Um gol contra o Fluminense




Roger Machado (Foto: Mailson Santana / Fluminense F.C.)

Dava para o Fluminense ter ido mais longe? Honestamente, após a definição do chaveamento até a final, esperava, no mínimo, a semifinal. Cerro Porteño nas oitavas seria moleza. E isso foi confirmado já no jogo de ida. Nas quartas, seria o Vélez Sarsfield ou Barcelona de Guayaquil.

Pois é, veio a equipe equatoriana. O time treinado pelo Fabián Bustos fez uma boa fase de grupos, que chegou a encantar muita gente, porém, sempre ressaltei que o Barcelona de Guayaquil não era esse bicho papão que muitos achavam que era. É bem verdade que a campanha deles foi boa, mas enfrentaram um Santos esfacelado e um decadente Boca Juniors. Já o The Strongest era a quarta força do grupo.

Nos dois jogos contra o Vélez, pelas oitavas, o Barcelona só jogou bem na partida de volta, inclusive, só não foi eliminado por conta da incompetência argentina na hora de colocar a bola na rede adversária, pois não faltaram chances.

No jogo do Maracanã, o Fluminense deu mole. O 2 a 2 complicou bastante, pois forçou o Roger Machado a repensar a proposta de jogo e até mesmo a rever conceitos. É, após seis meses, o treinador de uma nota só ficou pressionado. Lá no fundo, ele sabia que a situação tinha complicado bastante, pois o próprio Roger, em recente entrevista, falou que o time dele não criaria muito mesmo durante os jogos e que os jogadores deveriam ter mais competência na hora que as poucas chances surgissem. Sendo assim, a missão era quase impossível mesmo já que o DNA do time é o de não saber o que fazer com a bola, em especial, no último terço de campo, ou seja, não seria de um dia para o outro que isso mudaria. 

Em Guayaquil, até o Ganso, que nunca foi opção imediata, virou salvador. Para ser justo, gostei da atuação do camisa dez. Ele ajudou na engrenagem do meio de campo. Infelizmente, saiu lesionado após quase ter marcado um golaço de bicicleta.

Com uma nova estrutura tática, o Fluminense dominou o primeiro tempo. Acredito que a postura mais conservadora do Barcelona também tenha contribuído para esse cenário inicial. Porém, a equipe tricolor não apresentava velocidade, força e movimentação no último terço do campo. Não à toa, mesmo com 72% da posse bola, o Tricolor finalizou apenas cinco vezes contra seis dos equatorianos.

Na segunda etapa, o Barcelona apertou mais a saída de bola tricolor e, consequentemente, criou uma dificuldade maior para o Fluminense. O gol dos equatorianos acabou surgindo através de um cochilo do Luccas Claro e também na demora do Marcos Felipe em sair para o abafa. É válido lembrar que teve pênalti não assinalado a favor do Tricolor.

Não dá para dizer que o Fluminense não teve vontade. O time lutou, mas o peso de ser pessimamente treinado tirou qualquer chance de virar o jogo. Na bacia das almas, o time empatou com o Fred de pênalti, mas já era tarde. 1 a 1 e adeus Libertadores.

Ainda não sei sobre o futuro do Roger Machado, porém, acredito que o gol de empate no finalzinho, que não adiantou de nada, foi um gol contra o clube, pois dará força para o discurso de que o Fluminense saiu por conta da regra do gol qualificado e que, consequentemente, o técnico permanecerá. Só tenho a lamentar, pois ainda dá para buscar uma campanha de recuperação no Brasileirão e até sonhar com uma nova vaga na próxima Libertadores já que a tendência é a de que possa ter até um G-9, mas com o atual técnico será difícil…

Observações:

– Mais uma boa atuação do André. Será difícil tirá-lo do time titular. E a diretoria queria emprestá-lo ao ABC, Botafogo… Essa turma que nunca deu dois treinos na vida não é mole!

– Martinelli caiu muito de produção nos últimos jogos.

– Antes do jogo, um longo texto circulou pelos grupos de WhatsApp meio que já justificando a eliminação do Fluminense, defendendo a gestão, falando em reconstrução, etc… Os caras não perdem tempo e não poupam esforços na arte de iludir a massa, que geralmente cai nesses papos furados.

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Forte abraços e ST

Vinicius Toledo