Deboche




Buenas, tricolada! É difícil escrever nos pós-jogos do Fluminense ultimamente! Mas me sinto na obrigação de exaurir a minha desolação, dividindo-a com os amigos.

“Arrancamos” o um a um contra a desesperada Chape, que troca mensagens com a Série B a cada jogo, desde o começo do campeonato. Ah, em pleno Maraca, pela vigésima-oitava rodada do Brasileirão 2019, quando precisávamos desesperadamente da vitória! Mas deu ruim!

Sim, arrancamos mesmo o tal empate, porque os caras fizeram um a zero no seu primeiro ataque, ainda na etapa inicial!

O lateralzinho-esquerdo dos malandros arrancou como uma bala, deixou Gilberto e Allan na saudade, cruzou na nossa cozinha, e o oportunista Everaldo testou no canto baixo esquerdo do nosso goleirão! Digão mal colocado e Caio Henrique olhando a paisagem! É pra matar de raiva os tricolores desaconsoados, né não? E os otimistas também!

Esta mesma Chape que incomodou o Muriel em algumas oportunidades durante os 90 minutos, que viu uns três ou quatro jogadores mancarem no segundo período, por câimbras – já tendo realizado as três alterações, que, outrora queridinha do povão, ante a tragédia que a acometeu, parece-me conformada com a Segundona, que dispõe de um elenco muito sofrível, e que trocou de treinador diversas vezes na temporada. Enfim, esta Chapecoense que é presa fácil para qualquer clube de futebol brasileiro – menos pro Fluminense!

O problema era o PH Ganso? Banquinho nele! O problema era o Jotapê? Vai descansar, menino! O Problema é… Numa boa, OS PROBLEMAS SÃO INÚMEROS! Wellington Nem é um arremedo de jogador.

Nenê, mesmo esforçado, erra mais do que acerta… Aliás, como esse camarada me desperdiça uma chance daquelas, a dois minutos de jogo? João Ricardo batido, zaga adversária caçando borboletas, bola no seu pé direito, e o “profissional”, de 38 anos, bate pra fora, dentro da pequena área! Depois da jogadaça do Speed, que humilhou o beque inimigo, e após o toque na trave do goleiro catarinense, a pelota sobrou à feição para o nosso camisa 77… Porra, inacreditável, mermão!

O glorioso Marcão, a quem defendo pela falta de nomes de técnicos no mercado – ao menos até o final deste ano, pisou na redonda solenemente na peleja desse sábado noturno. Tínhamos três jogadores e meio atuando a contento durante o duelo: Caio Henrique, Daniel e Yony, como destaques – a razoável performance dedico ao Nino. Pois é, o Nenê andava com dificuldades dentro das quatro linhas, no segundo tempo, e o cara retira o Daniel para a entrada do Lucão! Quem? Era para sair o esbagaçado meia-atacante, caramba!

Allan irreconhecível! Estou convicto de que a sua queda de rendimento deu-se depois da convocação para a Seleção Olímpica. Mas já tem neguinho afirmando que ele está de corpo mole para ir pros Molambos. Torcedor é f@*&$#! Não creio, mas as desconfianças são legítimas.

Gilberto não dá! Sem mais delongas! O Digão está com uma “cachopa” maior do que a da Tia Anastácia, do Sítio do Pica-Pau Amarelo! Marcos Paulo ainda está tímido, mas insisto: ele vem sendo subaproveitado! O moleque rende muito mais pela meiúca – ou próximo da área do oponente, e não na esquerda, marcando lateral! Mas aí não é culpa exclusiva do Marcão. Diniz e Osvaldo também o escalavam por aquele setor. Palmas pro Muriel, de novo, que realizou umas três ótimas intervenções.

Entretanto, o caos maior do FFC é administrativo! Lembro do Romerito, naquela maravilhosa época dos anos 80, reclamando do seu “denero”! Um pouco antes, depois de conquistarmos o primeiro turno do Cariocão, perdemos o treinador Cláudio Garcia pro Flamengo – os rubro-negros apresentaram proposta mais vantajosa. E o Deley, tricolor roxo, esteve quase um mês, ou mais do que isso, fora do time por conta de imbróglios com a sua renovação de contrato! O meia Renê, na temporada seguinte, quase saiu do Flu pela porta dos fundos graças a questões monetárias – se não me engano, não havia recursos para comprá-lo junto ao Inter. Salários, estas mesmas renovações, luvas, compra de atletas e quitações de compromissos eram fantasmas que já rondavam o Laranjal!

Os anos seguintes representaram o lamaçal mais imundo de que o Tricolor Carioca poderia “usufruir”. Quedas de divisões subsequentes, lixos de gestões, timecos risíveis, vexames, champagnes estourados, dores, prantos… E o Fluminense ainda respirava. Por aparelhos, mas respirava. Lembrava muito um certo país, que é aviltado sistematicamente desde que três caravelas aportaram no atual Estado da Bahia! Ambos permanecem de pé, o FFC e o tal país!

Chegamos à “era do mecenato”! Craques, títulos, mídia, reconhecimento… E a estrutura interna sempre comprometida – e se corroendo, por debaixo dos panos! Politicagens, desmandos, vaidades, putarias e muito mais. Maquiagens de matéria-prima duvidosa coloriram os gabinetes de Álvaro Chaves – e os rostos de seus próceres! A conta chegaria! Ela não chegou ao co-irmão Vasco da Gama?

Aterrissou, trajando verde, branco e grená, após embates íntimos regados a desconfianças, uma nova corrente política. Ela advinha das arquibancadas! Começou dando as cartas, apostando em mudanças, mas perdeu-se na mesmice que assola o Flu há séculos-luz. Tudo a “lesma lerda”, como cantarolava a roqueira Rita Lee!

Atualmente, sentados na cadeirinha número um da roda gigante que transformou o Fluminense em chacota, voltaram os novos/velhos líderes. Antes inimigos, agora aliados e tidos como a solução definitiva para retirarem o clube da letargia, a política mais uma vez imperou no nosso salão nobre. Diante disso, o enorme Fluminense continua comendo cocô como se degustasse uma bela lagosta ao catupiry! E ainda lambe as beiças!

O deboche absoluto virou rotina nas Laranjeiras!

É membro de diretoria zombando de torcedor que cobra maiores valias em suas atitudes e iniciativas, via redes sociais, é presidente clamando por adesão aos planos de sócio-torcedor – e há uma dificuldade intrínseca nesse acesso -, é vice intimando a galera a comparecer aos estádios… Legal, fofinho, mas e a porra da contraprova? Querem que façamos a nossa parte, mas não cumprem com as suas obrigações mínimas? Sem rodeios, parece mais deboche dos camaradas do que qualquer outra medida. Ou seriam atos de uma tricoloridade que beira o desespero?

Corre em nossas veias o sangue do encarnado, mais grená do que nunca. E também o verde da esperança. Misturado a eles, flui o branco etéreo, que isola uma cor dominante da outra. Àquele manda-chuva do atual governo tricolor, que flauteou venenosamente o lícito questionamento de um torcedor desesperado (se ele se dispuser a ler estas linhas, saberá que me refiro a ele), ratifico aqui a resposta deste internauta: DEVOLVAM O FLUMINENSE A NÓS! Não pergunte mais A QUEM vocês deveriam devolvê-lo, OK?

Não temos mais tempo! Escapar do descenso é obrigação. De todos! Planejar o clube e o futebol para 2020 é premente. Não podemos mais sobreviver diante de tantas sandices, tanto despreparo, tanto amadorismo. E de tantas fogueiras vaidosas alimentadas a gasolina com 500 mil octanas!

Tem inimigo muito próximo, que nasceu no nosso berçário, ensinando ao mundo como trabalhar triunfal e dignamente – dentro e fora de campo. No lugar de macaquices, imitações baratas e sem respaldos, que tal um CNTRL+ALT, CNTRL+DEL nos modelos que realmente podem retirar o Fluminense Football Club da draga em que nos enfiaram? Sintomático: na natureza, nada se cria, tudo se copia… Desde que a inteligência e a boa fé imperem! Como sempre prego, o Flu é muuuuuito maior do que tudo e todos!!!!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon