
O acabamento do Fluminense do Mano Menezes (por Vinicius Toledo)
Deu empate sem gols no clássico entre Fluminense e Flamengo. O que falar sobre a atuação tricolor na calorosa tarde de sábado no Maracanã? A equipe tricolor se entregou bastante nos primeiros quarenta e cinco minutos. Marcou alto, dificultou a saída de bola rubro-negra, mas não conseguiu furar a defesa adversária, que estava bem encaixada.
Os rubro-negros apareceram em algumas escapadas de contra-ataques, mas a defesa do Tricolor também estava bem encaixada, inclusive, o Ignácio teve uma grande atuação. Sobre o camisa quatro, zero surpresa. Quem me acompanha aqui, sabe que sempre falei que a dupla de zaga tricolor tem que ser composta por ele e o Thiago Silva.
No segundo tempo, a partida seguiu muito pegada na marcação, mas com o Fluminense sem a pegada para manter a pressão na saída de bola adversária. O Flamengo avançou, mas seguiu sem arrumar nada. Os espaços surgiram para o Tricolor, porém, os pontas não conseguiram avançar ao fundo.
Do ponto mais alto da arquibancada, eu estava assistindo sozinho. Visão privilegiada, parecia uma mesa de jogo de botão. Sendo assim, a leitura do jogo fica bem mais fácil. O que eu vi lá de cima? A defesa tricolor fazendo a sua parte muito bem, a transição funcionando, mas quando a bola chegava no último terço do campo, em especial, ela voltava. O que acontecia? A recomposição defensiva do Flamengo era feita rapidamente, e, consequentemente, o jogo voltava a ficar amarrado. E assim foi até o apito final.
Algumas observações:
– Não faltou vontade e entrega.
– Canobbio correu o campo todo, mas estava esgotado fisicamente na única chance que ele teve onde estava no mano a mano com o adversário e acabou chutando fraco. Não à toa, saiu um minuto depois.
– Ainda sobre o Canobbio, ele mesmo afirmou que é um meio-campista. Está na hora de repensar a posição dele, pois não adianta ter um atacante improvisado que se entrega bastante na marcação, mas que acaba ficando sem força para atacar.
– Pelo desenho do segundo tempo, era jogo para o Keno. Descansado, tenho certeza que ele daria uma bagunçada no lado direito rubro-negro, mas o Mano Menezes preferiu o Kevin Serna…
– Sobre o Kevin Serna, o colombiano teve duas boas chances pela esquerda, mas o acabamento dele foi péssimo…
Para encerrar, o Fluminense precisa definir o que realmente deseja para o restante da temporada. Esse Fla-Flu representou de forma fiel os conceitos do Mano Menezes. Muita marcação, aplicação tática, força física e o time jogando “por uma bola”. É isso mesmo que o Tricolor deseja? Caso realmente seja, então, algumas situações precisam ser revistas. Logo de cara, um camisa dez para encostar no ataque e um ponta com um pouco de inteligência na tomada de decisões e que tenha uma última bola qualificada ou será que alguém acredita no sucesso desse esquema sem um bom acabamento no último terço do campo?
Por hoje é só.
Forte abraço e ST