Em coluna, Gilmar Ferreira informa detalhes sobre “treta à vista” entre a CBF e clubes




Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil



Através de sua coluna publicada no Jornal Extra, o jornalista Gilmar Ferreira informou que a CBF passará a cobrar dos mandantes das partidas o valor que ultrapassar o preço da meia-entrada. Sendo assim, a diferença a ser paga terá de constar no borderô dos jogos, aumentando a renda bruta e, consequentemente, a taxa de 5% à Federação local e mais 5% ao INSS, ambas incidindo que sobre a arrecadação do confronto.

Confira o texto na íntegra do jornalista Gilmar Ferreira:

Treta à vista: CBF copia Ferj e cobrará dos clubes descontos acima da meia-entrada nos preços dos ingressos

“O Regimento Geral de Competições (RGC) da CBF, aprovado pelos clubes em reunião no dia 14 de fevereiro, impôs aos participantes das suas competições um custo extra não mensurado no dia e só agora discutido em conversas paralelas entre executivos das instituições.

A entidade passará a cobrar dos mandantes das partidas o valor que ultrapassar o preço da meia-entrada, e só agora, quase um mês depois, é que os clubes foram se atentar do impacto desta decisão nas receitas de bilheteria.

A diferença a ser paga terá de constar no borderô dos jogos, aumentando a renda bruta e, consequentemente, a taxa de 5% à Federação local e mais 5% ao INSS, ambas incidindo que sobre a arrecadação do confronto.

Trocando em miúdos: aqueles clubes que possuem no plano de sócios-torcedores categorias com descontos acima de 50% no valor do preço dos ingressos terão de pagar a diferença de cada bilhete retirado no valor promocional.

Por exemplo: Vasco, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Internacional e Bahia que chegam a oferecer descontos de até 100% nas principais categorias de seus planos terão de acrescer no borderô dos jogos em que forem os mandantes metade do valor de cada ingresso 100% promocional.

Aqueles, como o Flamengo, que dão descontos de 20 a 50% sobre o valor da meia-entrada terão de completar a diferença.

O tema passou a ser discutido com mais profundidade nos últimos dias, após os clássicos decisivos da Taça GB, primeiro turno do Estadual do Rio de Janeiro.

A Federação presidida por Rubens Lopes foi das primeiras a implantar o modelo e exigindo que o pagamento da diferença conste no borderô dos jogos.

Ou seja: no confronto com o Vasco de domingo (dia 5), a renda ultrapassou os R$ 5 milhões porque o Flamengo, como mandante, teve de pagar cerca de R$ 650 mil referentes a bilhetes retirados com desconto.

A renda líquida foi de R$ 2,4 milhões, e cada clube ficou com R$ 1,2 milhão – pouco mais de 20% do valor arrecadado.

Os executivos passaram a fazer contas e constataram que no fechamento do exercício anual a queda na arrecadação de alguns poderá chegar a R$ 10 milhões.

Por isso, estudam um jeito de pressionar a CBF a mudar o parágrafo 5° do Artigo 97 do 7° Capítulo do RGC, que ordena:

“Independentemente das políticas e valores adotados pelos clubes em seus programas de sócio torcedor, em caso de venda por valor abaixo da meia-entrada do respectivo setor, o clube responsável deverá lançar e complementar, no borderô, o valor correspondente à diferença da meia-entrada…”



Por Explosão Tricolor

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