Dois pontos jogados fora




Jhon Arias (FOTO: MARINA GARCIA / FLUMINENSE F.C.)

Dois pontos jogados fora (por Lindinor Larangeira)

“Vagabundo, ladrão, sem vergonha.” Essas foram as palavras atribuídas ao presidente Mário Bittencourt, na súmula do árbitro Matheus Delgado Candançan, da partida Fluminense x Grêmio, pela 32a rodada do Brasileirão de 2024.

Naquela rodada, o tricolor chegava a 37 pontos e ao 12o lugar na tabela.

Na súmula, o juiz também assinalava que o mandatário tricolor teria dito que ele “nunca mais apitaria um jogo do Fluminense”.

“Mas então você está responsabilizando a arbitragem pelo desastroso resultado de ontem?”

Aos idiotas da objetividade, a minha resposta é que o jovem árbitro, a quem avalio como tecnicamente muito bom, foi um dos grandes, mas não o único responsável pelo inaceitável tropeço do domingo de Páscoa. Não apenas pelo claríssimo pênalti não marcado, mas por ter sido o melhor jogador da equipe baiana, segurando o jogo e sendo conivente com o antijogo dos visitantes.

A estranha omissão da equipe do VAR também entra no pacote. Não existe padrão, critério ou uniformidade nas decisões da arbitragem de vídeo. 

Do lado de cá, a noite pra lá de infeliz de Renato, e a postura preguiçosa do time no segundo tempo, também foram determinantes.

O treinador demorou demais para mexer e as alterações foram bastante equivocadas, com destaque para Thiago Santos, que só foi notado tomando uma caneta, no lance do gol. Jogada que deveria ter sido interrompida por um dos três marcadores, que deixaram o atacante adversário confortável, ao invés de adotar o padrão da falta tática, exaustivamente usado pelo adversário. Era preciso matar a jogada, mesmo que custasse um cartão.

Sobre o treinador, não entendi por que não voltou com Keno, depois do intervalo, no lugar de um Canobbio esforçado e absolutamente improdutivo. Continuo a defender esse jogador, mas creio que atua fora de posição.

Também, não entendi a entrada de Thiago Santos, e não de Lezcano, para dar mais posse de bola e não chamar o adversário para o nosso campo.

O último fator para o resultado, repito, inadmissível, foi a postura indolente, quase beirando ao salto alto do time no segundo tempo. A atitude correta era manter a pressão e liquidar o jogo. Não recuar e apostar na indigência técnica do fraquíssimo time do Vitória, que neste Brasileirão vai precisar mais do que nunca da ajuda do seu torcedor mais ilustre, para não ser rebaixado. 

Faltou coragem, mas, sobretudo, vontade de ganhar. Também faltaram pernas. É recorrente que o time cai fisicamente, a partir dos 25 do segundo tempo. E não vou jogar o passivo nas costas da preparação física, mas de um calendário irracional.

Confesso que sai P da vida do Maracanã. De cabeça mais fria, avalio que o copo está 75% cheio e 25% vazio. O time está no G4, com 10 pontos em 5 jogos. Se mantiver a média de 2 por partida, chegaria a 76 no final da competição, pontuação de título ou, ao menos, de vice-campeonato.

O elenco, embora com alguns desequilíbrios, é muito melhor do que o da temporada anterior. Como também o treinador, que, quando erra, tem que ser criticado, mas, em pouco tempo, já apresentou um trabalho infinitamente superior ao do medíocre Mano Menezes.

Dois pontos jogados fora. Coisas do futebol. Agora, é virar a chave e trazer três pontos do Chile.

Clique aqui e realize a sua inscrição no canal do Explosão Tricolor

PS1: Como cristão católico, minha profunda tristeza pelo passamento do Papa Francisco, além de tudo, um amante do futebol.

PS2: Alegria pela conquista inédita do mesatenista formado nas Laranjeiras, Hugo Calderano. É campeão mundial!

PS3: Com atraso e muita alegria, comero o retorno de Nina Linda Lessa a esse portal tricolor. Sou seu fã, menina!