Diálogo no céu pela Libertadores

(por Vinicius Toledo)

No plano terrestre, o Maraca estará lotado para a batalha contra o Olimpia, mas no outro lado da vida…

– Careca do talco! Tudo pronto para quinta?

– Claro, Nelson Rodrigues! Pó de arroz no corpo, faixa na cabeça e bandeira amarrada como se fosse uma capa. Vamos com tudo pra cima do time do presidente da Conmebol!

– Muito bem, meu amigo! E o casal 20?

– Mestre Nelson, Assis e Washington estão jogando uma peladinha com o Super Ézio, Pinheiro, Telê Santana, Castilho, Waldo, etc…

– Ok! Mas é bom avisar a todos que a caravana vai descer cedo. É para descer todo mundo!

– Pode deixar, Mestre Nelson. Eu e o Ximbica estamos organizando tudo.

– Careca, tô muito ansioso. A máquina de escrever já está pronta, sinto que a noite será épica. Já até falei com o Gravatinha para ficar de olho no Sobrenatural de Almeida. Não dá para dar sopa pro azar!

– Mestre Nelson, tem que ficar atento mesmo. Já passou da hora do Fluminense pintar a América do Sul de verde, branco e grená.

– Com certeza, Careca. Nossa mobilização é importante por causa disso, nossa missão é a de levar a inabalável fé a cada um dos milhares de tricolores que estarão no Maracanã. O 2008 tem que acabar!

– É isso aí, mestre. Vamos todos juntos numa corrente pra frente. Tudo dará certo. Tenho muita fé que sim!

– Careca, nas situações de rotina, um `pó-de-arroz’ pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas.

– Emocionante, mestre!

– Careca, abençoe a arquibancada e acenda a chama verde, branca e grená em cada um dos torcedores. Cada chama acesa manterá o nosso ato de fé mais vivo do que nunca.

– Pode deixar, Mestre. João de Deus me ajudará nessa. O senhor escreverá mais uma obra de arte tricolor que ecoará pela eternidade.

– Careca, grandes são os outros, o Fluminense é enorme. Nesta quinta, todos os caminhos levam ao Maracanã.

– Fechado, Mestre! No ritmo da molecada… “Vamos tricolores, chegou a hora, vamos ganhar a Libertadores!