Mano Menezes concedeu entrevista coletiva no Maracanã após o empate do Fluminense com o Internacional
O técnico Mano Menezes concedeu entrevista coletiva após o empate do Fluminense em 1 a 1 com o Internacional, na noite desta quinta-feira, no Maracanã, pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Confira abaixo todas as respostas:
Empate com o Internacional
“A equipe fez um bom início de jogo. Ontem, na apresentação, perguntaram o que eu havia trabalhado em dois treinamentos. Elenquei algumas coisas e elas estiveram presentes na equipe e isso me deixa parcialmente satisfeito. E acho que não poderia ser diferente assim tão rapidamente. Agora, é daqui para cima.
O jogo foi parelho. Houve proximidade no controle de posse. Não teve tanta conclusão dos dois lados. Ambos se neutralizaram. Acho que o resultado foi justo. Embora você enxergue suas virtudes melhores que o defeito. Era importante sair na frente. Ao sair atrás, tivemos felicidade de achar o gol num chute do Ganso. Devolveu a tranquilidade para voltar no segundo tempo. O ambiente não seria favorável. A nossa primeira parte do jogo foi o que me frustrou, por não ter feito uma vantagem de fazer coisas que a gente não pode fazer com espaço maior.”
Pontos positivos da equipe em sua estreia
“Teve pressão para recuperar a bola mais à frente, recuperou, até tivemos uma infelicidade na primeira que recuperamos o Cano chutou um toco, popularmente falando, fez a gente pensar que iria perdê-lo cedo no jogo. Depois tivemos bola no poste em uma recuperação. A equipe foi tendo a postura que a gente quer dela. A gente não vai fazer durante 90 minutos. Ninguém faz.
Na segunda parte, perde um pouco dessa capacidade, fisicamente falando, e do outro lado o adversário enxerga, tem gente competente. Entra um pouco de leitura do jogo, de momento de alguns atletas, que às vezes entram e não estão conseguindo responder. Não é fácil entrar em um jogo de alta rotação. Outra é a leitura de um jogo grande. Você tem seus momentos, e o adversário tem os dele. Melhoramos em alguns aspectos, sofremos no meio-campo um pouco, levamos a bola por dentro no gol que sofremos. O time estava mais acostumado a fazer perseguições, o que abre espaço para um time de qualidade. Tem que esperar chegar a bola na beirada. Não se pressiona de qualquer jeito times de qualidade do futebol brasileiro.”
Comportamento da torcida
“Trabalho com execução de funções. O time tem 11 funções e a gente precisa executar bem. Falo sempre que todas as ideias são boas se executar bem, ou ruins, se não executar bem. Não vai resolver o problema vaiar antes de o jogador atuar. Cria uma pressão e é uma pressão desnecessária para antes do que o jogador fez. Nem é justa. Se não formos bem, merecemos ser vaiados. O torcedor tem direito. É bom estarmos mais unidos, o torcedor veio num número bastante grande, temos que elogiar. Torcedor, nós só temos que elogiar. Num momento tão difícil, se colocam 40 mil pessoas no Maracanã, o torcedor é soberano no que acha.”
Transição após a saída de Fernando Diniz
“Achei que a gente não deve tomar gols como tomamos. Abrimos muito a linha por dentro. Sabíamos que o adversário trabalha bem por dentro, foi na ânsia de pressionar, e abriu as linhas. A gente precisa de calma, induzir o adversário a fazer algo que a gente quer primeiro e depois retomar. Não se toma a bola com facilidade contra grandes times do futebol brasileiro, todos têm construção elaborada e bem feita, a gente precisa entender. O que mais vou trabalhar e acredito que ainda vai demorar é que nosso time não estava acostumado a jogar um futebol um pouco mais posicional. E um time que não está acostumado quer vir de encontro à bola.
No futebol de hoje, pelo menos a grande maioria, trabalha atrás das linhas de marcação e faz a bola chegar nos lugares importantes. Isso vai dar mais trabalho porque é muito tempo trabalhando com a aproximação e toques curtos. A equipe evoluiu assim e depois parou. Talvez por isso o trabalho foi interrompido. Eu penso futebol diferente como a maioria. Por exemplo, às vezes você facilita a marcação indo de encontro a bola. Quando o adversário te pressiona e você vai, você traz consigo um jogador que vai apertar e roubar. No segundo tempo, cometemos 7 vezes o mesmo equívoco de buscar a bola próximo. Tem que ter calma para levar a bola lá, com qualidade para fazer mais jogadas de gol, concluir mais. Isso vai fazer a gente mesmo errando alguns, fazer mais gols e levar a gente à vitória.”
Estado emocional do time
“Encontrei o time como provavelmente estaria, normal que estivesse, senão eu não estaria aqui e as coisas estariam funcionando. Quando você vem numa fase dessa, a expectativa deles, não tenha dúvida que a confiança cai. Aquilo que falamos hoje, a retomada da confiança não vem por decreto, não adianta fazer discurso forte, a retomada vem com atitudes simples e certa. O time vai ganhando corpo e evolução que, se continuada, retoma resultados que há tempos não vêm. Queríamos fazer 3 pontos, mas temos que pontuar. Quando não der para fazer 3, tem que fazer 1. Jogar nesse lugar da tabela que a gente está, ponto é ponto. A torcida se portou bem em relação à pressão. Se nos desorganizamos, poderíamos escapar e sofrer a derrota. Não é a 7ª maravilha mas vamos a partir de estancar derrotas, buscar vitórias.”
Desempenho do volante André
“André é unanimidade da função no Brasil. Foi usado mais atrás pela característica do trabalho e antes. Acho importantíssimo na função, dá uma segurança muito maior na saída que os outros. Perdemos para o Fortaleza, mas a ideia do que pensamos para o jogo era para exatamente aproximar a equipe para ter força de retomada no meio e mais adiante, para competir mais, igualar a competição do jogo e para os outros também terem bom exemplo disso.”
Entradas de Renato Augusto, Douglas Costa e Gabriel Pires
“Renato é extremamente experiente, já passamos por muita coisa, ele não entrou mal. Renato joga numa zona que naquele momento, a partir de uma alteração do adversário, era necessário ficar no tripé. Coudet tirou um atacante e botou um jogador a mais no meio no setor, criou uma superioridade numérica que deu a eles o controle. Eu tinha que fazer uma alteração tática. Não discordo de algumas dificuldades que Douglas Costa teve e Gabriel, que começou bem, cometeu um erro e se desestabilizou. O grupo do Fluminense é o grupo que assumi e vou defender porque as coisas funcionam melhor.”
Agitação à beira do campo
“Eu me dou bem com a arbitragem. Sou esse cara. Trabalho assim, me entrego no trabalho. Se passar do ponto é sempre por uma causa nobre, tirando exceções. Todos nós somos humanos e cometemos erro. Vou trabalhar intensamente para estar ao lado dos jogadores. Era natural que algumas coisas não fossem tão bem executadas em um treino só. Com a equipe inteira foi um treino só. Era no sentido de ajudar e passar orientação. Algumas coisas funcionaram bem e era natural que outras não funcionassem tão bem.”
Sequência de jogos fora do Rio de Janeiro
“Vamos jogo a jogo. Os jogos todos têm um caráter extremamente decisivo. Vamos jogar dois e depois temos uma parada de dez dias que vai ser muito valiosa. Vamos nos dois jogos com o mesmo pensamento de hoje. Não temos que pensar em depois, temos que fazer ponto em todos os jogos, ter essa ambição de equipe. O comportamento que o time mostrou hoje na disputa de jogo é um bom indício do que vamos ser fora. Vai ser difícil para gente e também vai passar a ser difícil para os outros.”
Condição física dos jogadores
“Ainda é cedo para falar sobre isso. Mesmo que tivesse avaliação negativa, não falaria aqui. Não acho que seja isso. Quando atravessa momento difícil, o desgaste emocional está inserido no desgaste geral. Você se esforça mais. Quando está bem, o jogo é mais leve. Vamos passar por esses momentos que certamente afetam o último terço do jogo.”
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Por Explosão Tricolor
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