Perícia contratada pelo Fluminense apresenta laudo inconclusivo sobre ofensa racista contra Gabriel, do Flamengo






Perícia não conseguiu confirmar o grito de “macaco”

O Fluminense protocolou, nesta terça-feira (22), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJD-RJ), o laudo pericial relacionado ao suposto caso de racismo sofrido pelo atacante Gabriel, do Flamengo, no Fla-Flu do último dia 6. Inicialmente, o Tricolor contratou a empresa para identificar quem seria o torcedor que teria chamado o jogador rubro-negro de “macaco”. Como resposta, recebeu que o grito era inconclusivo, de acordo com testes feitos em laboratório. As informações são do jornal O Globo.

O documento elaborado pelo instituto “Forense Pro” conta com 29 páginas. A assinatura é feita pela perita Valéria Leal. Para medida de comparação, o laudo protocolado pelo Flamengo no TJD-RJ, de autoria do perito Ricardo Molina, tem apenas quatro páginas.

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No documento, a Forense Pro confirma que solicitou ao Fluminense o envio de arquivos para pesquisa. No documento, são registrados cinco imagens distintas, cinco vídeos e o link da postagem que viralizou no Twitter quando o caso veio à tona. Na conclusão, a fala é considerada “fragmentada”.

Uma das várias explicações dadas pela perícia para chegar a esta resposta tem a ver com a ausência de vibrações das cordas vocais, não registradas no vídeo. Há, inclusive, a explicação de que homens emitem sons entre 80hz e 150 hz, enquanto as mulheres variam entre 150hz e 250hz.

O vídeo em questão, feito por um Iphone segundo o documento, também esclarece que apesar do zoom dado na filmagem, o microfone permanece próximo ao autor. Ou seja, o grito teria vindo do setor Oeste Superior e não da ala inferior.

Neste ponto, a perícia foi ao Nilton Santos e concluiu que a distância do setor Oeste Superior para onde Gabriel estava localizado é de cerca de 40 metros. Em testes feitos com estádio vazio, a identificação da pronúncia é considerada difícil. Com ele lotado, o barulho dificultaria ainda mais a interpretação.

No espectro sonoro, a perita mostra um teste que realizou em laboratório sobre como seria a palavra macaco captada por um microfone. Na cena, ela é dita quatro vezes, sendo em duas com a última vogal ‘o’ dita de forma mais extensa para emular o que teria sido dito no estádio.

No vídeo em questão, devido ao ruído de fundo e mascaramento dos sons externos, não é possível ter a certeza científica de que foi dito macaco. O documento também cita que há uma explicação científica para o cérebro humano entender palavras inconclusivas. É citado o termo “IN73lig3nc1!@”, que é facilmente lido como inteligência. O mesmo serve para áudios.

Na conclusão, a perita informa que o Fluminense forneceu documentos, fotos, mapa de localização e vídeo panorâmico.



Por Explosão Tricolor / Fonte: O Globo

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