Em coluna, Gilmar Ferreira fala sobre o acirramento da rivalidade entre Fluminense e Vasco






Batalha estratégica: disputa por Lelê acirra rivalidade entre vascaínos e tricolores (por Gilmar Ferreira / Jornal Extra)

“A disputa pelo futebol do lépido Leanderson da Silva Genésio, o Lelê, de 25 anos, artilheiro do Estadual do Rio com nove gols em nove jogos com a camisa do Volta Redonda é só mais um capítulo da guerra fria travada entre Vasco e Fluminense.

Conflito iniciado com a ocupação tricolor do setor sul do anel do Maracanã em 2017, acirrado no confuso bastidor do processo de licitação provisória do estádio.

Um amadorismo de dar dó.

É estratégia de Mário Bittencourt, o presidente do Fluminense, fazer do clube a segunda grande força do futebol carioca, como nos anos 60 e 70.

Não à toa, naquele recorte, a dupla Fla-Flu ficou com 19 títulos estaduais dos 25 que foram disputados entre 1963 e 86.

No período, o Vasco levou três, o Botafogo dois e o Bangu um.

Prestígio recuperado pelo Vasco a partir de meados dos anos 80, quando o já falecido Eurico Miranda assumiu o futebol vascaíno.

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O cartola levou para os gramados a disputa pelo protagonismo reinante nas regatas, e devolveu ao futebol do Rio a polarização entre vascaínos e rubro-negros.

E não apenas no futebol ou remo, mas no basquete, no vôlei e em todas as categorias das modalidades em que os dois clubes se fizessem representar.

Algo que se perdeu com a crise econômica do Vasco na virada do século.

Com a chegada de Bitencourt ao poder nas Laranjeiras e os graves problemas de saúde que levaram Eurico Miranda à morte, a aliança entre tricolores e rubro-negros tornou-se interessante aos dois clubes, ao menos em questões regionais.

E nascem daí os conflitos políticos e comerciais que hoje permeiam a relação entre tricolores e vascaínos.

Disputa que vai do direito à utilização do Maracanã ao interesse em Lelê, o artilheiro que desabrocha aos 26 anos.

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É uma causa muito pequena para merecer tantas linhas, mas a apuração mostra que Abel Braga havia acertado com Flávio Paraense, seu ex-companheiro de zaga no Fluminense nos anos 70, a aquisição por empréstimo do atacante.

Flávio é o responsável pelo futebol do Itaboraí Profute, da Série B2 do Rio, e fechou que repassaria o jogador tão logo terminasse seu empréstimo ao Volta Redonda, após o Estadual.

Ocorre que Lelê entregou a representação de seus interesses ao agente Márcio Bittencourt, que deu outro encaminhamento à carreira do goleador.

O agente, por coincidência representante de Pedro Raul, o artilheiro vascaíno, achou mais vantajoso colocar o novo cliente no clube que disputará a Libertadores.

E acabou assim colocando mais uma pitada de pimenta na já conturbada relação entre os dirigentes dos dois clubes”.



Por Explosão Tricolor

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