Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho antes do jogo contra o Chelsea




Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva na véspera do jogo contra o Chelsea
Foto: FluTV

Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho antes do jogo contra o Chelsea

Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva na véspera do jogo contra o Chelsea

Na véspera da partida contra o Chelsea, da Inglaterra, pelas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA, o técnico Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva para a imprensa. Confira todas as perguntas e respostas do treinador tricolor:

Fazer história no Mundial de Clubes 

“O Fluminense está fazendo uma grande Copa do Mundo, está sendo um privilégio estar à frente desse grupo, estar à frente deste clube. Mas a gente veio para fazer história. Desde o início eu falei, a gente precisa acreditar na gente, a gente precisa acreditar no nosso trabalho, vamos sempre respeitar nossos adversários, são poderosos, financeiramente eles são bem melhores do que a gente, agora o futebol é decidido dentro do campo. Sempre respeitando o adversário, o que mais tem me deixado satisfeito no meu grupo são as atitudes, a entrega deles dentro do campo e os resultados estão aí.

É um privilégio muito grande, para poucos. Não sei quando vou ter uma outra oportunidade novamente de estar à frente de um clube disputando uma Copa do Mundo. Estou tendo essa felicidade. Para o meu currículo é sem palavras. Estou muito feliz por isso, e com o nosso sucesso. Não viemos só para participar, mas para vencer. Degrau a degrau, estamos em uma semifinal, e muitos não acreditavam na gente. Estou feliz por tudo, pelo meu grupo, torcida… Tenho que viver esse momento, meu grupo também. Temos que continuar fazendo história. Já fizemos até aqui? Sim. Estamos felizes? Sim. Representando bem o nosso clube? Sim. Mas queremos mais. Respeitamos muito o Chelsea, tem um grande time, não à toa está em uma semifinal também, terá sempre nosso respeito. Mas o nosso objetivo é fazermos a final. Temos adversários poderosos e vamos ver o que vai dar no final.”

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Fluminense como “patinho feio”

“Eu não gosto de falar dos outros clubes brasileiros (que eram melhores), eu gosto de valorizar o meu grupo, acho que foi com muita competência que nós chegamos, com muito trabalho, muita humildade e, acima de tudo, acreditando na gente. Desde o início eu falei pra eles que era uma oportunidade, que muitos treinadores gostariam de estar no meu lugar, muitos jogadores gostariam de estar no lugar deles, então a gente tem que viver esse momento aqui. A gente não sabe quando a gente vai ter um outro momento desse, então é importante a entrega, o foco no trabalho, nos treinamentos, nos jogos, porque nós vamos enfrentar equipes superiores a gente, jogadores muito diferenciados. Se perdêssemos a atenção, voltaríamos logo para o Brasil. Então essa concentração foi fundamental, eles estão conscientes disso, por isso que hoje o Fluminense é o semifinalista dessa Copa do Mundo. Quando eu falo que é o “patinho feio”, com todo o respeito a todos os outros clubes, eu falo em termos financeiros, porque a gente tem que viver a realidade.

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O Fluminense não chega a dez por cento em termos financeiros perto desses grandes clubes. Então esses grandes clubes têm todas as condições de contratar os grandes jogadores. E no momento que você junta os grandes jogadores do futebol mundial, obviamente as suas possibilidades de vencer uma competição, elas aumentam. Por isso que eu falo que o Fluminense sendo o “patinho feio” chegou, justamente por tudo isso que eu falei. Isso não quer dizer que o Fluminense não possa chegar numa final e ganhar uma Copa do Mundo. É difícil? Sim, é difícil, mas é para todo mundo. O que vale para mim são as atitudes que o meu grupo foi tendo dentro do campo, a concentração no trabalho, o foco. Tomamos uma virada (na fase de grupos) porque dormimos durante 15 minutos praticamente. E até foi bom ter acontecido aquilo. Graças a Deus nós viramos o jogo e conseguimos aquela vitória, mas eu falei para eles que isso aconteceria. São jogadores muito acima da média.”

Mudanças de esquema tático

“Depende muito do estilo de jogo também do adversário, depende dos atacantes que eles têm em campo, depende da maneira que eu coloco o meu time em campo, porque muitas vezes quando você joga com três zagueiros, o adversário também tem dois atacantes. Então sempre fica na sobra e é importante que os outros dois saem na caça, porque não adianta no momento que um atacante sai do adversário sempre para receber essa bola. Se o meu zagueiro não sair com ele, ele vai receber essa bola, vai virar e aí vai com certeza vai trazer problemas para a gente. Então muitas vezes é essencial isso. No momento que você tem esse esquema contra os zagueiros, é natural que um dos zagueiros do lado saio na caça, justamente porque ele sabe que tem a sobra do libero. Então por isso que eu falo, depende muito também do esquema do adversário e eu tenho visto também exatamente isso nessa Copa do Mundo, duelos individuais. Eles são jogadores com uma capacidade muito alta que você tem que evitar o máximo de dar espaço para eles, para que eles possam pensar.”

Discussão sobre parte tática

“Aí depende do ponto de vista de cada um. Alguns enxergavam, alguns não queriam enxergar e alguns enxergavam, mas não queriam elogiar. Aí eu respeito a opinião de cada um, e cada um tem que saber seu patamar, onde se encaixam nesses três que eu falei. Eu não conquistei vários títulos como treinador comprando os títulos, mas trabalhando. No Grêmio mesmo teve ano que eu implementei três ou quatro esquemas de jogo que deram certo. Nessa Copa do Mundo mudei o esquema duas vezes e deu certo. Estamos conseguindo os resultados em função do nosso trabalho.

No momento em que assisto aos jogos, estudo o meu próximo adversário e preparo eles na parte tática, e faço com que eles façam o que é pedido, acho que isso é memorável. É um treinador que enxerga o jogo. Muita gente gosta de criticar, de falar de parte tática, mas a pergunta que faço é: quantos de vocês entendem de parte tática para criticar os treinadores? Será que vocês entendem tanto assim de tática? Será que entendem mais que um treinador? A gente convive com os jogadores quase 24 horas por dia. Essa pergunta vocês têm que fazer também porque é muito fácil criticar. Quando sai uma escalação vocês têm que dar uma opinião antes de começar o jogo. “Ah, não vai dar certo por isso”. Porque é muito fácil ser engenheiro de obra pronta. Terminou o jogo e ganhou, “ele acertou na escalação, o esquema foi muito bom”. Perdeu o jogo, “errou no esquema, escalou mal”. Aí fica muito fácil. Será que se pegarmos alguns de vocês e uns quatro ou cinco treinadores, ao vivo, e discutir parte tática e nós, treinadores, perguntarmos a vocês sobre tática… Vocês se garantem?

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Eu respeito a opinião de vocês, muitos entendem, mas muitos não entendem e querem criticar o treinador. Hoje, os treinadores brasileiros estão mais valorizados pelo trabalho que eu venho fazendo aqui, pelo trabalho do Abel, do Filipe e do Renato. Os clubes brasileiros fizeram um grande mundial. Infelizmente a gente enfrenta esses poderosos e a alguém tem que passar. Eles voltaram, mas fizeram um bom trabalho aqui também. Espero que os treinadores brasileiros estejam mais valorizados. Estamos resgatando o respeito pelo futebol brasileiro, pelos treinadores, porque muito se falar dos treinadores de fora. Mas os treinadores de fora montam seus plantéis com dois ou três jogadores em cada posição. E em termos de esquema fica mais fácil trabalhar com jogadores acima da média. E estamos fazendo uma grande Copa do Mundo sem ter esse poder aquisitivo.”

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Análise do Chelsea

“Sem dúvida alguma eles têm o ataque muito poderoso. E, em tese, todo o time deles é muito bom, mas eu destaco o ataque deles. Dois atacantes muito rápidos pelos lados de 1×1 que eu gosto muito, tem o João Pedro que é um grande atacante, um meia que pensa muito o jogo. O ataque é muito poderoso. Eles têm muita velocidade e qualidade com a bola nos pés.

Procurei analisar bem a equipe do Chelsea, não foi uma vez só, mas umas três ou quatro vezes. Conversei com meu grupo, os preparei taticamente para que a gente possa neutralizar as principais jogadas do Chelsea, que não são fáceis de serem neutralizadas. A gente sempre procura tirar as jogadas principais do adversário, mas com a bola a gente vai jogar. É o que temos feito nesse Mundial. Eu não posso tirar, de maneira alguma, a confiança que eu passo para o meu grupo. Gosto da posse de bola, que meus jogadores sejam objetivos. A gente vai respeitar o Chelsea, mas podem ter certeza que a gente vai jogar. É o que temos feito nessa Copa do Mundo.

Em relação ao esquema que vou colocar em campo amanhã vocês vão ver no momento. Estou conversando com meu grupo, com os líderes, e achamos que foi a melhor forma para neutralizar essas jogadas do Chelsea.”

Mudanças no Fluminense

“Depende muito do adversário, depende do esquema tático do adversário que a gente vai enfrentar. Eu procurei treinar na parte tática, justamente para isso que eu acabei de falar, neutralizar as principais jogadas do adversário, que são pelos lados, pela habilidade, pela velocidade dos seus jogadores, por isso que eles constroem muito durante os jogos, por isso que eles fazem muitos gols. Eu treinei para que a gente possa neutralizar esse tipo de jogada. Sobre eu estar aqui em uma semifinal com o Fluminense, me sinto um cara privilegiado, muito feliz pelo trabalho que eu venho realizando aqui com o meu grupo. Muita gente não acreditava na gente quando nós saímos do Brasil, mas estamos fazendo uma grande Copa do Mundo e eu espero que amanhã também, com todo o respeito do nosso adversário. O nosso objetivo mesmo do Chelsea, sem dúvida alguma, de chegar numa final. Então a gente vai procurar trabalhar bastante para que a gente consiga esse nosso objetivo para fazermos a final no próximo domingo.

Thiago Silva na Seleção Brasileira?

“O Thiago Silva tem sido fundamental. É um monstro jogando, dispensa comentários sobre o futebol dele. E volto a repetir, na minha simples opinião, é um jogador de Copa do Mundo, mas aí já é um problema do Ancelotti. É um cara que tem nos ajudado bastante, conhece muito o futebol europeu, conhece muito bem da maneira que o Chelsea joga, troquei bastante ideias com ele. Ele é praticamente o treinador dentro do campo, pela experiência dele, por ter jogado Copas do Mundo, por ter jogado muito tempo aqui fora, a experiência dele tem sido fundamental. Logicamente, junto com o futebol dele. É um cara que procura conversar bastante com os companheiros, orientá-los porque, muitas vezes, o treinador está longe, não consegue mandar uma orientação e ele faz o papel em campo, de treinador. Principalmente nesses jogos grandes como a gente tem feito aqui fora, contra grandes clubes poderosos, e amanhã é mais um deles, o futebol  e a experiência dele são fundamentais.”

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Qual o favorito ao título?

“Sobre o favoritismo, eu tenho uma tese, é lógico que tanto o Chelsea, o Real Madrid e o PSG são poderosíssimos. E o Fluminense, a gente tem um sonho de chegarmos à final. Sabemos que é uma partida muito difícil amanhã, mas como falei, nós estamos trabalhando seriamente. Estou confiando muito no meu grupo, para que a gente possa fazer mais uma vez uma grande partida e conseguir o nosso objetivo de chegarmos à final, com todo respeito ao Chelsea. Aí você pergunta qual é o favorito para ganhar um título? Eu acho que, no momento, o que eu tenho que falar do Chelsea, que é uma partida muito difícil. Não dá para você pensar em quem é o favorito.

Se esses quatro clubes chegaram, qualquer um deles pode ser o campeão. Mas para você ser campeão, você tem que chegar numa final, e para você chegar numa final, amanhã nós temos o nosso adversário, que é o Chelsea, da mesma forma do outro lado. Então, acho que no momento a gente só fala nessa semifinal. Vamos trabalhar para tentar conseguir o nosso objetivo, e aí sim depois a gente fala em final. Mas no momento que os quatro grandes chegam, qualquer um deles tem condições de ganhar essa Copa do Mundo.”

Boa relação com os jogadores

“Eu acho que é fundamental, pelo menos essa minha opinião como treinador, o relacionamento do treinador com o grupo. Eu comparo o relacionamento de um pai com os filhos. Você tem que conversar, você tem que aconselhar, você tem que mostrar o melhor caminho, você tem que ensinar a parte física, a parte técnica, a parte tática. Da mesma forma que você ensina o teu filho, dá liberdade para os jogadores. É dessa forma que eu costumo trabalhar. Eu não sou aquele treinador que eu determino. A última palavra, lógico, é sempre a minha. Eu sou um cara do diálogo porque muitas vezes eu aprendo com os jogadores também, muitas vezes não estou vendo alguma coisa e os jogadores podem me ensinar, pode me mostrar, como aconteceu no jogo com o Thiago Silva. Então, essa liberdade que dou para o meu grupo é fundamental. Eles sabem muito bem que a última palavra é minha, mas eu converso, troco ideias, valorizo o meu grupo em todos os sentidos. É sempre bom trocar ideias para que o jogador se sinta valorizado também. É dessa forma, dessa liberdade que eu gosto de trabalhar com o meu grupo.”

Cuidados com o time do Chelsea

“É um jogo de xadrez. Estudei bastante o adversário, da mesma forma que eu tenho certeza que eles estudaram o Fluminense. Será um jogo de paciência, você não pode se jogar para dentro do adversário nos primeiros minutos, como temos jogado essa Copa do Mundo. É muito perigoso, justamente pelo esquema que o Chelsea usa durante as partidas. Então, nós vamos tomar nossos cuidados e é lógico que vai ser muito importante ter a posse de bola, principalmente no horário do jogo, com um calor insuportável. Se se você ficar correndo atrás do adversário, se você não tiver essa posse, o desgaste é muito grande. Então vamos procurar neutralizar as principais jogadas do adversário. Quando ficar com a bola, jogar. A gente tem respeito pelo Chelsea, mas é um jogo de xadrez. Será uma partida de poucas oportunidades e quem aproveitar melhor com certeza vai ser vencedor.”

Vai manter a formação com três zagueiros?

“O esquema, o time, só na hora do jogo. Marcações em especial no Palmer, só na hora do jogo. Agora sim, a parte psicológica eu trabalhei bastante, eu venho trabalhando bastante isso na Copa do Mundo. E sem dúvida alguma tem sido importante. O próprio Thiago Silva, como eu já citei aqui, a experiência dele perante o grupo, o Fábio, a gente procura conversar bastante principalmente com os jogadores mais jovens e colocar na cabeça deles todos. Sendo jogadores experientes, sendo jogadores mais jovens, a gente chegou aqui é porque a gente tem condições. Vamos enfrentar um adversário muito poderoso, a gente sabe disso, mas pode ter certeza de que na parte psicológica meu grupo está bem preparado.”

Chelsea favorito?

“A parte tática, como eu já falei, é um jogo de xadrez, e a parte psicológica. Acredito que nessa parte psicológica, que é importante essa conversa que eu tenho tido com meu grupo, o Chelsea até pode estar um pouco melhor preparado, porque está acostumado a grandes decisões. Mas o jogo de xadrez, ele sempre tem o inesperado, e o inesperado é que muita gente, como eu falei, não acreditavam no Fluminense, e o Fluminense chegou. Se o Fluminense chegou, pode ter certeza que a gente vai procurar usar essa parte tática que a gente vem treinando bastante, sempre que possível, essa parte psicológica, porque todo mundo fala que o Chelsea é o seu favorito, e não deixa de ser, por ser um clube muito poderoso. Agora, dentro do campo, são 11 contra 11, e a gente tem provado que vamos enfrentar esses grandes clubes do futebol europeu de igual para igual. Acho que isso o Fluminense tem provado e amanhã pode ter certeza que não vai ser diferente.”

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