Tímidos avanços




Foto: Nelson Perez - FFC
Foto: Nelson Perez – FFC

Diante do show de horrores a que assistimos nos últimos jogos, entendo que tivemos alguns tímidos avanços no comportamento da equipe neste empate contra o Grêmio.

Está bom? Não, longe disso. O time ainda jogou mal, e quase não ofereceu perigo ao gol do Grêmio durante todo o jogo. Além disso, sofremos alguns sustos, mas em grau muito menor do que nas últimas partidas.

E onde estão estes tímidos avanços que eu, e boa parte da torcida, enxergamos nesta partida?

Em primeiro lugar, precisamos analisar o contexto destes avanços.

Viemos de dois jogos pavorosos contra Palmeiras e Ponte Preta, em que beiramos atuações de times de peladas de solteiros x casados (do lado dos casados, claro).

Além disso, à crise natural decorrente de 12 derrotas em 15 jogos, foram adicionados ingredientes extracampos nesta semana, como possível insatisfação de jogadores, brigas políticas, clima ruim no elenco, corpo mole, atraso no pagamento dos direitos de imagem, dentre outros. Inclusive pelo principal grupo de sustentação do presidente, em seu blog oficial.

Diante de tudo isso, entendo que podemos olhar para este insosso empate com alguma maleabilidade, em virtude do péssimo momento vivido, enxergando avanços, especialmente no comportamento da equipe, e que podem nos levar a dias menos pavorosos até o final do ano.

Primeiramente, o time demonstrou vontade no jogo de hoje, o que não vinha acontecendo nos últimos vexames. Em momento nenhum o Grêmio nos superou na vontade de vencer a partida, e este deve ser sempre o primeiro ponto para uma recuperação de trajetória.

Em segundo lugar, o time tocou bastante a bola, mesmo nos momentos em que se encontrava pressionado pela marcação adiantada da linha ofensiva do Grêmio. Não nos afobamos em nenhum momento, e a bola queimou bem menos nos pés de nossos jogadores.

Um terceiro avanço que observei foi com relação ao nosso sistema defensivo. Estivemos mais bem postados atrás, especialmente se lembrarmos que levamos 7 gols nos dois jogos anteriores.

Quando o momento está ruim, o técnico precisa começar a acertar o time pelo sistema defensivo, para gerar mais confiança, e consequentemente, passar a produzir mais lá na frente. E isto foi feito no jogo de hoje.

Mas é claro que, num time que praticava o pior futebol da série A nos últimos 10 jogos, ainda há muita coisa para evoluir, se quisermos passar a jogar um futebol no mínimo razoável.

Nosso ataque novamente não funcionou. Fred está numa fase muito ruim, e quando ele está mal nossa produção ofensiva cai vertiginosamente. Em 90 minutos, praticamente não ameaçamos o gol do Marcelo Grohe.

Ronaldinho entrou mal mais uma vez, e a partir disso voltamos a perder novamente o meio de campo.

Scarpa está visivelmente desgastado, e nossa tentativa de produção ofensiva recaiu quase toda em cima do Gérson, que aliás, fez uma boa partida, e do menino Léo.

Enfim, não vou chegar ao ponto de dizer que o saldo foi positivo, pois isto seria uma heresia com a história vitoriosa do Fluminense.

Mas certamente tivemos avanços com relação aos últimos jogos.

Esperamos que estes avanços se consolidem, e que possamos, a partir deles, assistir a um futebol mais eficiente, dinâmico e intenso, que leve medo e respeito aos adversários.

Por ora, pensando na decisão de sábado contra o Goiás, achei importante ao menos a quebra da interminável sequencia de derrotas.

E a esperança de que o time esteja realmente evoluindo na vontade, na disposição tática e na intensidade, para que traga algumas vitórias e os 13 pontos necessários para a permanência na série A.

É só isso que peço neste momento. Depois disso, faremos um balanço aqui mesmo neste espaço de todos os erros da diretoria na gestão do futebol, torcendo para que o Fluminense volte ao lugar do qual não pode se afastar nunca. A briga por títulos.

Abs,

Alan Petersen