Presidente do Bahia expõe a sua opinião sobre a Medida Provisória dos direitos de transmissão dos jogos de futebol




Guilherme Bellintani (Foto: Divulgação)



Através de suas redes sociais, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, expôs a sua opinião o sobre a Medida Provisória referente aos direitos de transmissão dos jogos de futebol no Brasil. Confira na íntegra:

“Muita gente me perguntando o motivo de eu estar tão animado com o novo modelo dos direitos de Tv. Vou detalhar. O modelo atual é desigual, é horrível. Não foi capaz de promover a união dos 20 clubes. E nenhuma lei que obrigue a união plena seria aprovada no Brasil hoje, sejamos realistas. Sem a ideal união de 20 clubes (quem sabe um dia), a MP traz um modelo que estimula muito a formação de blocos parciais, consórcios de clubes, etc. Pode ser um começo da cultura de união, que até então não estava fortalecida.

Antes da MP, se dez clubes se unissem em bloco, poderiam vender 90 jogos do Brasileirão (do total de 380). Mesmo sendo 50% dos clubes, só detém menos de 25% dos jogos. Os outros jogos desses clubes desaparecem do mercado, viram pó. Clube ganha menos e o torcedor é prejudicado. Com a MP, esses dez clubes passariam a vender 190 jogos, mais que dobrando a quantidade de jogos a serem comercializados. O produto, portanto, valerá mais, e o torcedor é diretamente beneficiado com isso. Esse já seria o caso dos jogos entre Turner (8 clubes) e Globo (12 clubes) na Tv Fechada. Uma quantidade enorme de jogos que não está com nenhuma das duas, mas poderão agora voltar ao mercado de Tv Fechada. Os clubes Turner passarão de 56 para 152 jogos. Globo tb ganha jogos.

E na Tv Aberta, quais as ameaças/oportunidades? Situação parecida. Se, por exemplo, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco e outros fecham com a Globo, a única saída para o Bahia na TV Aberta é fechar com a Globo já que se o Bahia não tiver esses jogos a Tv Aberta vale muito pouco. Com a MP, a Tv Aberta do Bahia ganha mais força. Temos como vender nossos jogos contra Flamengo, Corinthians, Vasco e Palmeiras. Mais uma vez, a formação de blocos será importante. Bahia sozinho não terá muitos caminhos.

Agora o PPV. Bahia já chegou a receber 20 milhões por ano, mas deve receber menos de 10 milhões em 2020. É um produto em declínio. É uma forte tendência que clubes possam criar suas próprias plataformas de streaming. O valor pago ao Bahia pelo PPV é baixo o suficiente para que seja melhor termos a nossa própria transmissão, até mesmo fazendo consórcio com plataformas de outros clubes ou, quem sabe, uma plataforma única para dez, doze clubes.

Se a união de 20 clubes permanece improvável, com a MP, a união em blocos me parece cada vez mais forte. Não traz o sonho de 20 clubes unidos, mas traz um mundo possível. Se ela não é uma “solução final”, ela é uma boa transição.

Por qual motivo a união de todos é o ideal, mas isso não acontece no Brasil? Pelo seguinte motivo: as TVs se acostumaram com a ideia de pagar mais para os principais clubes, e isso impede a união. Com a lei estimulando a união em blocos, o clube que achar que vai ganhar sozinho pode perder parte de seus jogos. Nos países europeus, essa concorrência é estimulada de forma diferente. Estimulam a disputa entre TVs, mas quem ganhar leva todos os jogos. No Brasil, a formação de blocos para negociação com emissoras diferentes pode ser o caminho até termos uma cultura real de união.

A MP não provoca a união de todos os clubes, mas fortalece muito a união daqueles que já desejam isso. Talvez um grande bloco, formado por clubes com afinidades e senso de coletividade, seja o próximo passo do futebol brasileiro. Agora isso ficou mais factível”.

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Por Explosão Tricolor

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