Improvável




Buenas, tricolada! A noite do improvável invadiu a Cidade Maravilhosa nessa última quinta-feira. E veio com força, desafiando a matemática, as evidências, as crenças e o desamor dos torcedores do FFC!

Uma a zero no verdão paulista, numa peleja em que vivemos alguns sustos somente depois da entrada do enjoado Dudu e do (improvável – sempre ele) Lucas Lima na equipe adversária.

Improvável…

… vermos mais de 30 mil cabeças num Maraca chuvoso, após a galera “desabraçar” o time há tempos. Mesmo com promoções e chamarizes.

… assistirmos a um Fluminense soberano diante de um esquadrão que contou com 140 milhões de investimentos neste 2019.

… a escalação do pesadão Aírton, de início, substituindo o suspenso Yuri, e vendo-o contundir-se sozinho, de forma bisonha, também no início do confronto.

… a correria organizada imposta pelo time do Marcão até a metade da segunda etapa. Raça, coração, pulmão e alguma clarividência imperaram em 2/3 do duelo.

… o gol de placa da joia Marcos Paulo. Sem essa de “sem querer”, como sugerem muitos entendidos.

… os três grandes destaques do clássico: Gilberto, Digão e Dodi, que substituíra o Aírton. Nesta ordem, no meu entendimento.  Queiram ou não, os malandros impressionaram!

… os sumiços de Daniel e Ganso, que destoram do restante dos companheiros. Como preguei aqui mesmo, há tempos, ambos representam os termômetros do time nas boas – ou más – atuações do Flu.

… o nosso treinador-estagiário ratificar a minha tese, de que a sua efetivação foi a medida mais centrada do Mário Bittencourt. Ele tem o grupo nas mãos, mesmo sabendo que seus dias estão contados no comando técnico do Tricolor mais amado do Brasil!

… e surpreendente o Palmeiras, com um poderoso ataque à disposição, e aí não contam titulares ou reservas, pois o seu elenco é o mais homogêneo do país, incomodar pouquíssimo a meta do Marcos Felipe. A rigor, o lance mais contundente dos caras ocorreu no princípio do embate, num chute de fora da área, depois de uma lambança do Allan na saída de jogo. Ah, e a cabeçada que o Digão salvou em cima da linha, no período complementar.

… o nosso segundo golaço, o do Digão, como mencionado no parágrafo anterior, naquele cabeçaço do Luís Adriano, após cruzamento do Lucas Lima. O becão salvou sobre a linha do gol defendido pelo Marcos Felipe.

Enfim, somos o Fluminense Football Club do improvável. Muitos torcem pelos rivais “somente” pela história, “apenas” pelos títulos, por causa dos ídolos… Torcer pro Flu requer maiores explicações e tempo para que os leigos compreendam de fato as intermináveis vírgulas dos nossos alfarrábios.

Provável, sim, de acordo com as nossas recentes apresentações, foram a segurança do Nino – apesar do vacilo numa rebatida na primeira etapa, a capacidade técnica do Caio Henrique, o crescimento do Marcos Paulo, e a dedicação comovente do Yony Gonzales. Cartas marcadas!

Não gosto da geladeira que o Marcão vem impondo ao Jotapê. Estamos perdendo dinheiro, mesmo sabendo que o jogador está desfocado. A Comissão Técnica diz que ele ainda não anda 100% fisicamente, depois da contusão, mas a sua mãe, nas redes sociais, afirma que o moleque está bem, e que a sua retirada do banco de reservas foi opção do treinador. Já convivemos com problemas em excesso há anos e, mais do que isso, atualmente a nossa diretoria tem feito questão de alimentar a fogueira do ódio com gasolina de mil octanas!

No mais, reiterando a minha última coluna, creio que o Fluminense tenha dado ulm passo (quase) definitivo para fugir da degola, com essa segunda “goleada” consecutiva por um a zero.

A próxima meta é buscar mais três pontos, contra o Avaí, na rodada que vem, lá no Sul do Brasil. Mais uma batalha, e mais chances de transbordarmos os recipientes do improvável com muito verde, branco de sobra, e grená a dar com o pau! Pois é, duvidar do Fluzão sempre dá merda! Aprendam!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon