Assino embaixo






(por Vinicius Toledo)

No último domingo, o colunista Leandro Alves publicou um texto expondo a sua preocupação em relação aos reforços que o Fluminense pretende contratar para a próxima temporada. Um texto bem equilibrado e justo em todos os sentidos, porém, o problema é que está cada vez mais difícil levantar um debate sobre algo que envolva gestão, política e finanças aqui no Brasil. É impressionante a cegueira que toma conta de alguns brasileiros quando aparece alguém abrindo uma discussão sobre temas importantes neste país.

Na questão do texto do Leandro Alves, observei alguns comentários no Facebook falando que ele tinha que “reconhecer os acertos da gestão e não cobrar tanto, pois o Fluminense não tem dinheiro”.

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Primeiramente, vou repetir uma frase que falo há anos: “O Fluminense tem dinheiro, pouco, mas tem. O problema é como a diretoria direciona o pouco que tem“. Quer alguns exemplos? A dupla Felipe Melo e Willian Bigode recebem juntos uma bolada mensal. As compras dos direitos econômicos de Cris Silva (40%) e Caio Paulista (50%) juntos vão custar aos cofres do clube R$ 18,2 milhões (parcelados em três anos). Recentemente, em uma live realizada no canal do repórter Victor Lessa, da Rádio Globo/CBN, eu cheguei a mencionar essa situação. O Gabriel Amaral, do Raiz Tricolor, que também estava presente no debate, disse que no caso do Cris Silva, o Fluminense gasta cerca de R$ 500 mil mensais (parcela da compra e salário).

Os exemplos citados acima servem para reflexão sobre a questão financeira do clube e as escolhas da gestão de futebol. É lógico que a diretoria tem os acertos, como por exemplo, a dupla Jhon Arias e Germán Cano, mas os erros precisam ser questionados. Salários altíssimos para jogadores que não conseguem mais entregar algo minimamente aceitável em campo, milhões em compras de jogadores de baixa qualidade, etc… Honestamente, não dá para ficar calado.

Como criador do Explosão Tricolor, fico bem à vontade para falar que o nosso espaço é totalmente independente. Na última eleição, o presidente Mário Bittencourt recusou o meu convite para uma entrevista. Vale lembrar que ele concedeu nas eleições de 2016 e 2019. De certa forma, entendo a recusa, pois o mandatário sabe muito bem que a sabatina aqui envolveria assuntos como finanças, backoffice, Esportes Olímpicos, etc… É o preço que se paga quando você faz a opção de seguir totalmente independente. Faz parte!

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Sobre o texto do Leandro Alves, assino embaixo tudo que ele publicou. Algumas escolhas feitas para a montagem do elenco deste ano impediram que o Fluminense fosse ainda mais longe na temporada. A Copa do Brasil, por exemplo, era algo muito possível de ter sido conquistada. Pois é, faltou o André no jogo de volta da semifinal, aí entrou o Wellington, Felipe Melo entrou no final e o final vocês já sabem. As más escolhas pesaram… Sendo assim, a preocupação do Leandro faz total sentido.

Finalizando, cobrar e questionar não significa tumultuar ambiente ou ser de oposição. O Explosão Tricolor está há pouco mais de oito anos no ar e o objetivo é apenas um só: “Fluminense forte e campeão”. Eu gosto de fiscalizar tudo, em especial, as finanças do clube. Sei que 95% da torcida não está nem aí para isso (os políticos do clube ficam felizes da vida com esse descaso da torcida), mas seguirei fazendo a minha parte doa a quem doer.

Por hoje é só!