Análise do trabalho, mescla entre jovens e veteranos, utilização de Calegari como volante e muito mais: leia a entrevista coletiva de Roger Machado




Roger Machado (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)



Comandante tricolor concedeu entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre a Portuguesa

Após a vitória do Fluminense por 3 a 1 sobre a Portuguesa, na tarde deste domingo (09), o técnico Roger Machado concedeu entrevista coletiva no Maracanã. O treinador tricolor falou sobre a classificação para a final do Campeonato Carioca, mescla entre jovens e veteranos, polêmica envolvendo o meia Miguel, utilização de Calegari como volante e muito mais. Leia a íntegra abaixo:

Classificação para a final do Campeonato Carioca

“No vestiário eu acabei de agradecer os atletas por permitir que eu realizasse um sonho pessoal e profissional. Poder, novamente, depois de ter sido atleta do clube, agora como treinador, voltar a disputar uma final de competição, uma final de estadual. Isso, para mim, é muito gratificando. Chego extremamente motivado e realizado. E mais do que essa realização é o título. Chego revigorado com o grupo que me acolheu muito bem e que chegou forte até esse momento da competição.”

Utilização de Calegari como volante

“Não é teste porque ele já atuou ali. Tem a naturalidade. Não usei em um jogo decisivo como teste, mas como alternativa porque eu já tinha o Yago com cartão amarelo e o Martinelli em mais de 70% do jogo e temos jogo decisivo na quarta-feira. Foi uma alternativa por não ter trazido mais volantes para priorizar as posições de ataque. Perdemos o Hudson e integramos novamente o André ao elenco. Estamos à procura de alguém para essa função, porque é uma função que está muito exposta ao combate e então estaremos sempre com jogadores pendurados, na iminência de perder por suspensão. Foi uma alternativa encontrada pontualmente para a partida. Mas nada impede que no futuro não impeça de usar também.

O Samuel fez um bom jogo, assim como o anterior. São jogadores com características parecidas. E quem ganha é o clube e os colegas, que estarão bem seguros seja com um, seja com o outro.”

Análise do trabalho

“A avaliação do trabalho é positiva. Não apenas pelos resultados que nos levaram à final e que nos colocaram no primeiro lugar no grupo da Libertadores até o momento, mas porque faço parte de um grupo especial e de um clube especial, que trabalha com muita seriedade, buscando o melhor sempre. Isso que me deixa feliz de fazer parte desse projeto. De um clube onde fiz história e que continuo construindo história também.”

Cazares no 1º tempo x Kayky no 2º tempo

Com a equipe escalada com uma perna de velocidade e outra com um meia-ponta, como o Cazares, o que funcionou bem no primeiro jogo, não se repetiu no 1º tempo dessa partida. Não que não tenha funcionado. Qual era a obrigação dos dois atacantes? Era colocar os zagueiros a correr com a bola para nosso campo quando a bola entrava no corredor lateral, porque qualquer jogador correndo com a bola tem mais dificuldade de tomar decisão, ainda mais um zagueiro, que na maioria dos casos não é um meia, não é um volante.

As vezes que roubávamos a bola, tínhamos dos lados a profundidade do Biel, mas do outro não tínhamos com o Cazares, que era uma bola mais apoiada, mais de construção. E a gente perdia velocidade porque o Samuel Xavier precisava se desprender da primeira linha para atacar e por vezes não tem tempo. Então optei por dar essa perna de velocidade pelos dois lados e aproveitar essa retomada, que aconteceu com a mesma frequência do 1º tempo, mas que passamos a ter as velocidades pelas duas beiradas. E foi nesse tipo de jogada que conseguimos voltar à frente no marcador. As bolas que recuperamos pelo lado direito tentamos a invertida com o Cazares justamente para tentar acionar a velocidade do Biel, mas foram interceptadas. Essa foi a ideia da troca no intervalo.

Final perde qualidade entre Libertadores?

A perda é um fato e é inegável. Você não consegue recuperar o jogador do ponto de vista físico nem tão pouco emocional. Nessa sequência de jogos, por vezes até o comandante na beira de campo, a mente descola do que está acontecendo em campo e você acaba perdendo a concentração por causa da sequência de jogos e não se recupera emocionalmente. Ainda mais falando de duas semifinais que disputamos de campeonato regional.

Temos uma mostra das avaliações físicas, das intensidades de jogo do regional para a Libertadores há um aumento de 30% de todos os estímulos de alta intensidade, porque é jogado em outra rotação. E os dois jogos da semifinal, principalmente o primeiro, foi no mesmo nível de intensidade exigida de um jogo de Libertadores. Agora você imagina: Libertadores no meio da semana e depois um jogo de final de estadual, cuja intensidade vai aumentar sem dúvida nenhuma. Há um desgaste, por isso tentamos rodar o elenco na maior parte do tempo.

Hoje tentei levar os dois volantes titulares até um momento saudável, para que possam se recuperar bem. Levei Nenê e Fred para o banco e não precisei utilizá-los. Coloquei um dos zagueiros, o Nino, mais jovem, que tem uma recuperação acelerada. O Calegari o coloquei alguns minutos… Tudo isso é visando ter um time equilibrado do ponto de vista de recuperação. Mas completamente não é possível. Estamos acostumados a lidar com isso. Ano passado trabalhando pelo Bahia fizemos 12 jogos em 14 dias. Tenho certeza que ninguém fez isso em qualquer outro lugar do mundo. E agora estamos entrando em uma perna bem pesada. Mas é o que temos e enfrentaremos.

Polêmica envolvendo o meia Miguel

“Eu vou te pedir desculpa, mas como não é uma questão técnica, é uma ação administrativa, foge à minha alçada comentar um assunto que foge da questão do campo. O que posso dizer é que existem outros meninos na base que estão há bastante tempo esperando a oportunidade e para a vaga de um jogador que saiu vamos buscar um outro atleta lá da fábrica de Xerém para suprir essa ausência que para a gente é importante, é sentida, porque contamos com todo mundo. O Miguel sempre esteve no nosso planejamento, mas como frisei no início, não gostaria de comentar um assunto que não é mais técnico, é administrativo.”

Mescla entre jovens e veteranos

“Acho que essa mescla de jogadores mais rodados com juventude é a alquimia certa. Outro momento vi Fred falando da alegria, espontaneidade e por vezes e a boa irresponsabilidade desses jogadores, que fazem com que eles sejam imprevisíveis em alguns momentos. Muitas vezes vou pedir para eles tocarem e eles vão para cima e limpam a jogada e, por exemplo hoje, o Kayky deixa o Biel na cara do gol em condição de finalizar e o Biel tem a frieza de pegar uma bola quicando e conseguir finalizar com precisão no alto, usando o gesto técnico adequado para o momento. Acho que é uma combinação de fatores.

Fico toda hora no ouvido deles. Elogiando quando eles fazer as cosias certas e reposicionando quando eles têm algum equívoco. Isso também faz parte do processo de evolução. O que precisamos ter nesse processo é que quando voltar a torcida eles terão o peso do torcedor, que na maioria das vezes vai apoiar, mas quando não tiver fazendo a coisa certa vai os pressionar e eles terão que ter o discernimento e a tranquilidade que estão sendo construídos. Acho que quando esse momento chegar, eles estarão maduros o suficiente para enfrentar também os torcedores adversários que vão tentar se impor.

É também uma geração diferente da minha e das anteriores. Temos que saber nos adaptar e lidar com essa geração. Saber que a evolução deles não vai acontecer plenamente de uma hora para a outra, que eles terão altos e baixos. Mas é uma continuidade de evolução que não tem retorno.”

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Grupo D – Copa Libertadores (ative a rotação automática do celular para ver a tabela completa)

TIMES P J V E D GP GC SG %
1 Fluminense Fluminense 5 3 1 2 0 4 3 1 55
2 River Plate River Plate 5 3 1 2 0 3 2 1 55
3 Junior Barranquilla Junior Barranquilla 2 3 0 2 1 3 4 -1 22
4 Independiente Santa Fe Independiente Santa Fe 2 3 0 2 1 2 3 -1 22

Agenda tricolor na Copa Libertadores 2021

1ª rodada

22/04 – Quinta-feira – 19h – Fluminense 1 x 1 River Plate – Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)

2ª rodada

28/04 – Quarta-feira – 21h – Independiente Santa Fé 1 x 2 Fluminense – Estádio Centenário de Armênia – Armênia (COL)

3ª rodada

06/05 – Quinta-feira – 21h – Junior Barranquilla 1 x 1 Fluminense – Estádio Monumental Isidro Romero Carbo – Guayaquil (EQU)

4ª rodada

12/05 – Quarta-feira  – 21h – Fluminense x Independiente Santa Fé – Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)

5ª rodada

18/05 – Terça-feira  – 21h30 – Fluminense x Junior Barranquilla – Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)

6ª rodada

25/05 – Terça-feira  – 19h15 – River Plate x Fluminense – Estádio Monumental de Núñez – Buenos Aires (ARG)

Por Explosão Tricolor

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