Gratidão, pedido de desculpas, mensagem para a torcida do Fluminense e muito mais: veja a entrevista completa do Hudson




Hudson (FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)



Em entrevista concedida ao portal “ge”, o volante Hudson falou sobre a sua passagem pelo Fluminense, lesão, futuro e outros temas. O jogador, que está de saída do clube após terminar a recuperação da cirurgia do seu joelho, também deixou uma mensagem para a torcida tricolor. Confira a entrevista na íntegra:

Como está sua recuperação?

Hudson: – Vou te falar que estou 99%, viu? Não tive férias praticamente, trabalhei bastante até porque eu precisava disso. Tive um pouco de dificuldade para ganhar força, mas graças a Deus consegui pegar bastante nas férias. E agora estou começando a ser inserido junto do grupo, aos treinos táticos, joguinhos, confrontos… Coisas que ainda não tinha feito ano passado. Isso está me deixando cada vez mais confiante, mais solto. Sem medo, né? Acho que o início é muito receoso de uma dividida, de um lance assim. Mas os testes físicos estão indo muito bem com a fisiologia, preparação física, agora é só pegar ritmo mesmo e confiança para nesse finalzinho ficar 100%.

Foi a lesão mais difícil da sua carreira?

– Foi, com certeza. É uma coisa que todo jogador teme, mas você só tem noção mesmo quando você sofre a lesão. Nosso médico, inclusive, o Dr. Ricardo, sofreu essa mesma lesão e está tratando lá agora, tem um mês. Ele virou para mim e disse: “Hudson, eu já operei 50 joelhos na minha vida, mas é a primeira vez que estou tendo noção de como é essa recuperação”. Então, realmente é uma lesão séria, que demanda tempo. O enxerto demora a se firmar, se estruturar, e você tem que fazer um trabalho diário de muita perseverança e força. Porque para você notar um resultado demora 10, 15 dias.

– Tem que ter bastante resiliência, graças a Deus sem nenhuma intercorrência, como foi no meu caso. Porque costuma ter inflamação, às vezes o cara rompe o menisco depois… Graças a Deus não tive nenhum problema maior, mas foi um momento de superação. É aquilo, sempre te deixa mais forte de um jeito ou de outro. Deixa o mental mais forte e faz você valorizar ainda mais as coisas.

É tudo um recomeço agora, né?

– Com certeza. Ainda mais eu, que estou em fim de contrato, vou para um próximo desafio… Então para mim está sendo literalmente um recomeço com 33 anos (risos).

Como está sendo viver essa reta final no Fluminense, nesse ciclo que está se encerrando?

– Eu sou muito grato ao Fluminense de todos os jeitos. Da maneira como me trataram o tempo todo durante a recuperação. Foram homens comigo, honraram os compromissos. E o grupo, estafe, jogadores, tem um ambiente muito bom. Isso já foi falado algumas vezes por outros jogadores, o ambiente do Fluminense é muito bom. Isso deixa a gente mais à vontade. Por mais que eu já saiba que não vou continuar no clube, eles procuram me deixar o mais à vontade possível, inserido mesmo nas atividades com os outros atletas… Isso tudo torna muito mais fácil essa despedida.

Você participa de todas as atividades então?

– Eu participo normal. Claro que, assim, ele (Abel) vai fazer uma preparação para um jogo-treino: jogar o time A contra o time B. Logicamente se sobrar algum jogador, serei eu. Mas tirando isso, todos os outros treinamentos eles procuram me inserir neles para que eu esteja participando, e para ajudar na minha recuperação também.

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Qual balanço você faz de sua passagem pelo clube?

– Cara, é um balanço positivo com certeza na minha carreira. O Fluminense é um clube gigantesco, a gente não pode negar isso, tem uma história muito vitoriosa. Lembro perfeitamente quando o Odair (Hellmann, treinador), o Mário (Bittencourt, presidente) e o Paulo Angioni (diretor executivo) me ligaram em dezembro de 2019 para fazer o convite, falando que tinham um projeto de colocar o clube na Libertadores novamente, voltar a brigar contra os grandes clubes, fazer boas campanhas…

– Eles tiveram dificuldades financeiras o tempo todo, mas sempre foram muito transparentes. Acho que foi o clube de mais transparência eu percebi, principalmente quando se tem essa dificuldade que o Fluminense teve. Não é à toa que hoje eles conseguem pagar os salários em dia, e a gente sabe que isso é muito difícil no futebol, pela situação financeira que os clubes têm.

– O primeiro ano para mim, claro, foi melhor, porque joguei, cheguei a ser capitão várias vezes… Tive a honra, mesmo sendo um campeonato simbólico, de levantar o troféu da Taça Rio, naquele campeonato onde teve aquela briga toda de volta ou não volta por causa da pandemia. E em 2021 foi um ano mais difícil, por causa da lesão também. Mas, cara, sou muito feliz, acho que foi uma passagem importante na minha carreira. Aprendi muito, cresci muito e sou muito grato a tudo que o Fluminense me proporcionou.

Qual foi o principal momento? Aquela final da Taça Rio?

– Acho que é. Nos clássicos a gente conseguiu sair vitorioso, nós sabemos da importância que têm os clássicos aqui e da qualidade do time do Flamengo, principalmente nos últimos anos. Dessas vezes a gente conseguiu sair vitorioso, eu participei de algumas delas. Acho que esses clássicos foram os ápices. Claro que a gente queria muito mais, sempre quer muito mais, mas se vê que o Fluminense está cada dia melhor. O time de 2021 era melhor que o de 2020, e o de 2022 tem tudo para ser o melhor dos últimos anos, pelos reforços que chegaram. Independentemente de ficar ou não, minha torcida vai ser sempre porque é um grupo especial, diferente e que foi muito importante para mim.

Até onde acha que o Fluminense pode chegar em 2022?

– Acho que esse grupo agora está mais encorpado, chegaram jogadores experientes que podem dividir um pouco dessa carga com o Fred. A gente sabe que o Fred carrega um peso muito grande por ser o maior ídolo, ter uma história muito grande ali, mas chegaram jogadores para ajudar isso nele, disputar a Libertadores… Então a gente acredita que isso tudo vai ser importante para que o Fluminense suba mais um degrau na temporada e esteja mais perto de disputar os títulos e conquistá-los. Tem um treinador que já conhece o clube muito bem, já foi vitorioso aqui. Lógico, não há fórmula exata no futebol, mas essas coisas juntas tendem a dar muito certo.

E o Fábio? Vocês jogaram e foram campeões juntos no Cruzeiro…

– Já rolou resenha. Fábio é um goleiro excepcional, a gente sabe da qualidade dele debaixo da trave. Lá no Cruzeiro, quando joguei com ele, salvava o time várias vezes. A gente acredita que ele vai ajudar muito o Fluminense mesmo, acho que o Mário foi muito feliz nessa contratação. É um cara de grupo, que vai enriquecer, dar mais experiência ainda.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: ge

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