Isso sim é Fluminense!




Fluminense 1x0 Vasco. Foto: Nélson Perez - FFC
Fluminense 1×0 Vasco. Foto: Nélson Perez – FFC

Amigos, que vitória! Enfim, fomos Fluminense em um jogo contra o Vasco!

Vocês não fazem ideia de como eu fico feliz quando vejo o Fluminense se portando como tal, e mandando na partida, como fez até os 20 minutos do segundo tempo.

Nossa maior pedra no sapato dos últimos 30 anos, não foi párea para uma equipe que entrou em campo determinada, sabendo o que fazer, e ciente de suas próprias limitações.

Confesso que fiquei bastante ressabiado, quando saiu a escalação do Fluminense para a partida.

O grande número de improvisações, e o fato do Oswaldo ser o nosso único atacante de ofício, me fez sentir calafrios, só de imaginar o Fluminense se defendendo o jogo todo diante de um Vasco pífio, mas que sempre apronta contra a gente.

E ao contrário dos meus receios, o que vimos foi uma equipe extremamente consciente de suas limitações na parte ofensiva, e que rodava a bola pacientemente, esperando a hora ideal para o bote.

Sim, porque se tínhamos um ataque de certa forma inofensivo, representado apenas pelo Oswaldo, nosso meio de campo, especialmente nas figuras de Cícero, Scarpa e Gérson, foi bastante inteligente, fazendo a bola correr contra um adversário em que a maioria já passou dos 30, e que nitidamente não aguentaria o ritmo até o final do jogo.

Não criamos tantas chances no primeiro tempo, mas mantivemos a bola com a nossa equipe, não a rifamos em momento algum, e compensamos a nossa falta de poder de fogo pela ausência do Fred, com muita calma e competência para achar o gol no momento certo.

No início do segundo tempo, tivemos competência para mudar nosso estilo de jogo, sabendo que o Vasco invariavelmente precisaria procurar mais o ataque.

Passamos a jogar no contra ataque de forma inteligente, e seguimos mandando no jogo.

Este cenário somente se alterou momentaneamente, a partir da entrada do Wellington Paulista, que passou, pra variar um pouco, a matar todos os nossos contra ataques, e a parar de prender a bola lá na frente.

Este foi, a meu ver, o único erro do nosso treinador em todo o jogo. Tudo bem que o Gérson já demonstrava cansaço, mas poderia ter colocado o Robert em seu lugar, mantendo o esquema que vinha dando tão certo, e principalmente, nos poupando deste engodo chamado Wellington Paulista.

A partir deste momento, e também pelas substituições promovidas pelo Jorginho, o Vasco ganhou corpo e passou a oferecer mais perigo à nossa meta.

Uma bola na trave, e outra tirada em cima da linha pelo Wellington Silva, mostraram que, pela primeira vez em muitos anos, a sorte se aliava à competência ao lado do Fluminense neste clássico.

A partir daí, o que se viu foi uma série de contra ataques desperdiçados pelo Fluminense, e que poderiam ter matado o jogo mais cedo.

Principalmente aquela bobagem feita pelo Higor, que após tirar Martin Silva, com o gol vazio, resolveu se jogar para cavar o pênalti, sendo justamente expulso.

E foi neste lance, que percebi que nada tiraria a vitória do Fluminense ontem!

O que seria normal contra o Vasco, numa situação dessas? Que logo após a expulsão, logo após o lance em que poderíamos ter matado o jogo, o Vasco empatasse num lance de sorte, e passasse a pressionar com um homem a mais, até conseguir o gol da virada.

Mas a verdade, é que o time melhorou com um a menos. Bloqueou todas as investidas vascaínas, e ainda quase marcou algumas vezes, com Magno Alves (foi fominha, poderia ter tocado para o Scarpa), e com o Wellington Silva, no último lance do jogo.

Enfim, é um jogo para festejar a atuação, sem o nosso capitão, e diante de um time que sempre apronta contra a gente.

E o melhor, ainda demos um empurrãozinho na viagem do Eurico para a Sibéria.

Do nosso lado, precisamos destacar a partida da nossa defesa. Gum, injustamente massacrado pela torcida, foi um monstro. Wellington Silva, na lateral esquerda, também fez uma partida quase impecável, não fosse o gol perdido no último minuto, mas que acabou não influenciando em nada. E Pierre foi um leão na proteção à zaga.

No meio de campo, mais uma partidaça do Cícero. Que colírio para os olhos é vê-lo jogando nesta posição. Ele clareia todas as jogadas com uma técnica refinada, não dá chutão, e qualifica demais nossa saída de bola.

Gérson fez mais uma boa partida. É uma pena que parece estar despertando daquele sono profundo somente agora, quando faltam poucos jogos para se despedir.

Por fim, vou destacar também a partida do Scarpa. Mais uma vez, o menino correu muito, criou muito, foi muito eficiente, e o que é melhor, não deu o menor sinal de abatimento pelo pênalti perdido na quarta-feira.

Nossa situação, enfim, começa a clarear no campeonato, para que tenhamos um fim de ano sem maiores sustos.

Os times de baixo não estão pontuando, e a linha de corte parece que será menor esse ano.

Logo, mais uma vitória, que esperamos venha logo contra a Chapecoense, nos permitirá pensar exclusivamente no ano que vem.

E que este novo ano seja melhor, sem a repetição dos inúmeros equívocos cometidos no planejamento do futebol desta temporada.

Abs,

Alan Petersen