Fluminense volta maior e mais forte da Copa do Mundo de Clubes (por Lindinor Larangeira)

Sim. Era possível. Esse é o sentimento de boa parte da torcida tricolor após a eliminação do Fluminense na semifinal da primeira Copa do Mundo de Clubes da Fifa, depois de uma campanha histórica.

Não se pode deixar de reconhecer os méritos do adversário, que naqueles 90 minutos foi sempre superior. Mas além do peso dos desfalques, faltou aquele algo mais de competitividade e força coletiva na partida. Sobre o pênalti, estranhamente anulado, por decisão do VAR, comentar parece choro de perdedor. O único comentário possível é que, sim, foi pênalti. Vida que segue…

Clube volta maior do que entrou

Superando as expectativas, que o colocavam como “o mais fraco dos brasileiros”, o Fluminense foi o único não europeu a alcançar as semifinais da competição. Uma história de superação que fez o clube das Laranjeiras ter visibilidade mundial. A adesão de diversos estrangeiros em nossos jogos nos EUA, ou a vibração pela nossa vitória sobre o Al-Hilal no mundo árabe, trouxeram de volta a simpatia pelo futebol brasileiro e a descoberta do Time de Guerreiros em toda a Terra.

De gigante continental, demos um passo para ser um gigante global. Cabe aos dirigentes transformar essa onda em tendência e fazer o clube mudar de patamar.

Dinheiro em caixa para fortalecer o elenco

A campanha vitoriosa rendeu não apenas ganhos de imagem, mas também financeiros. Foram mais de R$ 300 milhões, que vão fortalecer os cofres do clube, provando que time competitivo, resultados no campo e construção de narrativas de superação são caminhos para equilibrar as finanças. Com ou sem SAF.

Aliás, se forem retomadas as tratativas para a mudança de status, o clube pode negociar em bases muito melhores, pela força adquirida no torneio inédito.

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Temos um time-base, um novo esquema, mas um elenco com lacunas

Fábio, Ignácio, Thiago Silva e Freytes. Samuel Xavier, Bernal, Martinelli, Nonato (Hércules) e Renê (Fuentes). Arias e (?). Isso mesmo. Temos um novo esquema, o 3-5-2, e quase um time-base. Não é de hoje que a grande maioria da torcida percebeu a necessidade de um camisa 9.

Cano é um ídolo da nossa galeria. Mas, como dizia Cazuza: “O tempo não para”. E o argentino hoje não é nem sombra do atacante decisivo de outras temporadas.

Sobre Everaldo, sendo polido, não tem a menor condição de compor o elenco do Fluminense. Por óbvio, a maior urgência é a contratação de um centroavante. Outras contratações pontuais, como um lateral-direito. Samuel já passou dos 30 e Guga não traz confiança. Mais um zagueiro canhoto. O desfalque de Freytes foi muito sentido na semifinal, e o argentino pode ter entrado no radar de outros clubes. Um meia criativo e um primeiro-volante.

Suprindo essas carências, passaremos a ter um elenco equilibrado, em condições de disputar bem as três competições do segundo semestre.

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Manter os destaques no grupo

Dificilmente, um dos grandes destaques dessa Copa do Mundo, o colombiano Arias, vai ficar nas Laranjeiras. O clube deve fazer os esforços possíveis para manter o jogador.

Se houve um acordo informal entre o presidente e o atleta, foi mais um erro de uma gestão que tem acertado mais do que se equivocado. E se realmente for impossível mantê-lo, que a negociação seja boa para o clube e para o jogador. A suposta primeira oferta de um time menor do futebol inglês parece não se enquadrar nesses critérios.

De Martinelli, Ignácio e Hércules, recebi informações que também podem ter propostas. Ou seja: é preciso reforçar e evitar o desmonte.

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Motivação?

O treinador Renato tocou no ponto: “como motivar o time, na volta à realidade do futebol brasileiro e sul-americano?”

O combustível tem que ser a torcida. Por isso, a recepção ao grupo, transformando o Galeão em Maracanã, e o apoio massivo nos jogos, a começar pela difícil partida contra o ótimo Cruzeiro, têm que ser o fogo para manter acesa a chama.

A prioridade é conquistar a América de novo, com uma inédita tríplice coroa em três anos. E ser competitivo nos gramados nacionais. Seja no Brasileirão, ou na Copa do Brasil.

Valeu, Renato. Valeu, rapazes. Mas agora queremos mais.

PS1: Enquanto a Cazé TV está dando um show de transmissão, a Globo desmoraliza o jornalismo esportivo, com uma dancinha ridícula.

PS2: “Allez Paris!”

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