O complicado tabuleiro de xadrez do Fluminense

Até o presente momento, o Fred não teve coragem de encarar a massa tricolor e mandar a real sobre toda esta palhaçada que estamos assistindo desde a noite do último sábado. Por outro lado, não há como não entender um pouco o lado dele nesta história. A questão dele se achar o dono do Fluminense é muito complexa. Marra? Na minha opinião, não. Vejo o comportamento dele como uma consequência de omissão e, principalmente, falta de comando no clube.  

O grande problema na relação do Fred com o Fluminense é que nunca tivemos um dirigente que explicasse ao jogador que ele estava ali para jogar. E só! Como liderança, em uma ou outra situação, até seria válido consultá-lo, mas sempre dentro de um certo limite. Diante deste cenário, o Fred foi dominando, dominando… Aí pergunto: quem no lugar do Fred não agiria da mesma forma? Não sejamos hipócritas, somos seres humanos e todos nós temos uma marra. Se der liberdade, neguinho deita e rola mesmo, essa é a real. E no caso do Fred, não foi diferente. 

Sete anos depois, a diretoria do Fluminense resolveu tomar uma atitude. Talvez pelo fato do Fred estar em final de carreira, viver lesionado… Ou será que se mancaram da burrada de terem assinado um contrato até o final de 2018 com vencimentos para um veterano beirando a casa de R$ 1 milhão mensais, algo que foi comemorado pelo Mário Bittencourt como a conquista de um título mundial? A renovação com o Fred foi usada até para detonar ainda mais o problema que o clube teve com o Dario Conca. Na época, cheguei a questionar aqui no espaço, mas muitos tricolores me criticaram. E agora? É claro que tínhamos que renovar com o Fred, mas não até 2018.

Pois é, agora não adianta chorar. A lambança foi feita lá atrás, quando não colocaram limites no Fred. O Levir Culpi está muito certo quando diz que jogador tem que jogar, treinador tem que treinar e presidente tem que mandar em tudo. Resta saber, se o Fluminense seguirá isso a partir de agora ou se lá na frente teremos que contratar um outro Levir para realizar a função de quem deveria mandar de verdade no clube. Por falar no nosso treinador, acho que o único erro dele nesta polêmica foi a declaração dada na entrevista com a TV Record. Considerando que já existia o problema, e ainda, a forma que ele falou, aquilo foi uma declaração de guerra. 

Sobre o Fred, lamento profundamente o posicionamento dele. Como ídolo e referência principal do Fluminense nos últimos 30 anos, ele não poderia agir desta forma. Ainda dá tempo dele sair com dignidade ou pelo menos amenizar o impacto negativo que causou numa torcida que sempre comprou o barulho dele contra todo um sistema canalha e covarde. Não sei se está havendo influência de empresário, familiar ou até mesmo religião, mas esse aí não é o Fred que boa parte da torcida sempre idolatrou pra cacete, mas não é mesmo. Se eu fosse ele, aguardaria até a próxima janela e me mandaria para a China, já que os chineses estavam loucos atrás dele no início deste ano, quando fizeram até uma proposta milionária, mas que ele fez questão de recusá-la… Tudo bem que coincidiu com um pedido de aumento dele ao Fluminense, mas isso foi apenas um simples detalhe… 

Para encerrar, pergunto ao presidente Peter Siemsen, membros da sua diretoria e todo o seu grupo político de sustentação: a hierarquia, disciplina e organização serão as marcas registradas do novo Fluminense a partir de agora? Se sim, terá a minha total aprovação e o meu apoio irrestrito, mas se tudo isso aí que estamos vendo foi somente uma movimentação muito bem trabalhada no tabuleiro de xadrez das Laranjeiras para forçar toda esta situação, o Fluminense mais uma vez sairá perdendo. E muito.

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor 

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