Treinador detalha os bastidores do drama do Fred nas semifinais da Copa do Brasil




Fred esperançoso para 2016 (Foto: Fluminense FC)
O drama do Fred nas semifinais da Copa do Brasil (Foto: Fluminense FC)

O treinador Eduardo Baptista comentou sobre o drama de escalar o Fred no segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Palmeiras. Segundo o comandante tricolor, o capitão sofreu muito nos dias que antecederam o duelo decisivo.

– É sempre fácil escalar o Fred, o difícil foi ver tudo que ele fez para estar ali. Pesamos muito, porque vimos o que ele estava sofrendo. Tanto é que depois daquele partida, ele só jogou contra o Avaí, porque não estava suportando mais. Foi um risco calculado. Eu tenho 20 anos de futebol, e talvez tenha sido uma das histórias mais impactantes que já vivi. Ver o ídolo buscando, querendo jogar. Quando acabou o jogo contra o Palmeiras, no Maracanã, ele estava deitado numa maca se contorcendo de dor. Passei por ele e fui dar a mão, e ele falou: “Estou lá quarta-feira”. Falei que tudo bem, mas via que ele não tinha condições. No jogo contra o Palmeiras, em São Paulo, eu ia substituí-lo no intervalo. Vi que estava sofrendo no primeiro tempo, que estava passando do limite dele. o Marcão estava no banco comigo e decidimos que já tinha dado para ele. Só que os jogadores foram todos para dentro do vestiário, e, quando eu entro, está o Fred falando com os meninos, gritando para que jogassem a bola nele que ele ia decidir: “Põe na área que eu faço o gol. Nós vamos classificar”. Aí falei com o Marcão: “Como que vamos tirar um cara desse?”. Perguntei ao Fred como ele estava, e ele falou: “Deixa comigo”. Se ele faz o segundo gol, tinha que ter uma estátua para ele aqui. Foi uma situação em que ele mostrou o cara que é, tudo o que conquistou… ele traduziu para nós naquele momento. Passou por cima do cima das dores quase insuportáveis – disse Eduardo.

O treinador ainda fez questão de ressaltar a grande importância do Fred para o Fluminense.

– A influência é muito grande. O ídolo é um exemplo. E no Fluminense, principalmente, que tem essa coisa de trabalhar muito com base, se tem um ídolo que ele não é exemplo treinando, no comportamento, horário de chegada, comprometimento em jogo e treino, é muito difícil no dia a dia. Temos alguns casos assim, são coisas que acontecem. Mas o Fred é todo esse ídolo e ainda dá o exemplo positivo. O que ele facilita o nosso trabalho é imenso. Às vezes você cobra um jogador e leva o ídolo em banho-maria, mas com o Fred não existe essa necessidade. Ele age como um jogador que está começando. Na parte tática ele entendeu bem o que eu quero e comprou a ideia junto. Ele foi fundamental para levar este trabalho até aqui, para quase termos chegado na final da Copa do Brasil – finalizou.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte / Foto: Fluminense FC