Presidente da FERJ sugere que jogos do Carioca e do Brasileirão sejam realizados no mesmo fim de semana: “Clubes têm elenco para isso”




Foto: Úrsula Nery/ Agência FERJ



Rubens Lopes afirmou que os clubes cariocas podem disputar as duas competições de forma simultânea 

Na tarde desta sexta-feira (24), o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), Rubens Lopes, concedeu uma entrevista coletiva online para esclarecer dúvidas a respeito das medidas que a entidade tomará para o transcorrer da temporada 2020 do futebol carioca.

Ao ser perguntado se a federação acredita em jogos com portões fechados até o fim do ano, ele disse:

– Essa pergunta é interessante. Acredito que sim, essa é minha percepção pelo cenário de momento. Nós estamos com dificuldades para a retomada de atividades, em um grupo extremamente pequeno. Extrapolando para o início da competição, eu penso que talvez a presença de publico não possa ocorrer tão cedo. O quadro é dinâmico, mas a tendência, pelo menos na nossa competição, que deve ser a primeira a começar, as partidas certamente serão realizadas com portões fechados. Ademais, são incógnitas.

Questionado se há chances do Campeonato Carioca de 2020 ser encerrado sem ser finalizado, Rubens Lopes foi enfático:

– Não há limite de prazo. A única coisa que se tem certeza é que o campeonato vai acabar dentro de campo. Todos os jogos serão realizados dentro do regulamento assinado por todos. Essa decisão é da qual a Federação participou com todos os clubes, decidido em unanimidade que o campeonato será decidido dentro de campo. Quando vai acontecer? Não importa, não dá para responder agora. A época que for possível serem jogados os confrontos que estão faltando, vai acontecer.

E para comportar a quantidade de jogos adiados do calendário desta temporada ainda este ano, sem invadir 2021, o mandatário sugeriu:

– Quanto a adentrar ao calendário de 2021, não altera em nada o Carioca. Vai ter jogo no sábado do Brasileiro? Vai ter no domingo do Estadual. Os clubes têm elenco para isso, têm número de atletas para utilizar um numa partida, um numa outra. Já aconteceu na Bahia, jogaram um dia pela Copa do Nordeste, outros pelo Estadual. No inicio do nosso campeonato, alguns usaram equipes mistas, não sua força principal. Pode ter dois mil campeonatos em janeiro e fevereiro, mas os jogos dos campeonatos estaduais vão seguir. Não vai atrapalhar em nada.

Confira outros trechos da entrevista de Rubens Lopes:

Prejuízos causados pela paralisação

– Quando se fala em prejuízo o intangível é extremamente relevante. Credibilidade e conceitos são atingidos violentamente. Em termos econômicos, podemos deduzir que haverá maior concentração de renda. Os ativos perderão valor. A sua bicicleta hoje não vale mais aquilo que você acha. O direito econômico dos atletas não terá o mesmo valor. A concentração de renda é inevitável. Quem tem muitos recursos, terá mais condições. Os prejuízos serão suportados por todos. Em bilheteria, faltam 16 ou 17 partidas, se fizermos uma conta pela média de publico do campeonato, diga-se de passagem, a segunda maior do país, em termos de arrecadação possamos de uma maneira aleatória estipular 6, 7 milhões de reais na bilheteria dessas partidas. Não se tem conhecimento de cada clube, então não se pode dizer como vão suportar essas dificuldades. Elas existirão, ninguém tem dúvida. Agora, se a reserva para suportar o rombo… Cada clube sabe das suas contas, não temos acesso a elas. São informações individuais.

Protocolo de segurança para a retomada do Estadual

– O protocolo médico elaborado e debatido por mais de 30 médicos, todos os clubes participaram disso, com uma consultoria de um grande infectologista da UFRJ, está claro e caracterizado que todos os testes… Ou seja, esse protocolo não é para apenas atletas, mas para cobertura proteção e segurança de todos que venham a estar inseridos. Atletas, gandulas, porteiros… o que posso tiver que será um numero reduzido, colocado para 40 no início. Mas os protocolos serão para todos.

Possibilidade dos jogadores atuarem com máscaras

– Acho difícil, nunca vi em lugar nenhum. A finalidade da máscara é um barreira mecânica à eliminação de gotículas. Você impede que isso seja eliminado num raio de ação maior. Mas isso atrapalha a respiração, não acredito que venha a acontecer. Mas é um problema que os médicos dos clubes vão decidir. Os demais que não estejam em esforço físico intenso, deverão utilizar as máscaras.

Redução do número de jogadores no banco de reservas

– Muito boa colocação. Isso foi pensado, a tendência é essa, por vários motivos. Se você evita o contato, quer evitar a proximidade, se a recomendação é a manutenção de uma distância mínima de segurança, não tem pq aglomerar todo mundo no banco. O núemro de atletas no banco deverá ser reduzido, que permita manter a distância. Alguém pode falar, “vamos colocar um banco muito grande”. Não, não vai ser assim. Durante muitos e muitos anos os campeonatos foram jogados com número pequeno no banco. O brasil foi tricampeão do mundo sem fazer substituição, não tinha na época. Isso não vai atrapalhar em nada.

Realização de testes para detectar o coronavírus

– São testes aprovados pelas autoridades de saúde e serão aplicados a todas as pessoas, atletas ou não, que estiverem evolvidos nas atividades de treinamento, quando isso for permitido. Obviamente, priorizamos os 12 clubes menores da série A. Encaminhamos esse pedido à Secretaria Nacional de Futebol, e segundo o senhor Ronaldo Lima o documento está no gabinete da presidência para ser despachado. Estamos aguardando.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte

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