Lutar até o fim ou jogar a pá de cal?






Tem horas que não dá para dar uma de politicamente correto ou tapar o sol com a peneira para não polemizar. O momento do Fluminense exige que as coisas sejam jogadas na mesa de forma bem transparente. Para quem ainda não entendeu, serei bem direto: “SE FOR REBAIXADO, O FLUMINENSE FECHARÁ AS PORTAS”. De cara, o clube terá uma drástica redução de cota de TV: de R$ 60 milhões para R$ 6 milhões. Ou seja, o Fluminense ficará inviável.

Em muitas ocasiões, escrevi neste espaço sobre os mais variados problemas de gestão no Fluminense. No último processo eleitoral, cumpri o meu dever como tricolor que foi o de entrevistar os dois candidatos à presidência e realizar algumas perguntas de extrema importância para a sobrevivência do clube. O elevadíssimo BackOffice de R$ 3,7 milhões mensais, por exemplo, foi um tema muito bem questionado durante as entrevistas. Não à toa, depois que o assunto foi explicado através de textos e debatido nas entrevistas, muitos torcedores levantaram a bandeira da necessidade de profissionalizar a estrutura administrativa do clube e, principalmente, reduzir o seu elevado custo que está muito fora da realidade do mercado.

Infelizmente, o conjunto de uma série de erros acompanhados da falta de transparência fizeram com que o Fluminense chegasse ao atual cenário calamitoso. E agora? Agora, meus amigos e minhas amigas, não adianta chorar, xingar e apontar culpados. O estrago já está feito. No entanto, não dá para ficar parado de braços cruzados. O Fluminense ainda tem 22 jogos, ou seja, 66 pontos para disputar. A missão é difícil, diria até que é mais dura que a de 2009, mas ainda dá tempo para tentar reverter. Porém, o presidente Mário Bittencourt precisa aparecer e enfrentar o problema como um verdadeiro líder.

Nos últimos dias, foi noticiado que o Mário Bittencourt e o Celso Barros não estão falando a mesma língua. Também foi divulgado que parte do elenco está insatisfeita com o técnico Oswaldo de Oliveira. Nas redes sociais, Celso Barros foi eleito o vilão da vez. Dizem que o vice geral cometeu alguns equívocos nos bastidores. E aí? Está essa zona mesmo ou a imprensa quer tumultuar? 

Para tentar buscar a virada, algumas medidas terão que ser tomadas com extrema urgência.

Primeiramente, por mais que o problema não seja treinador, manter o Oswaldo de Oliveira será perda de tempo. E se tem algo que o Fluminense não pode perder neste momento é tempo. Além de ultrapassado, o técnico estava há um bom tempo fora do país. Os dois últimos jogos sinalizaram que ele está totalmente por fora do cenário atual do futebol brasileiro. O não aproveitamento do João Pedro como titular nos jogos contra o Corinthians é um bom exemplo da falta de noção do atual comandante tricolor. Tenta o Jair Ventura, Thiago Larghi ou até o argentino Ariel Holan.

Segundo, não acho recomendável entrar em rota de colisão com o Paulo Henrique Ganso e Nenê. O camisa 10 tem atuado como volante, mas ainda assim, boa parte da criação passa pelos pés dele. Ganso é lento, mas distribui passes diferenciados. Se os atacantes não aproveitam, aí é outra história.

Terceiro, realizar uma agressiva promoção no Maracanã. Colocar ingresso em todos os setores por, no máximo, uns R$ 20,00.

Quarto, conforme comentei mais acima, o presidente tem que assumir a responsabilidade e enfrentar o problema.

Atitude, presidente, atitude para ontem, caso contrário, o senhor ficará eternizado como o cara que jogou a pá de cal no Fluminense Football Club. Ainda dá tempo. O elenco é limitado, mas não é pior que os do CSA, Avaí, Chapecoense, Goiás, Fortaleza, Ceará, Vasco da Gama e Botafogo. No entanto, necessita de confiança, organização e muito treinamento de finalizações.

O risco de rebaixamento é muito alto, mas jogar a toalha faltando 22 jogos é inaceitável. Mesmo com muitos problemas e limitações, lutar até o fim é obrigação.

Vinicius Toledo