Conselheiro de oposição opina sobre a renovação de contrato do Fluminense com a Globo




Conselheiro de oposição opina sobre a renovação com a Globo (Foto: Fluminense FC)
Conselheiro de oposição opina sobre a renovação com a Globo (Foto: Fluminense FC)

Com o objetivo de mantermos uma democracia igualitária, onde todos os lados da história sempre serão escutados, estamos abrindo o espaço para o conselheiro e líder do grupo político Ideal Tricolor, Ademar Arrais, para saber a opinião dele sobre a renovação de contrato do Fluminense com a Globo referente aos direitos de transmissão da TV fechada no período de 2019 a 2024.

Confira abaixo, a opinião do conselheiro:

“Quando da última eleição, o Ideal Tricolor optou pela reeleição do Presidente Peter por entender que, diante daquela conjuntura político-eleitoral, com aquelas candidaturas postas, tratava-se do melhor caminho para o Fluminense, pois tínhamos alguns avanços na gestão do Clube, nada obstante as sérias críticas que possuíamos e nunca deixamos de lado, que apenas ficaram num segundo plano em razão do compromisso público de participação e influência direta na gestão. Como todo grupo político decente, nosso intuito era de interferir, corrigindo o que estivesse errado e melhorando o que estivesse correto.

Não fomos enganados. Sabíamos com quem estávamos lidando e por isso mesmo antes de deliberarmos sobre o referido apoio chegamos a discutir qual seria nossa postura se, mais uma vez, fossemos colocados de lado e uma série de atos contrários aos interesses do Clube continuassem a ocorrer, ou seja, a nossa ida para oposição à atual gestão em defesa do Fluminense foi discutida antes mesmo de fecharmos qualquer acordo.

A decisão em participar da Chapa, pessoalmente e para o Ideal Tricolor, foi muito desgastante e ruim politicamente. Outros caminhos seriam muito mais fáceis e confortáveis, mas nunca direcionamos nossas decisões nessa perspectiva. Para o Fluminense, ao revés, foi muito positivo. Se não estivéssemos no Conselho Deliberativo e Fiscal a instituição estaria sofrendo muito mais com os desmandos, omissões, arbitrariedades, irresponsabilidades, mormente no campo financeiro e sequer teríamos conhecimento.

Quando da assinatura pelo Peter do contrato do Maracanã, eu renunciei ao cargo de Vice-Presidente de Planejamento Estratégico e  fomos para a oposição. Era apenas a gota d´agua de uma série de compromissos públicos assumidos e não cumpridos para melhoria da gestão do Clube. Tentamos de tudo para ajudar e evitar uma série de bobagens cometidas, mas as pessoas que comandam o Fluminense, com a prepotência e arrogância de praxe, acham que sabem de tudo à todo tempo e que não precisam de ajuda de ninguém, sobretudo, de quem não se vende nem tem uma postura de subserviência.

É inadmissível qualquer Presidente, em qualquer instituição, assinar contratos por um período maior que o de seu mandato, contraindo obrigações futuras e se preocupando apenas com os resultados imediatos de sua gestão. É por esse tipo de mentalidade que chegamos a uma divida de quase meio bilhão de reais. O que menos se pensa é na instituição.

Não satisfeito apenas com a assinatura de um contrato importantíssimo  por 35 anos sem a ciência e muito menos a oitiva dos demais Poderes Constituídos do Clube, contrariando inclusive o estatuto, Peter no ano de 2015 autorizou VERBALMENTE o pagamento de quase 10 MILHÕES DE REAIS para a coitadinha, inocente e despreparada Odebrecht, sem ter um papel de pão sequer assinado como termo aditivo. E o pior. Obteve a legitimação dessa excrecência de quase toda sua base de apoio no Conselho Deliberativo, inclusive do Presidente do Conselho Fiscal, que em seu Parecer não fez nem menção ao fato. Quem aprova esse tipo de coisa aprova tudo, absolutamente tudo, independente dos interesses do Fluminense.

Agora, Peter assinou contratos importantíssimos com a GLOBO ATÉ O ANO DE 2024, ignorando novamente o estatuto e todos os Poderes do Clube, bem como o término de seu mandato. O negócio é receber antecipação de receita travestida de “luvas” e meter o pau no dinheiro imediatamente.

Assim como no caso do Maracanã, ao menos por enquanto, não discutimos o mérito do contrato, até por não termos AINDA ciência do mesmo. O que é surreal é um Presidente, que está ali temporariamente e cujo mandato termina no final de 2016, se coloque permanentemente como dono do Clube, considerando que pode fazer o que quiser e bem entender que depois sua base de apoio, desrespeitada por ele próprio várias vezes, referenda e aprova tudo em troca de benesses políticas, contratos, empregos, etc…

Nesse momento de tantos pré-candidatos à Presidência do Clube seria interessante que eles se posicionassem claramente sobre esse tipo de procedimento reiterado do Peter e desse contrato especificamente.

Já estamos colhendo informações e documentos sobre o processo negocial de assinatura desse contrato, inclusive com o Esporte Interativo, e desejamos levar essa discussão ao Conselho Deliberativo através de um requerimento com assinatura de 30 (trinta) conselheiros para convocação de uma reunião extraordinária. Além disso, se for necessário e viável recorreremos as vias judiciais em defesa dos interesses do Fluminense.

Saudações Tricolores,

ADEMAR ARRAIS FILHO

Conselheiro do Fluminense Football Club

Membro do Ideal Tricolor”

Por Explosão Tricolor