Minha história com o Roberto Dinamite




Roberto Dinamite



(por Vinicius Toledo)

Graças a Deus, eu consegui pegar o final da “era romântica” do futebol. Mesmo sendo uma criança, deu para vivê-la intensamente, a partir de 1984, por conta do meu pai, que era apaixonado por futebol e, principalmente, pelo Fluminense. Se tinha algo que me deixava feliz era quando ele dizia: “Vamos pro Maraca”!

Pronto, eu ficava elétrico. Pó-de-arroz, estádio cheio, sorvete Chicabon, refrigerante no copo de papelão, laranja descascada, preliminar de aspirantes, etc… ainda tinha um jornalzinho rosa que era distribuído na entrada do estádio com colunas e tudo, inclusive, eu sentava na arquibancada e ficava lendo ao lado do meu pai, que me ajudava no processo de alfabetização. No campo, o Fluminense desfilava craques e ganhava títulos. Jamais esquecerei desses momentos! Porém, o papo desta segunda-feira é sobre um cara que é o maior ídolo de um rival nosso: Roberto Dinamite.

Pois é, o maior jogador da história do Vasco da Gama faleceu. E digo de coração: não é só a torcida vascaína que está triste. Quem ama o futebol de verdade e teve a oportunidade de viver um pouco da “era romântica” também está sentindo muito. Roberto foi um senhor jogador e um cara de grande caráter.

Uma vez, o meu pai estacionou o carro na calçada de um condomínio próximo do Shopping Iguatemi, em Vila Isabel, popularmente conhecido como “Tijolinho”. Ao lado, um cara saiu de um carro. Quem era? Roberto Dinamite. Eu devia ter uns sete ou oito anos. Na época, o meu pai zoava tanto o Vasco de freguês, que eu não pensei duas vezes: comecei a zoar o Dinamite de freguês. Foi automático. É claro que sem ofender, pois a forma de brincar naquela época era totalmente diferente (e muito mais saudável). A reação do Dinamite? Ficou rindo e fez um carinho na minha cabeça. No final, meu pai e o Roberto conversaram um pouco, deram boas risadas e se abraçaram. Momento inesquecível!

Sei que os tempos mudaram, mas os meus valores seguem os mesmos. Sou da turma que admirava e respeitava os ídolos rivais, inclusive, eles tinham espaço no meu time de jogo de botão. Quem é dessa época certamente teve um botão com as cores e até escudo do rival. Eu mesmo tive o próprio Roberto, Zico, Arturzinho, Luizinho Tombo… é claro que nenhum deles barrava o trio de ataque Romerito, Assis e Washington, mas era necessário ter um elenco de qualidade…risos…

É isso. Apito final para o eterno ídolo vascaíno aqui neste plano, mas o céu certamente fará uma grande festa. A pelada lá em cima ficará ainda melhor.

Valeu, eterno Roberto Dinamite!