O futebol do Fluminense grita: “PROFISSIONALIZAÇÃO JÁ!”




Fluminense
É hora de profissionalizar o futebol do Fluminense!

Opinar sobre o futebol do Fluminense está cada vez mais difícil, mas não há como fugir da discussão. O Mário Bittencourt e o Fernando Simone erraram em 2015? Infelizmente, sim. E muito. Para apimentar ainda mais o cenário, o fiasco do futebol acabou abrindo um debate político antecipado sobre as eleições de 2016, mas como isso é briga de cachorros grandes, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos, apesar de saber que altas articulações já estão rolando nos bastidores. Vale tudo no ambicioso jogo pelo poder! 

Deixando a política de lado, quero comentar sobre a atual gestão de futebol, onde o Mário Bittencourt e o Fernando Simone tiveram que tocar o carro-chefe do clube sem o apoio milionário do antigo patrocinador, que bancou o Fluminense no período de 1999 a 2014. Missão muito complicada, mas que eles aceitaram abraçar. 

Para falarmos sobre o atual momento, temos que voltar lá para 2013, quando a onda de fracasso do futebol tricolor se iniciou. Acho injusto atribuir a culpa exclusivamente a atual direção, pois sabemos que o Celso Barros também estava por lá e apitava muito mais do que qualquer outro dirigente tricolor. Mas ao mesmo tempo, tenho que admitir que essa movimentação do Celso Barros era consequência de uma má política de gestão da direção, onde ela tinha a obrigação de colocar o patrocinador no seu devido lugar.

Infelizmente, na primeira oportunidade que tivemos de caminhar de forma independente, acabamos fracassando. Quatro treinadores em dez meses, dezessete jogadores contratados (só dois vingaram), suspeita de entrega de alguns jogos, jogador se envolvendo em assunto político do clube, polêmica envolvendo o nome do Fred num suposto veto ao nome do Muricy Ramalho e outros fatos desagradáveis. Faltou dinheiro? Como explicar o gasto de cerca de R$ 800 mil mensais com o quarteto  Antônio Carlos, Henrique, Magno Alves e Wellington Paulista? O pior de tudo é que todo o excelente trabalho financeiro executado pelo presidente Peter Siemsen acabou sendo um pouco comprometido por causa destas más escolhas da gestão de futebol. 

Na minha visão, faltou um profissional de verdade no departamento de futebol, um cara com experiência e competência comprovada no assunto. O tão propagado “scout” não funcionou. E nem deveria ter sido divulgado publicamente, pois a partir do momento que você contrata vários veteranos, manda o Marcos Junior procurar outro clube e deixa o Gustavo Scarpa de fora do primeiro semestre, não há como deixar de condenar a referida metodologia. Aproveito a oportunidade para enaltecer o trabalho do Enderson Moreira, pois ele tirou o Marcos Junior e o Gustavo Scarpa da cartola. Se isso não tivesse ocorrido, acredito que a nossa situação estaria muito pior, talvez irreversível. Para quem não concorda, sugiro que faça uma análise da importância das participações dos dois jogadores de junho para cá.  

Sobre o Ronaldinho Gaúcho, não serei hipócrita de apontar que o Mário Bittencourt e o Fernando Simone foram irresponsáveis, pois também acreditei bastante que fosse dar certo. Quando o ex-craque chegou, o Fluminense estava jogando uma bola redonda. Na minha visão, ele seria um coadjuvante de luxo, o cara que cadenciaria o jogo e decidiria nas bolas paradas. Que tenha servido de lição para todos nós para que não caiamos mais no papo furado de que o “fulano com uma perna só joga muito mais do que todos os outros”.

Ainda não sabemos como será o ano de 2016, mas não dá para imaginar um cenário muito agradável. O patrocinador está pedindo para sair, o clube ainda não definiu o estádio que utilizará durante o fechamento do Maracanã, contratações, dispensas, retornos de empréstimos, pouca grana, dívidas, etc… Uma pesada série de problemas que terão que ser resolvidos, na verdade, alguns deles já deveriam estar solucionados, como por exemplo, a questão do estádio a ser utilizado como casa do Fluminense durante o período de fechamento do Maracanã.

Diante do cenário de 2015, e do que está sendo desenhado para 2016, fica a pergunta: o Fluminense aprendeu com os erros? Tomara que sim, entretanto, não posso deixar de soltar o meu grito de “PROFISSIONALIZAÇÃO JÁ!” na gestão de futebol do Fluminense.

Espero que os erros de 2015 se transformem em sentimento de indignação no interior do Mário Bittencourt e que sirvam como aprendizado para a construção de um 2016 vitorioso.

O atual cenário do futebol brasileiro não permite mais erros. No caso do Fluminense, a necessidade de acertar é ainda maior, pois o clube recebe verbas reduzidas da TV, ou seja, sempre começará atrás de uns oito clubes por causa das gigantescas diferenças de cotas. A gestão de futebol tem a obrigação de ser muito profissional para que a diferença não aumente ainda mais, pois planejamento diferenciado e conhecimento técnico ajudam a reduzir qualquer tipo de diferença e evita que fiquemos 33 pontos atrás do líder do Campeonato Brasileiro (Fluminense com 43 e Corinthians com 76).  

2013 foi humilhante, 2014 frustrante e 2015 decepcionante. Que estes três anos sirvam de exemplo para um grandioso 2016. A torcida e o Fluminense Football Club merecem. Chega de sofrimento! “PROFISSIONALIZAÇÃO JÁ!”  

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor