Precisamos falar sobre o comando de ataque do Fluminense




Everaldo, Jhon Kennedy e Germán Cano: os centroavantes do Fluminense
Everaldo, Jhon Kennedy e Germán Cano - FOTO: MARINA GARCIA / FLUMINENSE F.C.

Precisamos falar sobre o comando de ataque do Fluminense (por Lindinor Larangeira)

“Nove. É a camisa dele. Indivíduo competente o Flavio!”

Flávio Almeida da Fonseca, hoje com 81 anos, naquele já distante 1969, chegava ao Fluminense Football Club, depois de iniciar a carreira no Inter de Porto Alegre, cidade onde nasceu, e ter passado pelo Corinthians. Também chamado de Flávio Minuano, foi o primeiro centroavante que vi, vestindo a gloriosa camisa 9 tricolor. Ídolo e artilheiro por onde passou, foi goleador de diversas competições: Campeonato Paulista, Campeonato Carioca, Campeonato Brasileiro e Campeonato Gaúcho. Atuou na Seleção Brasileira em 18 partidas, marcando oito gols.

Após sua vitoriosa passagem pelo Fluminense, tendo seus gols imortalizados na voz e nos bordões do grande e saudoso Waldyr Amaral, o “indivíduo competente”, Flávio se transferiu para o Futebol Clube do Porto, de Portugal, marcando mais de 70 gols pelo time português, onde, por óbvio, virou ídolo.
Seu apelido foi dado, em 1967, pelo locutor Geraldo José de Almeida, quando o atacante foi o artilheiro do Campeonato Paulista, superando, ninguém menos que o Rei Pelé. Minuano é uma alusão ao vento minuano, característico do Rio Grande do Sul.

Flávio Minuano - Fluminense Football Club
Flávio Minuano – Fluminense Football Club

Antes do 9, vamos falar do 14

Atualmente, temos um camisa 9 que, há sete jogos (ou quase 50 dias…) não balança as redes adversárias. Mas antes dele, prefiro falar do camisa 14. Germán Cano é ídolo, como foi Flávio. Porém, algumas questões precisam ser postas.

Em primeiro lugar, trata-se de um jogador que, por mim, nunca será vaiado. Como Flávio, Mickey, Doval, Ézio, Washigton, Washington Coração Valente, e Fred, é muito ídolo. Mesmo sendo o principal artilheiro da equipe no ano, com 19 gols em 40 jogos, e o segundo goleador do futebol brasileiro, atrás do compatriota Pablo Vegetti, do Vasco, que assinalou 24 tentos, verdade seja dita: fisicamente, o argentino mais amado do Brasil não está bem.

Sendo assim, essa questão pesa bastante em um futebol cada vez mais competitivo, onde a intensidade e a parte física são fatores preponderantes. Ainda assim, é uma opção melhor do que o atual titular. Mas como ídolo que é, deveria ser preservado.

Germán Cano agora tem a sombra do Jhon Kennedy
Germán Cano – Foto: Conmebol

Um camisa 9 inimigo do gol

Até o dia de hoje (18/09), não consigo entender a contratação de Everaldo. Quem compreendeu, por favor, me explique. De terceira opção do ataque do Bahia, passou a titular absoluto de “uma camisa que tem cheiro de gol”, como dizia outro inesquecível narrador, o “cruel” tricolor, Januário de Oliveira, a camisa 9 do Fluminense.

Com 43 jogos na temporada, e minguados oito gols, o momento mais notório de Everaldo no ano, talvez tenha sido aquela bola não chutada contra o gol do Borussia Dortmund, que lhe valeu o bordão: “Chuta, Everaldo”.

As limitações técnicas desse atleta são gritantes. Alguns o defendem dizendo que “taticamente, é um jogador muito importante para o time”. Importante para o time é ter um centroavante que faça gols. Não um inimigo do gol.

Everaldo não vive bom momento no Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC

Uma incógnita com o número 99

John Kennedy, para nós, apenas JK, teve poucas oportunidades em seu retorno e quase saiu em definitvo. Foram cinco jogos, um como titular e quatro entrando no decorrer das partidas. Na partida mais recente, aos 39 do segundo tempo. O atacante que marcou o gol decisivo do título da Libertadores, até o momento não fez a comemoração do “urso”.

Mesmo tendo um histórico bastante complicado, esse moleque de Xerém deveria ganhar mais oportunidades. Talento ele tem. O que a torcida precisa saber é se ele quer. Se está a fim de jogar futebol. Caso positivo, entre um Cano fisicamente mal, e um Everaldo tecnicamente péssimo, JK pode ser a melhor escolha. Mas precisa entrar em campo, não somente por parcos minutos.

Outra parada: por que os moleques de Xerém, que como Kauã Elias, que nos tirou do sufoco ano passado, jogam com a 9, não tiveram qualquer chance de mostrar serviço no time principal? Não creio que sejam piores do que Everaldo.

John Kennedy
Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.

A responsabilidade é do comando do clube

A atual situação é de total responsabilidade da diretoria do Fluminense. Porém, não foi por falta de aviso e de cobrança da torcida, que um centroavante que fosse uma opção mais efetiva para o elenco não chegou. Desde a venda de Kauã Elias, era óbvio que uma reposição seria necessária. Trouxeram Everaldo. Portanto, “fulanizando” a responsabilidade, os nomes são Mário e Angioni.

Outro detalhe que aumenta ainda mais a (i) responsabilidade dos gestores, é que, além de uma contratação absolutamente inexplicável, o clube ainda dobrou o salário do jogador. Que, repito, nada tem a ver com isso.

Sobre a não contratação de outro centroavante, o treinador, ao dizer que “o elenco estava bem servido na posição”, também tem sua cota de responsabilidade. Além disso, é ele, e não Mário e Angioni, que pode dar oportunidades aos moleques de Xerém. Ou a não utilização da base teria outras influências? Trata-se de uma pergunta, não de uma afirmação. Afinal, muitas, ou quase todas as perguntas sobre o Fluminense de hoje ficam nas brumas da quase total ausência de transparência.

Para terminar, põe o JK, Renato! Como diria um ilustre deputado: “Pior do que está, não fica”.

PS: Incrível, mas a partida contra o Vitória virou um jogo de seis pontos.

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