Quando o culpado está eleito, a mudança passa ser o único caminho




Eduardo Baptista; eleito;

Há pouco tempo escrevi um texto que causou muito ódio em alguns torcedores. Nele, defendia a permanência e a paciência com o trabalho de Eduardo Baptista. De lá para cá, dois jogos e duas derrotas. A última, de forma vexaminosa, tomando “olé” do possante Volta Redonda.

Nadar contra a maré é inútil e me utilizar dela para me promover seria uma atitude covarde.

Por isso não deixarei minhas convicções caírem por terra, apenas, para agradar o pensamento da maioria. Sou totalmente contra as constantes trocas de treinadores, principalmente em começo de temporada.

As opções sugeridas pela torcida são caras e alguns nomes, como o de Abel Braga, já foram ventilados por prováveis candidatos à presidência do Fluminense, no final do ano.

O investimento, no time, foi alto, no treinador, também deverá ser, em caso, de demissão de Eduardo, mas uma coisa é certa. Em algum momento, bem próximo, o próximo comandante será o “eleito” da vez.

É natural!

Abel, identificado, ídolo e campeão pelo clube, foi demitido, em 2013, com o louvor da torcida. Além disso, era alvo de piadas constantes de torcedores que constantemente reclamavam da mesma “falta de padrão de jogo” e falavam que Abel era o “treinador do gol cagado”.

Agora, desempregado e longe do Fluminense há algum tempo, virou, novamente o salvador da pátria. Até quando?

Parreira, em sua última passagem pelo Fluminense, em 2009, teve o desprazer de ouvir, em coro, a torcida tricolor o chamar de “burro”.

“Eu não sou mais o comandante, tudo que se especula sobre o futuro do time agora é missão do próximo treinador, que eu não sei quem é. Nada mais me surpreende no futebol depois de 40 anos”, disse Parreira ao Sportv, logo após sua demissão

“Valeu ter voltado. Valeu ter matado a curiosidade, após sete anos seguidos em seleções. Queria voltar a sentir essa adrenalina. Mas só constatei que não se tem paciência com o projeto. Só se vê o resultado”, finalizou.

Dois treinadores consagrados, dois ídolos, dois multicampeões, dois tricolores como a gente.

Exemplos que vivenciamos em nosso clube, mas buscando olhar ao redor vamos ver outros vários casos parecidos. Tite, no Corinthians, seja o maior dele.

Tite, sem dúvidas, o treinador mais aclamado do momento, passou por momentos complicados no comando do Corinthians.

Em 2010, recém-contratado para disputar as últimas oito rodadas do Campeonato Brasileiro, que o Fluminense liderava, perdeu logo na estréia para o seu maior rival, Palmeiras, e ao final do torneiro amargou uma melancólica vaga na pré-libertadores, após ter brigado pela liderança durante quase todo campeonato.

Em 2011, já na pré-libertadores, conseguiu a façanha de ser eliminado pelo Tolima. O treinador foi alvo da fúria dos torcedores e teve sua cabeça pedida pelos corinthianos. Bancado pela diretoria, o Tite terminou o ano como Campeão Brasileiro.

“Respeito o torcedor. Sou um técnico experiente o suficiente para respeitar essas manifestações. O torcedor quer a vitória do Corinthians, assim como nós”, discursou Tite, após ouvir vaias e xingamentos da torcida, diante do empate contra o Tolima, no Pacaembú, em 2011.

Já em 2013, pouco após o título inédito da Libertadores e do Mundial, em 2012, o comandante chegou a ouvir vaias do “Bando de Loucos”. Situação que pesou na sua decisão em não renovar com o clube e pedir “férias” em 2014.

“Aprendi a respeitar o sentimento do torcedor. Em nenhum momento você vai me ver contrapondo o sentimento dele. Vou respeitar qualquer que seja, ou elogio ou crítica. Temos que estar preparados para isso e respeitar”, afirmou, já em 2013, após um resultado ruim no Campeonato Brasileiro.

E não me venham falar que estou comparando A com B ou com C. Estou apresentando fatos que são comuns ao torcedor brasileiro.

Muitos poderão até falar que o Tite já tinha uma carreira no futebol brasileiro, no entanto, nunca foi uma unanimidade como se tornou nos dias atuais.

Um caso menos conhecido e mais recente é de Osório. O colombiano, ídolo incontestável no Atlético Nacional, chegou ao São Paulo como grande aposta e uma promessa de dias melhores para o clube, que sofria com a ausência de Muricy Ramalho.

Com uma visão tática diferenciada, Osório permaneceu no clube paulista apenas 6 meses e se transferiu para o México, onde hoje treina a Seleção local. Na sua passagem, nem a bagagem vitoriosa pesou a seu favor. O treinador deixou o São Paulo por opção própria, mas fazendo a alegria de toda uma torcida, que exigia sua demissão.

O que eu quero mostrar com isso? Não adianta a grife, o nome ou a experiência. Sempre o eleito será o dono da prancheta. Ele que irá servir de judas para apanhar de todos os insatisfeitos com os resultados, seja com 2 meses ou 2 anos de trabalho.

A panela de pressão já está no ponto de explodir. O trabalho de Eduardo, com o time que ajudou a montar, exigindo o grandioso investimento ao invés de apostas, já está comprometido por tudo isso. Para segurar essa pressão, só com muita blindagem e apoio da diretoria.

Internamente, no entanto, Eduardo não é mais unanimidade. Já há gente no clube que queira sua cabeça e nomes são ventilados, apesar do posicionamento oficial do clube seja de permanência do treinador.

Perde o Fluminense, perde o futebol brasileiro, que mais uma vez, se de fato ocorrer, assinarão seu diploma de amadorismo na gestão do futebol.

Saudações Tricolores

Por Rafael Fernandes / Explosão Tricolor / Foto: Nelson Perez / FFC

Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

ANUNCIE O SEU NEGÓCIO NO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com