Chega!




Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

Chega (por Lindinor Larangeira)

Uma pergunta vem me torturando após os jogos do Fluminense: “Quem é aquele cara arrogante, irritadiço e com claros sinais de desconexão com a realidade, que participa das coletivas de imprensa?” Dizem que é o Fernando Diniz. Será mesmo? Tenho dúvidas. A verdade é que o nosso treinador parece ser prisioneiro de convicções que não estão se confirmando na vida real. O jogo e a entrevista de ontem reforçaram essa impressão.

Sobre a partida, novamente, o time começou bem. Abriu o marcador e aí, o imponderável atuou: uma tempestade desabou sobre a bela Salvador, paralisando o jogo aos 16 minutos. Na volta, o Fluminense seguiu melhor e poderia ter ampliado.

Mas um lance capital pode ter mudado o rumo dessa história: o volante Caio Alexandre fez falta passível de cartão vermelho, em Cano, e o péssimo árbitro, depois de alguma demora, deu apenas cartão amarelo. Mais estranho ainda foi a não intervenção do VAR, para sugerir a revisão de um lance claro de expulsão. O mesmo Caio Alexandre, minutos depois, marcou um golaço, em lance iniciado por mais um passe errado do limitado Lima.

Depois do empate, o Bahia se animou e passou a controlar o jogo. O meio-campo do tricolor de aço, em superioridade numérica, teve total liberdade. Everton Ribeiro e Cauly encontraram espaços, que lembravam as imensas fazendas de cacau do sul baiano.

Assim, o segundo gol do time local era questão de tempo. O lógico então era sacar Lima, o pior jogador em campo, e colocar um zagueiro, passando Martinelli para a sua real posição, ou colocar Alexsander, para aumentar nosso volume de jogo no setor.

E o que fez Diniz? Tirou Lima, certo. Colocou John Kennedy, errado. Equívoco porque era nítido que o Bahia ganhava o meio-campo e ficar apenas com André e Ganso no setor, duelando contra cinco adversários, não poderia dar certo. Como não deu.

Depois do segundo gol, aliás um golaço de Cauly, que rabiscou a nossa zaga, o que se viu foi um festival de besteiras que assolam o Fluminense. Nesse FBAF, o time apresentou esquemas inovadores. Até agora não sei se foi um 2-0-8. Um 2-1-7. Ou, o mais próximo do que consegui (ou tentei) compreender, um 2-2-6.

No final, Ganso, um dos poucos a se salvarem do desastre, quebrou o galho de zagueiro e quase se envolveu numa briga com os jogadores baianos.

Uma noite muito triste. Para esquecer? Não. Para lembrar e não repetir os erros grotescos e as invencionices. A responsabilidade então é somente do Diniz? De modo algum. Cadê a diretoria? Está na hora do nosso presidente botar ordem na casa. Chega de omissão. O treinador é funcionário do clube, deve explicações aos seus superiores e tem que ser cobrado.

Vamos ficar esperando pela boa vontade da senhora Thiago Silva, que prefere ficar na Inglaterra? Robert Renan está dando sopa. Talvez seja a melhor oportunidade de mercado, mesmo sendo “um jogador caro”. Aliás, caro é jogador que não sai do DM. Caro é jogador contratado por ser agenciado por “empresário amigo”.

Chega de discurso bonito, Dr. Mário. A hora é de agir mais e falar menos.

E você, Diniz, chega de Martinelli na zaga. Coloque nosso melhor segundo volante na sua real posição e fortaleça o nosso meio-campo. Chega de Lima titular. Chega de improvisações bizarras. Como você mesmo fala repetidamente, ponha nosso melhor time em campo. E esse time, certamente, não foi o que você escalou ontem. Muito menos o que terminou o jogo, com seis atacantes, zero criatividade e cruzando bolas na área adversária sem nenhuma efetividade.

Isso é apenas convicção? Teimosia? Ou seria outra coisa?

Tenha a humildade de escalar um time mais consistente no clássico, porque a torcida não merece ver os espetáculos deprimentes que o campeão da América tem proporcionado.

PS1: Alexsander, mesmo sem estar na forma ideal, tem que ter mais oportunidades, seja na lateral ou no meio.
PS2: Já passou da hora de testar Felipe Andrade na zaga. Seja com Felipe Melo ou Manoel.
PS3: Boa sorte aos moleques Yago e Johny, no Coritiba, e ao veterano David Braz, no Goiás.