato. Ano passado, este mesmo Inter também vinha de uma humilhante goleada sofrida por 5×0 para a Chapecoense e foi, como sempre, ressuscitado por nós.

A bola está com você Fluminense! Vamos brigar pelo título, ou apenas por uma vaga no G4?

Aguardemos a quarta-feira.

Abs,

Alan Petersen