Esse time deu dois treinos, Mano? (por Lindinor Larangeira)
Apesar de Mano Menezes, o Fluminense não foi rebaixado em 2024. A constatação me parece óbvia depois do clássico de ontem, no Engenhão.
O treinador foi o responsável direto por mais essa derrota. E o que é pior: por outra atuação tenebrosa da equipe. O time é um bando, sem qualquer organização ou proposta de jogo.
Porém, os grandes responsáveis pela catastrófica temporada passada e por esse início desanimador de ano, têm nome e sobrenome: Mário Bittencourt e Paulo Angioni.
Mário renovou com Mano e prorrogou os contratos de Samuel Xavier, que não vem jogando nada faz tempo, do limitado e esforçado Thiago Santos, que, estranhamente, passou a ter status de titular, e do errático Manoel.
Angioni é um ex-dirigente em atividade. Tão medíocre e conservador, quanto Mano Menezes. O planejamento de elenco daquele que deveria ser o principal gestor do futebol tricolor é lamentável. Mas como é parça do presidente…
Sobre o jogo, a proposta do treinador, talvez só ele não tenha percebido, não funcionou. Mano tinha a possibilidade de mexer no time. Tirar Serna, que errava tudo e colocar Riquelme. Sacar o indolente Martinelli, reforçar o meio, com Bernal e liberar Hércules.
Não fez alterações na volta para o segundo tempo e o time continuou absolutamente perdido em campo.
O Botafogo, sem treinador e com oito dias de treinamento, se limitava a trocar passes no meio-campo e apostar em bolas longas. No primeiro tempo, nas costas da avenida Samuel Xavier. Na segunda etapa, explorando os espaços dados por Fuentes e a falta de cobertura no setor. Só Mano parece não ter visto…
Responsabilizar Thiago Santos, que falhou nos dois gols? A responsabilidade é de quem o escala.
Culpar a arbitragem, que, a meu ver, deixou de marcar um pênalti em Canobbio e deveria ter expulsado Barboza por agressão? “Isso aí é com os dirigentes”, como diria o atual treinador.
A verdade é que o placar foi mentiroso. O Botafogo teve, pelo menos, mais cinco chances claras de gol, três defendidas por Fábio e duas desperdiçadas por seus atacantes.
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Se na trágica temporada passada, Fábio foi o nosso melhor jogador, na que começa, a história se repete.
A janela só trouxe um jogador que deve ser titular: o volante Hércules. Canobbio pode ser uma opção, mas não o vejo como titular. O restante são jogadores para composição de elenco.
O termo “janela”, nesse caso, parece ser sinônimo de dinheiro jogado fora. Pela janela. O elenco continua com muitas carências. As mais gritantes são na meia. Um ou dois deveriam ser contratados.
Um centroavante diferente de Cano, Kauã Elias e Lelê, é outra contratação para dar opções diferentes ao ataque. Principalmente, na hora do sufoco.
Para o sistema defensivo, um primeiro-volante de força. Um lateral-direito para chegar e ser titular, e um goleiro reserva confiável.
Não adianta a diretoria dizer que não tem dinheiro. Usem o que foi economizado com Rony.
Também, não adianta o treinador repetir que “meias criativos são raros no mercado, e os que existem são caros”. O clube tem scout para que? O Corinthians encontrou Rodrigo Garro no Talleres de Córdoba, que não é nenhuma potência do futebol argentino. Isso se chama trabalho competente.
Agora, com realismo, sobra o torneio de consolação e a obrigação de conquistar a vaga na Copa do Brasil. Ou alguém acredita que esse time pessimamente treinado vai ganhar cinco jogos, sendo dois deles clássicos?
A frase infeliz do presidente do clube, escarnecendo da torcida, na atual conjuntura faz sentido. Porém, se dirigida ao atual treinador: esse time deu dois treinos, Mano Menezes? Pelo péssimo futebol exibido, parece que não.
PS1: #ForaAngioni
PS2: #ForaMano
PS3: #SAFComMárioCEONão
PS4: “Olê, Olê, Olê, Olá. Arias, Árias!”
