SAF ou Colônia?




SAF ou Colônia? (por Vinicius Toledo)

O modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ainda está engatinhando no Brasil. Tudo leva a crer que será um caminho inevitável para o futebol brasileiro. Porém, confesso que os primeiros grandes clubes que passaram por esse processo de transformação estão deixando todo mundo com a pulga atrás de orelha.

O Vasco, por exemplo, está passando o maior aperto da sua história por conta de uma venda realizada às pressas sem muitos questionamentos. Na época, o discurso era o seguinte: “Se não vender, pode fechar as portas”. Após pouco mais de dois anos, os vascaínos deram entrada no pedido de recuperação judicial.

Já o Cruzeiro foi comprado por um torcedor bilionário, que tem gastado bem, mas os resultados dentro de campo ainda não apareceram. Outro dias, a torcida esticou uma faixa de protesto próximo a um dos muitos supermercados que o empresário possui em Minas Gerais.

A SAF do Bahia parece ser mais pés no chão, mas com trabalho sério e muito profissional por parte do Grupo City.

E o Botafogo? John Textor investiu pesado em 2024 e se deu bem: Conmebol Libertadores e Brasileirão. É bem verdade que ainda estamos apenas no primeiro trimestre, mas os alvinegros estão pra lá de preocupados. O apetite por investimentos parece não ser mais o mesmo. O time perdeu o Luiz Henrique e Almada. Além disso, ficou quase dois meses sem treinador.

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Ainda sobre o Botafogo, agora vou comentar sobre o que me levou a publicar esse texto: a torcida alvinegra entrando na porrada para os seguranças do Estádio Nilton Santos. Revoltados com a perda do título da Recopa Sul-Americana para o Racing, os torcedores abriram uma faixa com os seguintes dizeres: “Planejamento de M….” (vídeo no final do texto). Uma manifestação democrática, mas que logo foi interrompida a base de cacetete. Parecia até a antiga história de colonizador se impondo em uma das suas colônias…

Para completar a festa, o John Textor também recebeu críticas de alguns torcedores na saída do campo e reagiu jogando a medalha de vice-campeão continental para a arquibancada. O pior de tudo é o seguinte: não adianta a torcida chorar, espernear e xingar. O Botafogo pertence a apenas uma pessoa que, inclusive, está com outras prioridades, como, por exemplo, abrir capital de sua empresa na Bolsa de Nova York, comprar um clube inglês, recuperar o Lyon, etc… Ou seja, quem manda é o cara. Não está satisfeito? Pula o muro, abandona ou atura ou surta. Essa é a real.

Ninguém sabe ao certo o impacto da “Era SAF” no futebol brasileiro, porém, para quem ainda não passou por essa transformação, o aviso já está dado: todo cuidado é pouco. Eu sou a favor, pois não acredito mais de forma alguma no modelo arcaico de clube associativo composto de muito amadorismo e quase total falta de transparência.

Forte abraço e ST




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